A Escolha Certa

Marina - Capítulo 46

Passamos a manhã e um pouco da tarde ali, quando íamos saindo, vimos o pessoal todo chegando... Murilo, Miguel, Gabriel, Henrique, Júlia, Gabriela e Laura.

- Acho que não vamos mais embora. - rimos.

- É, amor, ainda bem porque eu tenho uma surpresa pra você!

Será que é o embrulho dourado?

Corremos até o pessoal e avisamos que logo voltaríamos. Fomos até o carro, especificamente no porta-malas.

- Fecha os olhos. - pediu.

- Tá bom. - fechei só um pouco.

- Estou vendo essa desonestidade aí. - riu e eu fiz que não entendi nada.

- Do que está falando?

- Disso. - tirou sua blusa e tapou meus olhos com ela.

- Pronto? - indaguei após alguns minutos.

- Sim. - abri meus olhos e me deparei com uma prancha de fundo rosa com umas flores brancas.

- Não vai me dizer que...- ele me interrompeu.

- Sim, esse é o meu presente pra você. - sorriu.

- Você quer que eu surfe? - meu nervosismo era nítido.

- Quando você quiser, não quero que surfe agora, há não ser que você queira. - ergueu a sobrancelha.

- Eu tenho medo do mar, esqueceu? - o encarei.

- Mas quando você estiver preparada para perder o medo, estaremos eu e ela - apontou para a prancha - esperando você. - piscou.

- Você é...- fui interrompida.

- Um idiota insensível? - me encarou.

- Não, é que você me faz evoluir, se fosse outro iria me forçar ou então, nem iria se esforçar, mas você é diferente e é isso que eu amo em você! - exclamei e ele olhou pro chão sorrindo.

- Você tem que parar com isso.

- Mentira que deixei Eduardo Milano Hederich constrangido! - gargalhei e ele me encarou.

- Hederich? Como sabe?

- Vi seu RG. - ri e ele me encarou, acho que falei besteira.

- Você o que? - indagou, aparentemente nervoso.

- Vi seu RG. - repeti com certo receio.

- E ainda está comigo por que? - parecia surpreso.

- Como assim?

- Minha foto no RG...- me olhou e eu entendi, gargalhei alto.

- Só por que era gordinho? - continuei rindo.

- Gordinho? Eu era obeso. - rimos.

- Mas evoluiu. - pisquei e ele riu.

- Ainda bem. - ele me beijou.

- Obrigada pelo presente, prometo que ainda vou usá-la, só não sei quando. - ri e o beijei.

- Serei paciente, afinal, temos uma vida toda juntos pela frente. - sorri e concordei.

Guardamos a prancha novamente e nos sentamos ali, no capô do carro mesmo.

- Você acha que vamos durar mesmo?

- Ê, Marina! Que pergunta é essa?

- Uma pergunta comum? - ergui a sobrancelha.

- Isso não tem nada de comum, você está se enjoando, não é? - me olhou e como eu poderia enjoar desse idiota?

- É...- falei rindo.

- Está? - arregalou os olhos.

- Claro que não. - respondi rindo.

- Então por que fez essa pergunta?

- Não é porque um casal se ama que eles necessariamente ficam juntos.

- Você está me deixando confuso.

- Não fique, mas é que... tenho receio de acontecer algo e nos separar.

- Por que acha que isso vai acontecer?

- Não acha estranho estarmos tão bem e nada de ruim estar acontecendo? Não sei você, mas eu estou achando isso bem estranho.

- Temos que aproveitar, isso sim.

- É, tem razão.

- E pare com essas perguntas ridículas, se algo acontecer, eu dou quantas voltas for preciso para recuperar você!

- E acredite, você conseguirá! - sorrimos e ele me beijou.

Sinto que quando nos beijamos não é por tesão, nem nada do tipo, é pelo amor que sentimos um pelo outro. Não agimos com segundas intenções, agimos com sentimento que vive em nós. Temos uma ligação fora do normal, poderia até dizer que apesar de sermos tão novos, Deus está nos dando a oportunidade de viver um amor verdadeiro, um amor além da vida.

- Ei vocês dois, venham pra cá. - chamou, Gabriel.