Fiquei no quarto dele, dando atenção a Lucca, tentando me concentrar apenas no momento com ele. Joguei algumas bolas para ele, brinquei de esconde-esconde, e o riso dele me fez esquecer, por um instante, a tensão com Richard. Eu precisava disso, precisava estar com meu filho e sentir que, pelo menos ele, estava feliz e seguro.
Lucca, com seus olhos brilhando e aquele sorriso no rosto, parecia ser a única coisa que me importava naquele momento. Eu me deitei ao lado dele, acariciando seus cabelos, enquanto ele continuava a me contar histórias inventadas de seus brinquedos.
— Eu te amo, mamãe — ele disse, e essas palavras me tocaram profundamente. Eu sorri, com o coração cheio de amor.
—Eu também te amo, meu amor — respondi, sentindo a necessidade de proteger o que era mais importante para mim.
Enquanto ele continuava a brincar, eu me permitia descansar um pouco da raiva e da frustração que me tomaram mais cedo. Às vezes, o amor de um filho é tudo o que a gente precisa para seguir em frente.
Brinquei até tarde com Lucca e logo dei um banho nele para que ele pudesse descansar. Coloquei-o na cama e acabei dormindo ao lado dele, sentindo a paz de estar ali, perto do meu filho. Quando acordei, já era 1h da manhã. Levantei devagar para não acordá-lo e fui de volta para o meu quarto. Como eu já imaginava, Richard ainda não tinha voltado.
Suspirei fundo, tentando me acalmar, e decidi tomar um banho para relaxar antes de dormir. Mas, mesmo depois do banho, não consegui apagar os pensamentos da cabeça. A raiva e a frustração ainda estavam lá, uma mistura de decepção e cansaço. Eu me perguntava onde Richard estava e por que ele tinha agido daquela forma. A discussão não parecia ter fim, e a distância entre nós estava se tornando cada vez mais difícil de ignorar.
Sentei na cama, olhando para o celular, esperando uma mensagem ou um sinal de que ele estava se importando. Mas o silêncio era absoluto. Olhei para o lado e vi a cama vazia, a sensação de solidão apertando no peito. Eu sabia que ele precisava de espaço, mas será que ele sabia que eu também precisava de uma resposta?
Fiquei mexendo no celular, tentando me distrair, quando a porta do quarto se abriu. Ele entrou, como eu já imaginava, e logo veio em minha direção, me chamando. Eu, no entanto, não olhei para ele. Continuei com os olhos fixos na tela, tentando manter a calma.
Ele se sentou na cama e, sem dizer nada, tocou em mim. Desliguei o celular com um suspiro fundo e o encarei.
— Fala? — perguntei, sentindo o cheiro de álcool vindo dele, um sinal claro de que ele tinha saído para beber.
— Sério, você bebeu? — perguntei, a voz carregada de frustração.
Ele pareceu hesitar por um momento, como se estivesse tentando formular uma resposta. Mas, em vez disso, deu de ombros, um gesto que só aumentou minha irritação.
— Eu precisava de um tempo, Kamilly. Não significa nada — ele disse, tentando se justificar.
Eu não estava disposta a engolir aquilo. A distância entre nós estava crescente, e ele parecia não entender o quanto me afetava. Eu estava cansada de justificar as atitudes dele.
Ele parecia normal, mas eu sabia que ele tinha bebido. Richard nunca foi do tipo que perde o controle com bebida; mesmo depois de algumas doses, ele sempre estava em si.
— Não significa nada? — perguntei, com uma mistura de incredulidade e raiva.
— Amor, não vamos discutir de novo... — ele respondeu, tentando se aproximar, buscando me acalmar.
— Sai. Não toca em mim — falei, me afastando e cruzando os braços. Ele parou, me olhando sério, a expressão tensa.
Por um momento, ficamos em silêncio, o quarto carregado de uma tensão que parecia impossível de ignorar. Ele finalmente suspirou, parecendo procurar algo para dizer, mas eu não estava mais disposta a ouvir desculpas.
— Você sabe que não é só sobre sair e beber — continuei, mantendo meu tom firme. — É sobre você se afastar e nem perceber o impacto disso aqui, entre a gente.
Richard ficou em silêncio, talvez sentindo o peso das minhas palavras, mas, ainda assim, sem demonstrar qualquer intenção de mudar.
— Desculpa... — ele disse, com um tom mais baixo.
Eu apenas o ignorei e me virei, deitando de costas para ele, tentando não deixar minha frustração transparecer ainda mais. Senti a cama afundar quando ele também se deitou, e logo ele se aproximou, tentando encostar em mim.
— Kamilly... — murmurou, com a voz quase um sussurro, como se quisesse uma chance para se explicar ou me acalmar.
— Não agora, Richard — falei, com o olhar fixo no travesseiro, sem virar para ele.
Ele suspirou, mas não se afastou. Em vez disso, permaneceu ali, a respiração calma ao meu lado, como se estivesse esperando uma abertura para tentar de novo. Eu sabia que, no fundo, a gente sempre acabava se resolvendo, mas dessa vez eu só precisava de um pouco de espaço.
Ele ficou em silêncio, talvez entendendo que eu não queria mais prolongar a conversa. Fechei os olhos e tentei relaxar, mas era difícil ignorar a presença dele tão próxima, o calor do corpo dele ao lado do meu, mesmo depois da discussão.
Cada vez que eu respirava fundo, tentava me acalmar, apagar a raiva e as dúvidas, mas tudo parecia insistir em voltar. Mesmo assim, me forcei a ficar ali, com os olhos fechados, esperando o sono vir, enquanto ele continuava imóvel ao meu lado.
No fim, acabei pegando no sono ali mesmo, com ele ao meu lado. A raiva e a mágoa ainda estavam presentes, mas o cansaço foi maior. Aos poucos, me deixei levar pelo silêncio do quarto e pelo cansaço acumulado, até que finalmente adormeci.
Acordei no meio da madrugada, ainda sentindo o peso da discussão. Richard estava ao meu lado, dormindo tranquilamente, como se nada tivesse acontecido. Fiquei observando ele por alguns segundos, sem saber exatamente o que estava sentindo. Eu o amava, disso eu sabia, mas a frustração que vinha crescendo nos últimos tempos parecia cada vez mais difícil de ignorar.
Levantei da cama com cuidado para não acordá-lo e fui até a cozinha pegar um copo d'água, tentando esfriar a cabeça. Cada vez mais, as nossas discussões estavam desgastando o que tínhamos, e eu sabia que não dava pra continuar assim.
Passei no quarto do Lucca e vi que ele dormia tranquilamente, o rostinho sereno me deu uma sensação de paz. Ele era minha motivação para tudo, o que me fazia seguir em frente mesmo nos momentos mais difíceis. Fiquei ali por alguns segundos, apenas observando, até me sentir mais tranquila.
Depois, voltei para o quarto e me deitei ao lado de Richard novamente. Fechei os olhos, tentando relaxar, e finalmente consegui adormecer.
Gente no final sempre vale a pena se acalmeKKKKKK
DEIXEM A⭐️!!
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𝐈𝐍𝐅𝐈𝐍𝐈𝐓𝐎 - 𝐑𝐈𝐂𝐇𝐀𝐑𝐃 𝐑𝐈𝐎𝐒
Romance𝑶𝒏𝒅𝒆 𝒖𝒎𝒂 𝒑𝒆𝒔𝒔𝒐𝒂 𝒔𝒆 𝒕𝒐𝒓𝒏𝒂 𝒔𝒆𝒖 𝒎𝒆𝒍𝒉𝒐𝒓 𝒓𝒆𝒎𝒆́𝒅𝒊𝒐 (Concluída)