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Isabella

Vim na faculdade agora cedinho resolver umas coisas de documentação. Por mais que eu amava a minha faculdade, eu estava doida para acabar e ter meu cantinho para trabalhar em paz.

Aproveitei que já era quase hora do almoço e fui num restaurante aqui perto, mandei mensagem pra Talita, pedindo pra ela vir me ver. Essa semana tivemos só aula on-line, então bate maior saudade da minha única amiga.

Talita: to limpando a casa amiga 🤡

Isabella : limpa amanhã, vamos pegar uma prainha, tomar um drink

Talita: agora que comecei não dá pra parar kkkkk
Talita: vem aqui em casa, vai ter almoço na minha mãe, vc almoça comigo, vai começar 13h

Isabella: te encontro na sua casa?

Talita: isso, vem

A mãe dela eu já conheci uma outra vez, era muito gente boa real. Por ela não morar na comunidade, já tinha ido na casa dela umas duas vezes com a Talita, porque até onde sei o marido dela não fala com a mãe e ela me chamava pra acompanhar.

Como estava perto de casa, acabei indo lá pra tomar um banho e colocar uma roupa mais de boa. Me arrumei rapidinho, estava com um vestido cumprido, na intenção de ficar comportado mesmo.

Avisei a minha vó que eu ia almoçar com a Talita, me perturbou a beça porque não quis ir com ela, mas tô indo ver amiga.

Na hora que cheguei na entrada da comunidade, fiquei apreensiva como sempre. Só que foi diferente da primeira vez, um menino se aproximou, um garoto com luzes no cabelo e eu o reconheci.

Kaka: boa tarde, quer que eu chame o Branco? —neguei analisando os detalhes do rosto dele. Parecia ser novo, mas nem tanto. Era bonito.

Isabella: não, brigada —sorri pra ele— você conhece o Brito? —falei olhando o WhatsApp e vendo que a Talita não me respondia para vir me buscar na entrada.

Kaka: conheço.. ele tá lá em cima, quer ir lá?

Isabella: vim ver a mulher dele, consegue me dizer por onde vai pra chegar lá? Não sei andar por aqui e ela não me responde.

Kaka: se vai seguir reto e virar no escadão que tem logo na direita, tu já vai cortar caminho e sair na rua dele. —apontou com os dedos— acha que consegue chegar? Peço pra alguém te levar lá.

Isabella: eu me acho descendo o escadão. Valeu. —ele murmurou algo e eu não ouvi.

Continuei subindo a rua até que achei o escadão, demorou bastante, mas achei. Depois que cai na rua dela já reconheci aquele pedaço.

Talita: chegou como? maluca. —falou assim que me viu e eu vi ela no portão com um shorts de pijama e regata.— vi agora sua mensagem, estava indo.

Isabella: você não respondia, pedi pra me mostrarem o caminho. Vim pelo escadão.

Talita: entra aí —deu passagem e eu entrei limpando o pé no tapete— odeio vim pelo escadão, fica cheio de drogado, prefiro vir por fora mesmo. Vou tomar um banho que tô suada, fica a vontade aí.

Peguei um copo de água e me sentei no sofá mexendo no celular.

Branco: quer dizer que está pelos acessos e nem me falou nada?

Isabella: vim, mas já vou embora

Branco: fica mais, aproveita o sábado
Branco: a gente se encontra pra curtir

Isabella: vou almoçar com a Talita na casa da mãe dela, vim encontrar ela e já vamos

Branco: entendi pô
Branco: almoça lá e vem viver comigo a noite

Isabella: quem sabe, se eu tiver com coragem de vir
Isabella: quem falou que eu estava aqui? foi seu amigo, né?

Branco: sempre sei de tudo, linda
Branco: mas tua presença aqui é inevitável saber

Isabella: me sinto até especial

Branco: você é pô

Isabella: me ilude muito

Branco: eu jamais, tenho nem idade pra papo de ilusão —dei um sorriso.

Talita: tá rindo pro celular porque hein? —olhei ela na minha frente trocada, e com uma toalha no cabelo.

Isabella: sou risonha curiosa... vai se arrumar, vá.

Talita: isabella isabella...

Não demorou muito ela voltou arrumada, tava lindona.

Fui na fé de deus na garupa dessa menina, quase desisti de ir. Maluca comprou a habilitação, como que confia assim? Passou a perna no Detran. Como não era tão longe, meu desespero passou rápido quando ela estacionou.

Talita: cagona.

Isabella: meu amor a senhora sabe nem por o pezinho direito na moto e quer q eu confie em ti. —ela levantou da moto e a moto ia tombar— ala falei, sempre esquece.

Talita: mas eu sou o toque. —deu risada colocando o pezinho na moto.

Isabella: vai estar mais alguém aí?

Talita: minha mãe e minha tia só, avisei que você vinha e ela adorou.

Entramos na casa da mãe dela, realmente não tinha mais ninguém além de nós. Minha vó mandou mensagem perguntando de mim e eu mandei uma foto de nós quatro com a latinha na mão.

Ficamos bebendo e curtindo na casa da mãe dela de boa até umas 18h, quando o Brito mandou mensagem pra Talita a gente se despediu delas.

Talita: senhora vai pra onde agora?

Isabella: pra Penha.

Talita: vai ver ele? —assenti— eu não digo mais nada, tu é maluca mona.

Isabella: tô voltando pra penha. —mandei mensagem pro Branco.

Branco: hm, vou de encontro cntg, quero falar cm vc

Isabella: tá bom, chegar te aviso

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