Marina - Capítulo 99

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Era véspera de Natal, não estava com ânimo algum para levantar da minha cama. Era a primeira vez que não estava animada. Sentia falta da minha mãe que ainda estava viajando e do Felipe, apesar de morarmos na mesma casa, não o via há tempos.

Fiquei parada no tempo, até o meu celular despertar e eu não estava acreditando que havia acordado antes do despertador, isso só prova o quanto estou ansiosa e desesperançosa ao mesmo tempo. Peguei o celular e conectei os meus fones. Sentia falta de separar um tempo para o que eu gostava, ou seja, a música. Fechei meus olhos e não demorou muito para sentir um peso sobre minha barriga e umas mãozinhas sobre o meu rosto. Laura havia colocado Lavínia sobre mim.

— Oi neném. — falei sorrindo e dando um beijo na ponta de seu nariz, a resposta foram algumas resmungadinhas. — Você é louca. — falei sorrindo e arrumando Lavínia em meu colo.

— Tinha que ter um jeito para você levantar dessa cama. — deu de ombros.

Entreguei Lavínia para Laura e fui me arrumar, provavelmente, todo o pessoal estava lá embaixo à nossa espera. Eu só queria que o Gabriel também estivesse lá, não é nada legal a pessoa grudar em você e do nada, desgrudar sem ter um motivo e realmente, não tinha ou será que, sem perceber, eu dei uma de Marina outra vez?

— Finalmente! Já amamentei e troquei fraldas, e você ainda está ai, arrumando esse cabelo. — Laura brincou.

— Não faz mais que a sua obrigação. — brinquei de volta.

— Pois é, a madrinha dela não faz nada. — ironizou, balançando a cabeça negativamente.

Descemos e como eu já esperava, todos estavam lá, incluindo Gabriel que estava no celular.

— Bom dia, meu amor! — disse Miguel, me dando um beijo e eu sorri.

— Bom dia, meu bebê! — sussurrei em seu ouvido e soltei uma gargalhada. Miguel odeia ser chamado de bebê.

— Você é má, princesa. — disse sorrindo e me abraçando por trás.

— Deixa ela cumprimentar o restante das pessoas? — Henrique pediu sério e eu ri.

— Não deixo, não. — Miguel respondeu na mesma seriedade.

— Conheci primeiro. — Henrique afirmou rindo e me puxou.

— Bom dia, lindo! — falei ao abraçar Henrique.

— Como é? Ele é lindo né, eu sou o bebê. — Miguel disse revoltado e todos riram.

Gabriel permanecia no celular, parecia impaciente mas quem estava mesmo, era eu por querer falar com ele e não ter nenhuma oportunidade.

Assim que terminei de cumprimentar todo mundo, voltei para os braços do Miguel.

— E ele? — indaguei, erguendo uma sobrancelha e olhando para Gabriel.

— Desde que chegou, não saiu desse celular. — contou.

— Hum...— resmunguei o olhando, ele me olhou e eu sorri, em resposta, ele apenas virou o rosto.

Não perde a paciência, não perde!

— Marina? — Laura me chamou e eu fui ao seu encontro.

— O que foi isso? O modo como o Gabriel te olhou...— cochichou e eu respirei fundo. Não chora!

— Eu não sei...— sussurei baixando a cabeça.— Caramba! Eu não fiz nada! — exclamei alto e todos me olharam.

— O que houve, Mari? — Murilo indagou, se aproximando.

A Escolha CertaOnde histórias criam vida. Descubra agora