Marina - Capítulo 23

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2 dias depois...

Hoje, finalmente, iríamos viajar! Eu estava ansiosa e muito nervosa. Estava tudo pronto, só faltava o Eduardo me falar pra onde íamos, mas ele disse que seria surpresa. Acho que ele não lembrou que o nome do destino estaria no cartão de embarque, sendo assim, eu saberia. Meu celular tocou e nem precisei olhar pro visor, pois o toque do meu celular denunciava ser o Eduardo, já que o toque era o refrão da música "seu olhar" do Jorge e Mateus.

- Oi amor - falei, enquanto me sentava na cama.

- Está animada? - perguntou.

- Muito! - exclamei sorrindo e ele riu.

- Olha, liguei para te dizer para se vestir com uma roupa aquecida - disse.

- Lá é frio? - perguntei, mais animada ainda.

- Não amor, tô falando pra você ir bem aquecida porque lá tá muito calor - disse rindo.

- Grosso - falei.

- Não tanto quanto você - disse e eu sorri.

- É verdade, mas então, vem logo pra cá - falei.

- Vou te esperar no carro - disse.

- Por que? - perguntei.

- Murilo quer conversar comigo, melhor deixar pra quando voltarmos - disse e parecia estar tenso.

- É, ele deve estar querendo te matar porque vai viajar sozinho comigo - falei séria, mas por dentro, estava rindo.

- Será? - perguntou meio preocupado.

- Claro, sou a princesinha dele e agora, ele acha que é uma espécie de pai - falei e ouvi sua respiração ficar acelerada.

- Vem você pra cá, pode ser? - perguntou e eu não contive minha crise de riso.

- Desculpa - falei rindo.

- Estava me zoando, não é mesmo? - perguntou.

- Sim, não deu pra evitar - falei rindo e por fim, ele riu também.

Ficamos mais alguns minutinhos conversando e desliguei, pra poder me arrumar. Fiquei revirando meu guarda-roupas e optei por uma legging com a malha mais grossa na cor preta, uma regata um pouco longa branca e um sobretudo bem quentinho na cor vinho, com botas de cano baixo pretas. Fiz uma maquiagem coringa, passei um pouco de perfume e penteei meus cabelos, os deixando soltos. Peguei minhas malas, que por sinal, eram só duas, porém, grandes e estavam pesadas. Saí arrastando-as pela casa, fazendo um barulho irritante, estava tentando descer as escadas com as duas malas, mas uma empacou no segundo degrau.

- Merda! - exclamei baixinho, tentando tirá-la, mas a rodinha nem se mexia.

Vi a porta do quarto de Murilo abrir.

- Que barulho escroto é esse? - perguntou e eu apontei pras malas. - Quer ajuda? - perguntou.

- Imagina - falei ironizando.

- Então, para de fazer barulho que eu vou dormir - disse se virando e voltando para seu quarto.

Droga! Ele quer que eu peça, só porque sabe que sou orgulhosa! Mas deixa, não preciso dele mesmo.

Tentei tirar a mala, mas foi apenas mais um tentativa falha.

- Murilo - chamei, vencendo meu orgulho e me sentindo "derrotada".

Ele apareceu rápido na porta e me olhava, rindo.

- O que qui é? - perguntei cruzando os braços.

- É que achei que seu orgulho venceria novamente - disse rindo.

- Ai ai, agora me ajuda - falei rindo e apontando pra mala.

Ele só puxou a mala e foi levando as duas com tanta facilidade, que me senti uma inútil. Quando chegamos ao portão, eu peguei as malas e levei pra fora, uma por uma.

- Obrigada - agradeci e ele sorriu.

- Se cuida - disse me olhando com os olhos semicerrados.

- Você também - falei e ele me abraçou forte.

- Eu te amo - disse e eu o olhei.

- Não acredito que está me dizendo isso - falei sorrindo e querendo chorar.

- Larga de ser besta e diz logo que também me ama - disse sorrindo e olhando pro carro do Eduardo.

- Eu te amo, coisa linda! - falei sorrindo e dando um beijo demorado em sua bochecha.

- Agora vai logo, antes que eu me arrependa de deixar você ir - disse me encarando.

- Como se eu precisasse da sua autorização - falei dando língua e mandando tchauzinho.

Quando Murilo entrou, Eduardo saiu do carro e me ajudou com as malas, o que me fez rir. Logo, entramos no carro e fomos em silêncio até o aeroporto. Quando chegamos, Sr. Felipe e minha mãe estávam ali, quando vi, corri até ela, a abraçando.

- Que bom que está aqui - sussurrei, enquanto a abraçava forte.

- Achou que eu não iria me despedir? - perguntou e eu fiz que sim, ela logo me olhou com um olhar de reprovação. - Eu sou sua mãe, nunca faria isso com você - disse e um sorriso escapou.

- Mas o seu trabalho, bom...- falei, quando ela me interrompeu.

- Você abriu meus olhos, filha, me fez ver que o trabalho é importante, mas não ao ponto de deixar a minha vida de lado - disse sorrindo e eu a abracei novamente.

- Fico muito feliz em saber disso! - exclamei sorrindo, e recebi um olhar desconfiado de volta.

- Tem anticocepcional na bolsinha de emergência - disse erguendo a sobrancelha e eu fiquei sem reação.

- Mãe - a repreendi, foi a única coisa que consegui falar.

- Quero que você se cuide - disse piscando, e logo, deu um sorriso.

- Tá bom - falei sorrindo, enquanto balançava a cabeça.

Sr. Felipe e Eduardo estávam se despedindo, e logo, se juntaram a nós.

- Façam uma boa viagem - disse Sr. Felipe me dando um abraço e eu retribui.

- Pode deixar e cuide bem da minha mãe - falei sorrindo e ele assentiu.

Fiquei olhando o tempo todo pro Eduardo, tentando descobrir pra onde iríamos, já que os cartões de embarque estavam com ele. Vários vôos foram anunciados ao mesmo tempo e um deles era o nosso. Então, nos despedimos de verdade do Sr. Felipe e da minha mãe.

- Aqui está um lanchinho pra viagem, comida de avião é horrível - disse minha mãe, fazendo careta, enquanto me entregava uma sacolinha.

- Mãe, eu não sou criança - falei franzindo a testa.

- Não é mesmo, até anticocepcional eu coloquei na bolsinha de emergência, esqueceu? - perguntou e o Eduardo me olhou surpreso, eu não sabia onde enfiar a cara.

- Obrigada, mãe! - exclamei dando um sorriso irônico.

- Desculpa - disse com uma expressão, do tipo "foi sem querer".

- Okay - falei revirando os olhos e sorrindo.

Peguei na mão do Eduardo, mas ele a soltou,e tapou meus olhos com suas mãos.

- Pra que isso? - perguntei.

- Já falei que só saberá, quando chegarmos - disse bem próximo ao meu ouvido.


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