Capitulo 30

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Emma Miller

  ~10 de abril de 2024

Eu não conseguia de forma alguma comer, mas ai eu levantava a cabeça e via Ryder simplesmente jantando como se nada tivesse acontecido.

—O que houve Emma? não está bom?.—Dona Sandra pergunta fazendo menção a comida.

—Imagina!! está ótimo, só me sinto meio...—Tentei procurar uma palavra que me definisse naquele momento mas qualquer coisa que eu pensasse era relacionada diretamente a Ryder.

—Incomodada?.—Soph completa me encarando desconfiada.—Você parece até que viu um fantasma.

Cocei a garganta, e então procurei comer, tentando manter a calma naquele momento, ja que de nos dois eu era a única que aparentemente estava conturbada.

O celular dele começa a tocar então ele dá uma olhada e se levanta da mesa limpando a boca com um lenço.

—Se me dão licença, "o fantasma" irá se retirar.—Ele pega o celular lançando em seguida um olhar sobre mim rindo antes de finalmente sair da cozinha.

Fazendo a Sophia e a dona Sandra me olharem confusas pela frase que ele soltou. E eu como sempre fingi naturalidade.

(...)

—Bora, desembucha.—Soph fala enquanto estávamos no quarto.

—O que?.—Perguntei fingindo não entender até onde ela queria chegar.

—Bora Emma, não sou tão burra assim! eu percebi que rolou alguma coisa entre você e o Ryder, estava óbvio.—Ela fala calma.

De alguma forma eu não me via com coragem para contar a Soph sobre meus sentimentos em relação ao irmão dela, ainda mais depois dela ter me contato abertamente o que rolou em seu antigo relacionamento. Afinal não quero parecer como as demais garotas que se apaixonaram somente pela beleza de Ryder, porque o que me cativou nele na verdade foi seu jeito. E eu tenho medo que a soph interprete de uma maneira completamente errada.

Ela me olhava esperando que eu respondesse mas antes que eu abrisse a boca pra falar dos meus sentimentos ela toma à frente.

—Emma...—Ela se senta perto de mim.—Não precisa ter medo de me contar sobre seus sentimentos, somos amigas, não somos?.—Assenti.—Mas antes de qualquer coisa, preciso também ser sincera com você quanto a isso, justamente por ser sua amiga. O Ryder não é como antigamente, depois daquele ocorrido, ele mudou, mudou bastante. E eu não digo isso nem em questão de se relacionar a alguém, mas...—Ela ficava pensativa como se estivesse arranjando uma maneira de me contar algo.—...Bom, quero dizer, eu digo isso porquê tem muita coisa que você ainda não sabe sobre nós mas que com o tempo talvez irá descobrir e principalmente sobre como o Ryder realmente é, e aí vai de você ver se é algo bom ou não.

O que isso quer dizer?

—Mas me conta o que rolou?.—Eu estava um tanto confusa com meus sentimentos, com as palavras da Soph. Pensei que eu ja soubesse pelo menos um pouco sobre Ryder mas pelo visto não sei quase nada.

—A gente se beijou.—Falei com os olhos cheio de lágrimas.—Mas acredito que tenha sido um erro...

Sinto como se estivesse tão vulnerável depois que minha mãe se foi, e que talvez por isso somente por isso, Ryder me beijou, por pena.

—Isso é bom.—Ela fala com um sorriso.

Em seguida limpa minhas lágrimas e me puxa para um abraço. Mas tenho certeza de que a melhor coisa que pôde me acontecer em meio a tantas outras ruins, foi ter conhecido a família da Soph.

—Fica tranquila Emma, de qualquer forma percebo que com você é bem diferente. Você sabia, o Ryder parou de fumar...

ele parou???

E sei o quanto você encarnava com ele por conta do cigarro, me admirei o fato dele ter aberto mão disso, por sua causa.

Depois que ela me contou isso fiquei perdida nos pensamentos e um tempinho ali com ela decidi voltar para meu apartamento. Passamos pela sala juntas e novamente Ryder estava lá com o Riller.

Fui caminhando até Riller dei um beijinho nele enquanto Ryder apenas me encarava.

—Humm, já tá um pouco tarde né? leva a Emma pro apê dela.—Soph solta essa e volta pro quarto nos deixando a sos apenas com o Riller.

—Não precisa, até parece que não moramos no mesmo prédio. O que poderia acontecer comigo descendo apenas alguns degraus?

—Como estamos falando de "você" acredito que muita coisa poderia acontecer.—Ele fala e se levanta em seguida.—Vá pro quarto.—Fala pro Riller que o obedece no mesmo instante e sai correndo pro quarto todo empolgadinho.

Meu coração começou a acelerar só pelo fato de estarmos sozinhos novamente mas ele aparentemente estava tão tranquilo, e aquilo me deixava frustrada.

Então ele foi indo na frente e eu atrás apenas fitando suas costas, andávamos em silêncio mas o fato de que ele estava agindo como se nada estivesse acontecido me deixava mal. Ou eu simplesmente esperava apenas uma resposta de algo que para ele é super natural e para mim não.

—Você... não vai dizer nada?.—Perguntei então ele parou de andar.

—Dizer o quê?

Aquilo me irritou, não queria estar agindo dessa forma, mas a resposta que ele deu me deixou completamente chateada, e eu não entendo o porque! apenas foi um beijo, mas... foi meu primeiro beijo.

—Ryder, se você fez o que fez por pena, eu espero de coração que não se repita nunca mais, eu não preciso que sinta pena de mim e muito menos que tente de alguma forma me fazer se sentir melhor dessa maneira, porque assim eu só irei ficar confusa, como estou agora, porque além de tudo o que estou sentindo nesse momento, não consigo compreender o que se passa na sua cabeça, mas quero que saiba que pra mim não foi um simples beijo, até porque nunca fiz isso antes, com ninguém, então por favor...—Eu jogava as palavras para fora da minha boca mesmo que nervosa e fitando o chão porque eu não me via com coragem para o encarar, para mim eu só estava passando vergonha. Até ouvir seus passos se aproximando.—...Por favor, não haja como se estivesse sido algo normal para mim.

Meu coração batia rápido e eu só consigo pensar o quanto eu realmente fico vulnerável perto dele, mas eu queria, mesmo que pouco... que o Ryder sentisse o mesmo que eu sinto por ele.

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