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Fui tomar um café com o Luís para colocar os papos em dia, já que hoje me deixaram sair mais cedo do CT

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Fui tomar um café com o Luís para colocar os papos em dia, já que hoje me deixaram sair mais cedo do CT. Minha família ainda estava em casa, mas minha vontade era de não voltar e ficar naquele clima tenso.

Cheguei e encontrei minha mãe na cozinha e meu pai assistindo algo na TV.

— Boa tarde, filha — disse assim que eu cheguei.

— Boa tarde — respondi, tentando manter o tom leve.

— Tá com fome? Fiz lasanha.

— Hum, mais tarde eu como. Tô cheia.

— Comeu aonde? — perguntou minha mãe, com um olhar curioso.

— Eu saí com um amigo meu — falei, já caminhando em direção ao meu quarto.

— Entendi.

— Amigo ou namoradinho? — meu pai perguntou de forma grossa.

— Amigo, ele é gay — respondi, finalmente entrando no meu quarto.

— Essa sempre é a desculpa... — ouvi meu pai murmurar.

Revirei os olhos e fui direto para o banho, tentando relaxar e deixar a tensão da casa para trás. Enquanto a água quente caía sobre mim, pensei em Richard e em como ele tinha me feito sentir ontem à noite. Queria mais momentos como aquele, longe do estresse familiar.

Depois do banho, me vesti rapidamente e decidi que não iria deixar meu pai e suas provocações me afetarem. Com um pouco de sorte, conseguiria me distrair com algo até que a situação em casa se acalmasse.

Saí do quarto e fui em direção à sala, tentando agir normalmente, como se a tensão não estivesse no ar.

— Cadê o Vitor? — perguntei, olhando em volta.

— Ele saiu, falou que iria conhecer a região — respondeu minha mãe, sem tirar os olhos do fogão.

— Sozinho? — insisti, um pouco preocupada.

— Sim.

— Se ele se perder? — perguntei, tentando me controlar.

— Relaxa, ele não se perde não — minha mãe pisca para mim, tentando aliviar a tensão.

Olhei para ela, percebendo que estava tentando ser otimista. A verdade era que Vitor sempre foi um pouco desatento, e a ideia dele sair sozinho não me deixava totalmente tranquila. Mas decidi não deixar isso me consumir. Afinal, o que mais poderia dar errado?

— Espero que ele volte logo — falei, tentando desviar o assunto.

— Eu acho péssimo esses negócios na sua cara, Kamilly — meu pai diz, olhando para os meus piercings com desdém.

— Menina tão bonita fazendo essas coisas... — ele completa, balançando a cabeça.

Senti um arrepio de desconforto. A crítica dele nunca era fácil de ouvir, mas já estava acostumada.

𝐈𝐍𝐅𝐈𝐍𝐈𝐓𝐎 - 𝐑𝐈𝐂𝐇𝐀𝐑𝐃 𝐑𝐈𝐎𝐒Onde histórias criam vida. Descubra agora