Capitulo 88

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Emma Miller

~25 de fevereiro de 2029

Depois que jantei na casa da dona Sandra, a mesma estava com um semblante completamente radiante, não parava de cantarolar enquanto conversávamos, pelo visto a tal ligação a deixou bastante contente, e então criei coragem para retornar ao hospital já que teria que lidar com mais um plantão de 12 horas. Depois de uma longa noite, retornei para casa as 09 horas da manhã, eu estava exausta. Precisava me preparar para ir para a universidade mas meu corpo implorava pela minha cama. Meu apartamento estava uma zona total, passei direto ignorando a bagunça que estava a sala e fui para o quarto que estava tão bagunçado quanto a sala, joguei meu jaleco em cima da cama e me sentei, respirei fundo e então puxei minhas pernas e tirei meus sapatos. Minha visão foi de encontro meu closet, fechei um pouco os olhos só por alguns instantes e então me levantei e fui caminhando até lá e quando abri comecei a mexe e remexer até encontrar o que eu queria.

Sua camisa...

Olhei para a camisa que ele havia me dado naquele dia, hoje depois de tanto tempo pensei em você. Porque será? talvez pelo o que o Dr Brews me falou mais cedo...

—Emma você ainda é jovem.—Diz enquanto se preparava para sua próxima cirurgia.—Mas já está com 20 anos, ja deveria estar namorando.

—Não tenho tempo para pensar nisso Dr.—Ele faz careta e então puxa a máscara do seu rosto.—Sempre há tempo para o amor, o que lhe impede?

Aquelas palavras dele me fizeram questionar sobre isso, o que me impede? eu continuo esperando... sim, eu ainda tenho uma certa esperança bem la no fundo. Pus novamente a camisa guardada no lugar e fechei meu closet. Eu nunca mais havia escrito no meu diário, e restavam apenas 3 folhas e eu não sabia mais o que escrever nele, foram tantas coisas, tantas histórias. O que devo fazer de agora em diante em relação a minha vida?
Bom, o tempo vai dizer...

[...]

Finalmente uma folga, e o que eu fiz? aproveitei para ir ao bar com a Soph. A mesma parecia bem feliz e apesar de não me dizer o motivo de sua alegria, deduzi que fosse por conta de Caleb. Afinal, sempre é.

—Hoje se aquele desgraçado der as caras eu quebro qualquer garrafa de whisky em sua cabeça.—Diz enquanto caminhávamos em direção ao bar.

—"Aquele desgraçado" também é seu irmão.—Ela faz careta.

—Desde de quando você passou a defender esse traste Emma? viraram amiguinhos mesmo?.—Me olha.—Rick não presta.

—Bom, ele escuta minhas reclamações do dia a dia, já que minha fiel confidente está ocupada namorando.—Ela para indignada.

—Como pode dizer isso assim? eu fico magoada tá?.—Acabei rindo.—Até parece que lhe troco pelo seu irmão.

Como pode? uma amizade que surgiu em um dos piores momentos da minha vida se tornar algo tão especial? Soph se tornou uma pessoa tão importante na minha vida, que era até inexplicável. Confesso que no primeiro momento eu pensei talvez ela esteja apenas com pena mas não, nossa amizade apenas se fortaleceu desde aquele tempo pra cá, e eu sou tão grata por isso.

De repente seu celular começou a tocar, a mesma fez um gesticulou com a mão para que eu esperasse um pouco e então atendeu.

—Oi?—Fala me olhando.—A onde?.—Desvia o olhar para a sua direita.

Logo escuto uma buzinada ao nosso lado, era caleb no carro.

—Oi amores da minha vida.—Diz o mesmo, ele estava todo arrumado.

—Pra onde você está indo?.—Sophia o questiona desconfiada.

—Em uma festa de confraternização da empresa.—Responde.

Olhei pra a cara dela de poucos amigos e não resisti, comecei a rir.

—E vai assim, todo arrumado?.—Faz menção de sua roupa.

—E eu deveria ir como a uma festa de confraternização meu amor?.—Ela se aproxima do carro e de repente entra cruzando os braços logo em seguida.

—Vou junto então.—Olhei incrédula para ela.

"Até parece que lhe troco pelo seu irmão"

Qual a necessidade disso?.—Pergunta ele e então os dois entram em uma Dr e eu começo a caminhar ignorando eles.

Bom, pelo visto será apenas eu e meus drinks hoje. Pretendendo beber até esquecer meu nome!!! eu mereço, afinal ja faz o que? 1 semana que eu não bebo? muito tempo!

—Olha quem está por aqui!!.—Diz enquanto remexia a bebida com aquele utensílio de misturar elas.

—Grey, quero um dos melhores coquetéis.—Minha voz saiu quase como uma súplica fazendo com que o mesmo risse.

—Seu pedido é uma ordem.—Diz.

[...]

—Como você se chama...?—Grey pergunta e então revirei os olhos.

—Emma Miller.—Ele começa a rir.

—Não foi dessa vez, Emma.—Suspirei.

—Essa foi minha deixa.—Virei o copo com tudo e me levantei.—Aqui está o dinheiro Grey, obrigada.—Coloquei em cima da mesa e me levantei.

Como pensei hoje me superei, mas não ao ponto de cair bêbada pelos cantos, e esquecer meu nome, no máximo saí cambaleando.

Eram 22 horas, que noite entediante. Fico me perguntando como me tornei uma adulta que apela pro álcool pra se livrar do esgotamento mental? será se virou um hobby e eu não sei?

Tirei meus saltos no meio do caminho andando descalço sem rumo, completamente bêbada. Até que cheguei no prédio. Finalmente em casa. Mesmo com minha visão meio turva o elevador como sempre estava em intervenção.

Que elevador fuleiro.

Comecei a subir as escadas, como se cada degrau fosse o maior desafio da minha vida. Apenas um parecia que se dividia em 4. Eu sempre fui péssima em matemática mas tenho certeza que eles iam se multiplicando também.

Que merda é essa?

Mas continuei na luta olhando totalmente pro chão, vai ser muito humilhante cair no prédio próximo do meu alerta totalmente alcoolizada.

—Uma futura médica tem esse tipo de conduta?.—Comecei a rir enquanto falava sozinha.

Quando pensei "faltava só mais 5 degraus"pisei em falso, e o que minutos atrás eu ja imaginava que poderia acontecer a humilhação de cair bêbada aqui estava prestes a realmente acontecer. Só que ao invés de cair, sinto alguém me segurar por trás. Enquanto meu olhar ainda estava embaçado sobre o chão. Não é possível que o Rick tenha aparecido justamente aqui...

Você continua desajeitada.—Aquela voz grave que faz meu corpo se arrepiar.

Quando ouvi aquilo meu coração acelerou de uma tal maneira que eu jurava que a qualquer momento pularia para fora do meu peito e tomaria vida fora dele.

Diário de uma NerdOnde histórias criam vida. Descubra agora