Marina - Capítulo 26

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Os dias foram longos. Recebi alta e o Eduardo continuava inconsciente. Passei o meu aniversário e o dele sozinha, trancada em um quarto de hotel. Não voltamos para o Rio de Janeiro, continuamos em Fernando de Noronha, pois era aqui que Eduardo estava hospitalizado e não tinha condições de transferí-lo para um hospital no Rio. Poxa, a cidade era linda! Eduardo havia planejado tudo pra nós dois e infelizmente, não estávamos aproveitando nada. Eu via um pouco da cidade quando ia ao hospital vê-lo e quando voltava pro hotel, e o pouco que vi, me encantou mas isso não impedia de continuar trancada no quarto do hotel. Não queria ver ninguém! Queria estar sozinha fisicamente, já que emocionalmente eu já me sentia assim. Me culpei todos os dias por ele ter me salvado. Ele é um completo idiota mesmo! Pra que me salvar? Pra que eu iria querer viver, se eu não o teria mais? Droga! Esse sentimento que sinto por ele é muito forte. Eu orava todos os dias e toda hora pra ele acordar. Infelizmente, minha mãe não deixava eu passar o dia todo com ele. Só passava as manhãs e as tardes. Contava sempre como me sentia e como eu queria que ele acordasse. Os médicos disse que não tinha mais nada há fazer, há não ser esperar. Mas que espera torturante! Meu Deus, eu mereço isso? Estava tudo indo tão bem. Sempre algo estraga minha felicidade, é sempre assim, mas até quando?

Estava saindo do hospital, por voltas das 19horas, quando Murilo parou com seu carro na minha frente, eu entrei e ele logo deu a partida em direção ao hotel que não ficava tão longe. Quando entrei, estava tudo escuro, pedi pro Murilo acender a luz e quando ele acendeu, ouvi uma gritaria louca.

- Meu Deus! - sussurrei vendo minha mãe, meus sogros e todos os meus amigos ali, incluindo Laura e Henrique. - O que significa isso? - perguntei, vendo toda aquela decoração preta e branca.

- Feliz Aniversário! - gritaram juntos.

- Meu aniversário já passou. - sussurrei.

- Mas você não comemorou, então nada mais justo. - disse Murilo me dando um beijo no rosto.

- Eu agradeço, mas não estou no piquê pra festa! - falei e corri até o meu quarto.

Droga, o que deu neles? O Edu no hospital, e eles dão uma festa? Pelo amor de Deus...

- Posso entrar? - perguntou Laura acompanhada de Gabriela.

- Claro. - falei me sentando.

- Olha, eu sei que está mal pelo meu irmão, eu também estou mas ele não vai ficar feliz se acordar e saber que esse tempo todo você se isolou! - disse Gabriela, enquanto me dava um abraço forte.

- Eu tenho tanto medo de perdê-lo! - falei segurando o choro.

- Ele vai acordar no tempo certo! - disse Gabriela.

- E que tempo é esse? - perguntei. - Me diz! - pedi.

- Só Deus sabe. - respondeu Laura.

- Laura, você tinha razão. - falei.

- Em que? - perguntou.

- O Eduardo realmente mudou a minha vida e pra melhor, só que tenho medo de perdê-lo e minha vida virar um lixo. - falei abaixando a cabeça.

- Amiga, lembra quando você me escutava, até teimava, mas eu sempre tinha razão? - perguntou.

- Sim, eu lembro, mas dessa vez é diferente. - falei.

- Não, não é, ele vai sair dessa, escuta o que eu to te falando. - disse com tanta determinação, que por um momento eu cheguei a acreditar.

- Olha o que eu trouxe. - disse o Henrique entrando, com um prato de bolo em uma mão e um copo de refrigerante na outra.

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