A Escolha Certa

Marina - Capítulo 24

O avião embarcou. Passamos a viagem toda dormindo e cada um com seu fone no volume máximo. Minha cabeça estava no ombro do Eduardo, enquanto sua cabeça estava encostada na minha e nossas mãos entrelaçadas. Senti o avião balançar um pouco fora do normal, olhei pro Eduardo e ele me retribuiu com um olhar do tipo "relaxa, vai dar tudo certo", e foi isso que fiz, tentei manter a calma, fechei meus olhos e pousei minha cabeça novamente sobre o ombro do Eduardo. Novamente, senti o avião balançar, mas não passou como da primeira vez, continuou e parecia estar mais rápido, como se estivesse caindo. Olhei pro Eduardo e pude notar o desespero em seu olhar. Todos no avião começaram a andar, sem saber pra onde íam e gritavam que o avião estava caindo. Caindo?! Isso não poderia estar acontecendo, o Eduardo estava quieto no seu assento. Olhei pela janela e o avião realmente estava caindo e bem lentamente.

- Anda Eduardo! - gritei o puxando, mas ele parecia estar em choque, ou melhor, quem não estava? - Vamos amor, vamos ver se tem algum paraquedas! - gritei novamente, mas ele não se movia de jeito nenhum. - O que qui há, Eduardo? - perguntei olhando em seus olhos.

- Eu vou morrer, Marina. - disse calmamente, e minha vontade foi de dar um soco em seu rosto.

- Não vai, eu não vou deixar! - afirmei, enquanto apertava firme sua mão.

As pessoas desesperadas pegavam seus paraquedas e saíam, outras gritavam e o avião só caindo. Por que não caía de uma vez só? Seria melhor do que deixar essa agonia estressante. Poupei meus pensamentos e fui ver se tinha dois paraquedas disponíveis, quando vi um homem pegar o último. Droga! Mil vezes, droga! Corri até o piloto e ele havia desmaiado. Será que desmaiou por conta do avião estar caindo ou será que é por isso que ele está caindo? Não tive tempo para obter uma resposta, corri até o Eduardo e ele permanecia quieto, porém, dessa vez havia lágrimas em seus olhos.

- Amor, não chora, por favor, não chora! - pedi, enquanto o abraçava.

- Eu te amo, Marina. - ele disse e senti o avião "pousar", a última coisa que vi foram aqueles lindos olhos me dizendo pela primeira vez que me amava e fechei os olhos, sentindo algo muito pesado sobre mim.