Eduardo - Capítulo 65

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Esses últimos dias não tem sido fáceis, estou quase chegando ao meu limite. Eu não aguento mais tentar achar um cara que eu não sei quem é e que não sei seus motivos para odiar tanto a minha família. Meu celular está lotado de mensagens ameaçadoras, mas em momento algum consigo sentir medo, pelo contrário, só me interesso mais e mais pelo caso, o que está me deixando exausto é estar longe da Marina. A mãe dela disse que ela também não está bem e me sinto culpado por isso, já pensei várias vezes em dar um tempo nesse relacionamento, quem sabe assim ela não fica mais leve, porém, sou egoísta demais e não consigo deixá-la ir pois sinto que se eu fizer isso, estarei contribuindo para que ela fique com o Miguel. Ele é o único com quem eu converso diariamente, brigamos feito cachorros mas ainda sim, ele é como se fosse um irmão para mim e creio que isso é recíproco, tive a confirmação quando ele me ligou só para pedir para dar aulas de Geografia para a Marina. Até estranhei pois sei que ele é apaixonado por ela, mas fico feliz dele respeitá-la e me respeitar, ainda sim, ele está próximo demais, não vou pedir para que ele se afaste até porque não tenho esse direito, mas sinto que estou a perdendo pouco à pouco.

— Pensando nela? — questionou, Clarice.

— Sim, quero muito voltar para o Rio.

— E por que não volta? Você tem essa opção.

— Será que é uma boa?

— Tenho certeza que é.

— Mas não posso deixar tudo isso para trás.

— Ah, você pode! Pode sim!

— Vou pensar nisso.

— Pense em como ela ficará feliz e não só ela, mas você! Sei que está louco para voltar.

— Estou mesmo. — confirmei e ela sorriu.

— Volte, Eduardo, volte.

Será que já estava na hora de ir embora? Se bem que, isso aqui pra mim já deu! Eu vou voltar para o Rio, vou voltar para a pessoa que eu mais amo. Confesso que me sinto um policial com essa investigação toda e até gosto da sensação, mas a sensação de tê-la por perto não dá para se comparar, sou feliz só por saber que ela existe.

Senti meu celular vibrar e o visor denunciava ser o Miguel, pela primeira vez senti que não era para mim atender porque não me faria bem, ainda sim, ignorei essa sensação e atendi.

— E aí, cara.

— Eduardo...— seu tom denunciava ser um assunto importante.

— O que houve com ela?

— Nada.

— E então?

— Cara, eu não consegui me controlar. — confessou.

— Como é? O que você fez? — indaguei nervoso.

— Eu quase a beijei! — foi direto e eu quase soltei fogo pela boca.

— VOCÊ O QUE? — gritei.

— Foi mal, cara! Foi a primeira vez mas ela foi fiel há você, o que estranhei foi que... nada, deixa pra lá.

— Deixa pra lá porra nenhuma, fala logo. — insisti.

— Ah cara, ela demorou para se esquivar. — disse e eu me segurei.

— Está brincando? Fala que ela está ai do seu lado e vocês armaram isso!

— Não, é verdade.

— Quer saber? Dane-se, ela é minha! — afirmei.

— Eu sei. — disse e eu finalizei a ligação.

A Escolha CertaOnde histórias criam vida. Descubra agora