Eduardo - Capítulo 82

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Era 22h30min quando acordei com o barulho de alguém batendo na porta, estranhei já que Clarice ou Felipe entrariam sem bater pois ambos tem a chave.

— JÁ VOU! — gritei pulando da cama.

Abri a porta e não acreditei em quem estava vendo.

Gabriel e sua boca aberta!

— E aí, Eduardo. — disse, Henrique.

— E aí. — respondi desconfiado.

— Quero ter uma conversa com você, se não se importar. — disse me olhando da mesma maneira que o Gabriel me olhava.

— Não, eu não me importo. — afirmei, dando espaço para que ele entrasse.

— Então, você voltou...— disse com uma certa ironia na voz.

— Não, eu não voltei. — o corrigi.

— Então, o que está fazendo aqui? — indagou, cruzando os braços e me encarando.

— Por que todo mundo está com raiva de mim? Eu nem fiz nada! — reclamei indignado.

— Em nenhum momento eu disse que estou com raiva. — afirmou como se estivesse jogando verde.

— Não disse mas estou vendo na tua cara que está. — retruquei.

— Foi mal mas não tem como ter outra reação. — disse e sua expressão suavizou.

— Gabriel é um bicudo mesmo. — reclamei, balançando a cabeça negativamente.

— Agradeça por ele ter dito para mim e não para a Laura. — disse rindo.

— Laura também está brava? Mas que merda que eu fiz? — indaguei sem entender.

Não é possível que uma selfie com uma garota que nem me interessa iria causar tudo isso ou é?

— Digamos que a Marina não tem andado muito bem sem você por perto e prova disso é que enquanto você estava aqui, ela nem havia tido mais essas crises. — explicou.

Eu fazia tanto bem assim para ela?

— Sim, fazia. — respondeu Henrique e eu fiquei surpreso.

— Eu pensei alto? — indaguei sem graça.

— Não, eu só sabia. — respondeu rindo.

— E então, qual era o assunto mesmo? — indaguei antes que eu pensasse algo novamente e o mesmo me respondesse.

— Se você realmente a ama, fique. — afirmou e sua risada foi substituída por uma expressão séria.

— Mas...— tentei falar mas o mesmo me interrompeu.

— Eu sei que tem problemas maiores mas você sempre teve a chance de ficar e deixar somente o seu pai e a polícia resolver, certo? Então deixe nas mãos dele e é claro, nas mãos de Deus. Não vá embora mas se for, não volte porque ela te ama e se você for embora, ela terá que dá um novo rumo na vida dela seja lá do lado de quem for e se você voltar, vai estragar tudo. — disse e tudo o que ele disse me causou um impacto surreal, ele tinha razão.

— Beleza, eu tenho até amanhã para decidir. — contei.

— Como assim? Você vai voltar amanhã? — indagou, não acreditando e nem eu estava acreditando.

Onde eu estava com a cabeça quando aceitei voltar?

— Meu pai deu entrada na passagem. — respondi.

— Abre teu olho, só vim te dar esse conselho porque eu sei que você corresponde o amor que ela sente por você mas cara, quem muito se ausenta, uma hora deixa de fazer falta. — disse e me deu um aperto de mão.

— Obrigado por ter vindo, achei que você estava querendo quebrar a minha cara e já estou de saco cheio disso. — falei rindo.

— Não pense que isso não passou pela minha cabeça. — disse me encarando.

— Ihhh, foi mal. — afirmei rindo enquanto erguia minhas mãos em forma de rendição.

— Pensa melhor nisso tudo aí e espero que faça a escolha certa. — disse e logo depois, se retirou.

Novamente, estou tendo direito há escolher mas não farei a escolha errada dessa vez.

Nem olhei para o relógio, eu sentia a necessidade de estar perto dela naquele momento e foi isso o que eu fiz, me arrumei rapidamente e dirigi o mais rápido possível.

Aqui estou eu mais uma vez, encarando a pessoa mais importante da minha vida enquanto ela dorme e sonha sabe se lá com o que ou com quem. A minha vontade aumenta cada vez mais. 

— Ah, dane-se o Miguel. — sussurro enquanto me aproximo da minha Marina, acaricio seu rosto e são tantas lembranças vindo à tona que não consigo me conter, sigo o que meu coração diz e a beijo mesmo sabendo que ela não vai corresponder e o mais incrível é que sinto quando seus lábios me correspondem na mesma intensidade ou até mais rápido.

Naquele momento, eu soube que se estivéssemos juntos, nada mais importaria.

— O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI? — o reconheço pela voz mas não me preocupo de interromper o nosso momento, sei que o que estou fazendo pode ser errado mas não consigo me arrepender.

A Escolha CertaOnde histórias criam vida. Descubra agora