Branco
Neguei com a cabeça vendo um print rolando, eu e a Isabella no baile juntos, minha cara tampada, a dela não. E isso era foda porque deixava ela exposta numa situação que eu não sabia se estava confortável ou não.
Branco: ainda tá publicado? —olhei a Bruna se levantar e se arrumar sentando no meu colo. Coloquei a mão na cintura dela e olhei pro Kaká.
Kaká: tá não, apagaram.
Branco: menos mal... quero descolar quem é o dono da página, tá falando muito de mim já. Segunda vez na semana.
Kaká: posso tentar ver com aquele mano. —olhei— mas tá ativa faz tempo, com certeza é alguém que mora aqui e a gente nem percebe.
Branco: o foda é qualquer fofoqueiro pode tirar foto e mandar pra ela. Quero vista grossa nos meus bailes, qualquer um que vocês verem gravando pode tomar o celular sem dó, deixa recado pra geral, não quero nenhuma gravação, principalmente se eu tiver perto.
Kaká: vou avisar. —confirmou— A Jaqueline passou aqui na rua mais cedo procurando por você.
Branco: falou o porque?
Kaka: só disse que era pra você passar na casa dela depois.
Fiquei na paz com os moleques durante um tempo, depois guiei pra casa da Jaque, fiquei de vir aqui e nada.
Jaqueline: pra me ver só eu for atrás de você?
Branco: sabe que não pô... tava só ocupado, sabe como é. As vezes acabo até esquecendo de vir.
Jaqueline: ocupado com uma adolescente né? —dei risada— Angélica falou que você tava fazendo churrasco e tava junto com uma menina.
Branco: fala muito ela. Tava mermo com uma garota, mas é mulher já. Lá sou homem de pegar adolescente, passei dessa fase. —estiquei os pés na mesa de apoio.
Jaqueline: Conversei com a Angélica, joguei um verde falando que você tinha me contado, e ela abriu a boca. Tomou uns tapas meu pra largar de ser safada.
Branco: eu nem me meto pô, ela sabe o que faz. Mas tô ligado que a mulher do cara tem fama de maluca.
Jaqueline: deixa ela apanhar mesmo, pra vê se aprende com isso. Via o que passava com seu pai, e tá pagando de vagabunda por aí. Nome dela quem vai ficar mal falado na boca de todo mundo.
Branco: é isso... tem que aprender, e se for da forma complicada, vai doer. Angélica também é cabeça dura, vai ouvir ninguém.
Fiquei um tempinho ali com ela batendo um papo maneira, precisava disso também. Gosto de ficar no meu canto, mas também sou um homem família.
Catei meu celular vendo um story da Isabella na faculdade, tava com um bagulho verde na cara. Essa semana a gente nem se viu, conversamos o pouco pelo WhatsApp, mas só isso. Tô ligada que ela vai voltar aqui, tem a amiga dela pô.
Isabella
Isabella: coe vó, tô falando sério. Não vou trazer ninguém aqui pra você conhecer.
Isaura: tá achando que é bagunça? que você não tem ninguém por você? ta saindo todo final de semana, dormindo fora e mentindo pra mim. O mínimo é eu conhecer esse rapaz, porque se acontecer algo com você, quem vai ficar sofrendo sou eu, né?
Isabella: eu não sai todos esses dias com ele. E não vai acontecer nada, calma dona Isaura. Eu sai com a amiga da faculdade que sempre te falei, a Talita. Conheci ele através dela, gente boa também. Mas não tem condição nenhuma de eu apresentar ele pra você sendo que eu não conhece ele nem a um mês. Sou tão emocionada assim não.
Isaura: D2 você nem namorou e eu conheci ele, vinha até aqui em casa. —torceu o nariz. Ela sempre gostou dele.
Isabella: é diferente... ele já é daqui e nos conhecíamos desde pequenos, você já conhecia ele antes mesmo de eu beijar a boca dele.
Isaura: porque não namorou mesmo com ele? menino bom, apensar da vida que leva.
Isabella: por várias questões, e a senhora sabe bem. Já foi, passado. Nunca nem gostei do bofe cara. Nem ele de mim.
Isaura: gostou sim, dava pra ver na cara dele a paixão por você. —eu ri.
Isabella: paixão em outra coisa, só se for. Aquele ali é maneiro, mas é homem, a raça dele fala mais alto.
Isaura: seu tio vai assar uma carne lá amanhã, vamos? —neguei na hora— poxa Bella, vamos vai. Vai descobrir o sexo do bebê dele.
Isabella: não vou com a cara da mulher dele, não cabe a mim ir na casa dela.
Isaura: implicância boba.
Isabella: a doida tem ciúmes de mim com meu próprio tio, um tio que por sinal eu nem sou próxima. Muita loucura pra uma família.
Isaura: tenho saudade do seu pai, sabia. Ele quem deixava a família unida e alegre. —engoli seco. Odiava falar sobre isso, me destruía muito.— desculpa, filha.
Isabella: tá tudo bem vó... ele era muita luz mesmo.
Sei que doí em mim, mas também dói nela, afinal perdeu um filho.
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No alto do caos
Fanfiction"No Alto do Caos" é uma história sobre uma jovem de 19 anos que, em meio à realidade da favela, acaba se apaixonando pelo chefe do tráfico local. A trama acompanha os dilemas e perigos de viver um amor proibido, enquanto a jovem tenta equilibrar sua...