No alto do caos

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Isabella

Branco tinha me pedido pra ficar aqui hoje de novo, disso que iria ter um baile na Nova. Nem queria ir, fiquei em choque, pertinho de casa... mas fui convencida por ele a ir. Pra não tem que voltar em casa, comprei uma roupa bonita por aqui mesmo, pedi na internet e o motoboy ia vim entregar e as maquiagens a Talita iria me emprestar.

Peguei meu celular vendo notificações da Talita e do Branco.

Talita: vc tá indo longe dms, Isa.
Talita: toma cuidado sério
Talita: vem buscar as maquiagens, tô no portão de casa, consegue?

Isabella: vai ser a última vez, prometo
Isabella: consigo. Só descer e virar a primeira esquerda, né?

Talita: isso, me liga qualquer coisa

...

Branco: tô resolvendo uns negócios, vou pedir pros moleques levar coisa pra vc comer, tá bom?
Branco: não demoro, linda

Isabella: tá bom. vou na talita pegar as maquiagens e já volto

Calcei uma havaianas no pé, uma camisa do Branco e meu shorts que estava ontem. Quando estava saindo, por sorte o motoboy chegou, paguei ele certinho, subi e larguei as sacolas e depois desci de novo indo pra Talita.

Todo mundo me encarava já que não era daqui, e nos últimos dias tenho sido vista só com o Branco

Talita: achei que tava perdida. —me encarou assim que me aproximei da casa dela. Subi na calçada e abaixei pra falar com ela.

Isabella: chegou a roupa que comprei, aí tive que subir de novo.

Talita: senta aqui... —sentei do lado dela na calçada— você vim pra cá já era arriscado, se envolver com o Branco e desfilar com ele, pior ainda, agora ir pra comunidade do lado da sua casa é loucura, Isabella.

Isabella: mas já confirmei com ele, queria que eu falasse o que?

Talita: você não tá pensando em nada né, eu te amo e amo você aqui, mas quero você viva também né.

Isabella: eu te amo também, prometo que vou me cuidar e acabar com isso o quanto antes.

Poderia ser mais fácil né, mas o Branco ele trata uma mulher tão bem, como se fosse a única e isso dá mais vontade ainda de ficar com ele. E isso que é foda. Vou arrumar um que me trate igual, assim largo ele de vez.

Fiquei conversando com ela até o Branco passar aqui e a gente veio pra casa dele de novo.

Isabella: porque me chamou pra ir com você? —encarei ele.

Branco: gosto da sua companhia. Que foi, não quer ir? Se não quiser a gente fica por aqui mesmo.

Isabella: não é isso, mas eu nem te conheço e tô dormindo na sua casa, tô vendo você direto. —ele riu.

Branco: a gente tá se conhecendo... só relaxa. Mas meu nome você sabe, muita gente não sabe.

Isabella: porque me contou então, Michael? —ele sorriu fraco.

Branco: não é segredo, mas não costumam perguntar e eu não conto. Você quis saber. —ele se aproximou— só curte o momento. Relaxa e goza.

Dei risada.

A nossa quentinha que ele tinha pedido chegou e nós descemos pra comer. Peguei meu celular lendo mensagens da minha vó, do meu tio também. Ignoro as dele arquivando e respondo a minha vó.

Vó: onde está Isabella? Você tem casa sabia. Quero saber que amiga é essa que está indo sempre e dormindo fora. Pode contar o nome "dela".  Quando chegar iremos conversar.

Isabella: tô bem
Isabella: volto pra casa ainda hoje

Ela já percebeu há muito tempo que é sobre homem, e sabe que tô escondendo. Continuei comendo com ele enquanto a gente conversava.

Passamos o dia deitados juntos vendo filme e ainda demos uma transada, como sempre. Ele tem um fogo que nunca acaba e eu não sei dizer não a ele.

Depois eu me arrumei rapidinho, coloquei a minha roupa nova que por sorte modelou bem ao corpo. A maquiagem eu maneirei pra não abusar do que não era meu tom exato.

Branco: tá linda, vamo? —concordei— tô doido pra te foder.

Isabella: você não cansa?

Branco: de você? nunca.

Descemos as escadas indo até o portão, aonde o carro dele estava parado na frente e tinha alguns homens na sua porta. Ele destravou o carro e eu dei a volta entrando. Esperei ele falar algo com um dos caras antes de entrar também.

Quando a gente desceu do carro eu olhei ao redor com medo de algum rosto conhecido, mas pra minha sorte não vi ninguém. Nunca tinha vindo aqui e nem pretendia. Ele segurou a minha cintura e fomos andando em sentido ao baile, passando no meio daquele monte de gente, coloquei meu cabelo de lado e segurei a mão dele.

- eai Branco, como tá? —ouvi uma voz e olhei vendo um cara.

Branco: tranquilo, e você??

-bem também. Lobo pediu pra mim te guiar até o camarote dele.... oie.

Isabella: oie. —sorri.

O menino foi na frente e eu o Branco atrás. Andamos quase nada e já estávamos dentro do reservado, não tinha uma cara conhecida. Sabia que a Talita não viria, ela não quis e nem o Brito, então o resto da noite seria somente eu no meio deles.

Observei a loira sentada no colo de um homem que tinha um cordão enorme com a imagem de um lobo, já deduzir ser o próprio.

Lobo: fala meu amor... finalmente chegou. Achei que me daria um cano. —tirou a mão da cocha estendendo pra ele. E eu reparei no seu dente de ouro, assim como o cordão.

Branco: vim ver como tá seu comando, se ensinei direito. —ele riu.

Lobo: seu cu, eu que ensinei o que tu sabe.... veio até acompanhado —me olhou— eai, tranquilo?

Isabella: oie, tá sim. —segurei a mão dele que esticou pra mim.

Lobo: fiquem a vontade aí, tá em casa irmão.

Branco: quer beber o que, linda? —falou abaixando no meu ouvido.

Isabella: quero gin.

Ele pediu pra um moleque buscar uma garrafa, o que achei muito só pra mim. Mas quando chegou ele fez meu copo. Ficou segurando minha cintura enquanto estava atrás de mim conversando com o tal Lobo.

-ele que venha tentar dar um de bonzão pra mim. Vou invadir aquela porra ela e não tô brincando. Chegou um dos meus mortos hoje, largaram o corpo lá no muro. Tinha um J escrito no corpo do moleque, feito com faca. E no muro picado Vj.

Escutei aquilo e no mesmo instante meu coração disparou, dei um gole generoso na minha bebida sentindo ela descer queimando.