Marina - Capítulo 25

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Abri meus olhos e uma luz branca veio de encontro aos meus olhos. Morri e estou no céu, é isso? Opa, acho que não. O que minha mãe faz aqui e com o Murilo? Tive resposta quando pisquei algumas vezes e vi que na verdade, estava em um quarto de hospital.

- O que aconteceu? - perguntei com dificuldade e minha voz saiu bem falhada.

Minha mãe e Murilo estavam prestando atenção ao que o médico falava, mas quando me ouviram, praticamente pularam em cima de mim.

- Ei, vão com calma. - falei pausadamente, por conta da fraqueza que se apossou de mim e eles sorriram.

- Evite falar por enquanto, daqui algumas horas terá força o suficiente para dizer uma frase inteira. - disse o médico.

- Filha, que susto que você me deu! - minha mãe disse enquanto me abraçava e me dava um beijo na testa.

- Relaxa. - sussurrei a olhando, ela sorria e chorava ao mesmo tempo. - O Edu. - falei, erguendo a sobrancelha.

- Depois Marina, depois. - disse o médico, enquanto ingetava algo em mim que logo deu efeito e apaguei.

Acordei e dessa vez estava tudo escuro, com exceção de uma pequena televisão que estava ligada.

- Oi, alguém? - perguntei, olhando pros lados na esperança de ver alguém.

- Marina. - disse o Murilo sorrindo e se aproximando.

- Cadê a mamãe? - perguntei estranhando.

- No quarto do Eduardo. - disse, segurando minha mão.

- Quero vê-lo! - praticamente gritei. - Como ele está? - perguntei, e uma tristeza me invadiu quando Murilo desviou seu olhar do meu e seu sorriso se desfez. - Droga! Me diga como ele está! - exigi e meu coração parecia um pula-pula.

- Seja forte. - disse me olhando nos olhos e eu assenti. - O Eduardo, bom, ele está em... ele... - disse parecendo não saber como contar.

- Droga, fala logo! - exigi, enquanto apertava forte em sua mão. - Ele morreu, foi isso? - perguntei e automaticamente, meus olhos se encheram de lágrimas, meu coração começou a pular cada vez mais.

- Não. - disse e eu suspirei aliviada e meu coração parecia estar se acalmando. Não aguentaria outra perda, logo dessa maneira.

- E então? - perguntei sorrindo.

- Ele está em coma. - disse rápido e meu sorriso se desfez na hora.

- COMO ASSIM?! - perguntei gritando - Não, ele não poderia, não! Droga! o Eduardo, o meu Eduardo não! - sussurrei chorando sem acreditar. - Diz que é mentira, diz! - pedi ao Murilo, enquanto apertava forte sua mão.

- Infelizmente, não é mentira. - disse e eu chorei mais ainda.

- Merda, merda! - sussurrei com dificuldade, meus pulmões não atendiam ao meu comando, fazendo com que o ar não chegasse até eles.

- O que você tem? - perguntou o Murilo, muito preocupado, tentei responder mas foi uma tentativa falha, pois eu não tinha ar nenhum. - Merda! - exclamou ele, enquanto ia até o corredor. - Um médico, por favor, um médico! Minha irmã está passando mal, um médico, pelo amor de Deus! - pude ouvir ele gritar e gritava muito alto. Logo, ele voltou correndo com um médico.

- Respira, respira! - disse o médico, enquanto usava seu estetoscópio. - Com calma, calma, isso, calma! - disse passando o estetoscópio em volta do meu coração. - Mais calma! - pediu. - Me imita, oh. - disse e respirou fundo, comecei a imitá-lo e depois de muito esforço, consegui.

- Dr. me dá uma daquelas coisas que nos faz dormir por horas? Pode ser por dias também... - pedi e ele me encarou. - Por favor... - pedi.

- Por que? - perguntou, enquanto colocava seu estetoscópio em volta do pescoço.

- Não estou pronta pra encarar a minha realidade. - respondi e automaticamente, uma lágrima surgiu.

- Fugir não é uma solução. - disse me olhando.

- Agora me parece uma boa opção, ou melhor, não tenho opções além dessa. - falei.

- O que houve? - perguntou.

- Meu namorado está em coma. - falei e meus olhos encheram d'água novamente.

- Eduardo Milano? - perguntou e eu assenti. - Então, foi você que ele salvou? - perguntou, oi?! Me salvou?!

- Como assim? - perguntei.

- Dr. ela não está preparada. - disse o Murilo.

- Não o escute, estou preparada pra tudo. - menti.

- Melhor não. - o Dr. disse.

- Fala logo! - falei com raiva, agarrando o bolso do jaleco dele.

- Bom... - disse e olhou para o Murilo que balançou a cabeça negativamente.

- Anda, diz logo! - exigi.

- Ele te salvou... - disse e Murilo lançou um olhar de reprovação.

- Isso você já disse. - falei.

- Ele colocou o corpo sobre você quando o avião caiu e desmoronou. - disse por fim. Droga!

- Eu o matei? É isso? - perguntei chorando.

- Não, se acalma! - o Murilo pediu se aproximando.

- Não dá! Eu só faço merda, Murilo, por que? - perguntei chorando.

- Saia Dr., saia! - Murilo exigiu e assim o Dr. fez. - Olha, ele está em coma mas vai acordar, tudo bem? - perguntou e eu assenti enquanto chorava.

- Promete? - perguntei e ele assentiu.

- Vou chamar uma enfermeira pra te dar um calmante, já volto. - disse e eu assenti novamente.

É difícil acreditar que o Eduardo fez isso, não que eu duvide, mas é burrice. Ele não poderia ter feito uma coisa dessa, se fosse pra morrer um, que moresse os dois. Como eu poderei carregar essa culpa dentro de mim?

Logo, Murilo chegou com uma enfermeira que sorriu gentilmente pra mim e ingetou algo em um dos meus tubinhos.

- Vai demorar muito pra fazer efeito? - perguntei. - Opa, acho que não. - falei e me deitei, me rendendo a um sono involuntário.

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