Marina - Capítulo 17

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Acordei com meu celular despertando, levantei rapidamente e estava sentindo uma paz anterior que jamais havia sentido antes. Acho que pela primeira vez dormi bem de verdade. Só lembro que no meu sonho, meu pai sorria e dizia pra mim "É a sua chance de ser feliz, faça a escolha certa e não se arrependerá!". Mas como assim? Escolha certa? Com o quê? Deixei meus pensamentos de lado e fui me arrumar. Tomei um banho rápido, vesti meu uniforme com um moletom por cima, uma calça jeans e um vans. Joguei meu cabelo de lado, como sempre, peguei minha mochila e meu celular e desci rapidamente. A campainha tocou, e eu já sabia quem era. Mas era um pouco mais cedo do que o normal.

- Oi, aconteceu algo? - perguntei preocupada.

- Não posso vir buscar minha namorada pra ir pra escola? - perguntou e veio me abraçar.

- Claro, mas por que tão cedo? - perguntei, retribuindo seu abraço e o senti tenso, seu coração batia mais que o normal.

- Pra não pegarmos engarrafamento - disse e eu fiquei desconfiada, havia algo de estranho.

- Hum, então vamos? - perguntei.

- Claro, a Gabi já nos espera - disse me dando um beijo rápido.

Fomos e realmente, dessa vez não pegamos engarrafamento algum, não sabia que 15min tinha tanto poder assim. Quando chegamos, havia poucas pessoas na escola e o portão ainda estava fechado. Gabi desceu e eu continuei com o Eduardo dentro do carro.

- Precisa me contar algo? - perguntei.

- Não - disse desviando o olhar pro volante.

- Não minta pra mim - falei firme.

- Não estou mentindo - disse mantendo seu olhar no volante.

- Para de olhar pro volante, nem estamos em movimento - falei tocando em seu braço.

- Okay, estou nervoso, só isso - disse.

- Como só isso? Por que está nervoso? - perguntei e finalmente, ele me olhou.

- Eu não posso falar - disse fechando os olhos.

- Abre os olhos - falei.

- Não, porque se eu abrir, vou acabar te contando - disse.

- Edu, tá me assustando! - exclamei.

- Promete ficar calma? - perguntou.

- Não - falei sincera.

- Então, não conto - disse.

- Por favor, Edu - implorei fazendo biquinho.

- Já disse que não - disse sério.

- Eu sempre te conto tudo! Nunca escondo nada! - exclamei. - E agora, você me diz não na primeira vez que pergunto algo? - perguntei brava. - Okay Edu, a decisão é sua! - falei e abri a porta do carro, a bati com tudo e sai pisando firme.

- Marina, volta aqui! - gritou o Edu e eu ignorei.

O portão da escola, felizmente, havia acabado de ser aberto. Entrei e apresentei minha carta, depois fui pra minha sala, coloquei minha mochila no meu lugar e fui pra trás da escola, onde havia uma espécie de pracinha, com algumas árvores grandes, alguns bancos de madeira, um gramado agradável e o local é totalmente descoberto. Me sentei em um banco, coloquei meus cutuvelos apoiados em minha coxa, e cobri meus olhos com as mãos.

- Ele não confia em mim - sussurrei pra mim mesma.

- Ele é um babaca - afirmou alguém, se sentando ao meu lado.

- Você sabe que estou falando de você, né? - perguntei sem nem se quer olhar, já sabia que era o Eduardo.

- Por isso afirmo - disse.

A Escolha CertaOnde histórias criam vida. Descubra agora