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Acordo de madrugada e percebo que Kamilly não está mais no sofá comigo

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Acordo de madrugada e percebo que Kamilly não está mais no sofá comigo. Levanto devagar, sentindo o corpo um pouco mais leve, e vou até a cozinha. Lá, vejo ela bebendo água, apoiada na pia, com uma expressão pensativa.

— Oi, amor — falo suavemente, mas ela leva um pequeno susto, se virando rapidamente.

— Que susto! — ela respira fundo, colocando a mão no peito.

— Desculpa, não quis te assustar — respondo, me aproximando.

— Tá tudo bem — ela diz, mas percebo algo diferente no seu tom. Seu sorriso não tem a mesma leveza de sempre.

— Você tá melhor? — pergunta, vindo colocar a mão na minha testa para checar a febre.

— Acho que tô — respondo, vendo o alívio no seu rosto.

Ela sorri e volta a beber sua água, mas o ambiente está pesado, como se algo estivesse faltando. Fico ali parado por uns segundos, tentando entender o que está acontecendo.

— Kamilly...

— Oi?

— Me diz o que tá acontecendo. Eu te conheço — digo, observando seu rosto. Ela hesita por um instante, desviando o olhar para o chão.

— Nada, só tô cansada — responde, mas sinto que tem mais coisa por trás disso.

— Cansada ou preocupada com outra coisa? — pergunto, me aproximando e tentando entender melhor o que está se passando.

Ela respira fundo, mas ainda não diz nada, só me observa em silêncio.

— Me fala o que tá acontecendo — peço, puxando ela para um abraço suave, tentando trazer alguma segurança.

Ela hesita por um momento, e sinto seus braços meio tensos ao redor de mim, como se estivesse lutando com os próprios pensamentos.

— É só que... — ela começa, mas sua voz sai baixa, quase como se estivesse com medo de dizer o que realmente está sentindo.

— Só o quê? — pergunto, sem soltá-la. Dou um leve beijo no topo de sua cabeça, esperando que ela continue.

Kamilly se afasta um pouco, olhando para o chão, como se estivesse buscando coragem para falar.

— Eu vi uma coisa que me deixou confusa, Richard... — diz, levantando os olhos para me encarar.

— O que você viu? — pergunto, tentando lembrar de qualquer coisa que pudesse ter causado isso.

— A xícara... aquela com a foto sua e da Natália, estava no armário... e eu... eu não sei, me senti estranha com isso.

A confusão e o desconforto estão claros nos seus olhos, e eu percebo que aquilo está mexendo mais com ela do que pensei.

𝐈𝐍𝐅𝐈𝐍𝐈𝐓𝐎 - 𝐑𝐈𝐂𝐇𝐀𝐑𝐃 𝐑𝐈𝐎𝐒Onde histórias criam vida. Descubra agora