Marina - Capítulo 42

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Tem sido dias longos. Dona Diana já está bem e em casa, Sr. Milano até tirou uns dias para ficar com a esposa. Gabriela acabou descobrindo, mas felizmente sua mãe já estava bem. As aulas já começaram e tem sido conteúdo atrás de conteúdo, mas felizmente, o local tem se tornado mais agradável de se conviver. Gabriela e Miguel já saíram do hospital, ambos já estão me atentando novamente durante as aulas, sim, Miguel tem se sentado perto de nós. Eduardo nunca mais tocou no assunto sobre Henrique e não faz mais cenas de ciúme quando nos abraçamos, o que eu tenho achado sobre isso? Ótimo. Vai fazer um mês que não durmo por anos e... hum... Luana continua na minha casa morando com minha mãe e com Felipe, sim, agora ele mora lá e o considero um "paidrasto". Continuo recebendo ameaças pelo celular e confesso que, estão ficando cada vez mais pesadas, mas não ligo, cachorro que late muito, não morde, não é isso o que dizem? Enfim, não tenho visto mais Alex, acho que voltou para NP e Júlia, sempre me encara com um olhar de arrependimento, não entendo o porquê. Hoje é sexta e para não perder o costume, tem mais um jantar da empresa que eu terei que comparecer. Confesso que estava sentindo falta, já que foi em uma dessas reuniões que Eduardo me pediu em namoro.

- Ei. - Henrique me cutucou.

- O que?

- Não vai se arrumar?

- Já está na hora?

- Não, mas você é enrolada. - riu.

- Estou cansada. - revirei meus olhos.

- Percebi, nem o uniforme tirou. - ironizou.

- E nem almocei. - fiz careta.

- Eu até tentei te chamar, mas...- disse rindo.

- Eu fiz de novo? - perguntei envergonhada.

- Sim. - segurou o riso.

- Desculpa? - pedi e ele assentiu enquanto soltava o riso.

- Confesso que hoje foi menos agressiva, nem tacou o celular no meu rosto. - rimos.

- Tenho sérios problemas com o sono.

- Não é difícil perceber, tenho dó do Eduardo.

- É, eu também.

Como sempre, eu estava atrasada para me arrumar. O jantar seria daqui duas horas e eu me conhecia bem, não conseguiria me arrumar há tempo. Mas não custaria nada tentar. Ajeitei meu vestido, tentando deixá-lo impecável, o que não foi muito difícil já que o tecido dele cooperou muito, ele era longo com uma abertura na perna direita e em um tom acqua, minha mãe sabia escolher muito bem! Sim, foi ela quem me deu o vestido, como sempre.

- Ainda não foi para o banho? - perguntou, Laura, parada na porta me encarando.

- Hoje, vocês estão no meu pé, hein! - exclamei fingindo estar brava.

- Precisamos chegar cedo.

- Você fala como se fôssemos fazer um papel importante essa noite. - zombo.

- E não iremos? - ergueu uma sobrancelha.

- Claro que não, só vamos para conversar, beber uns drinks sem álcool e pousar para as câmeras. - brinquei e ela permaneceu séria.

- Só se for você. - franziu a testa.

- Como assim?

- O pai do Henrique vai fazer uma parceria com a empresa dos Milanos e Henrique vai representar a empresa, tenho que estar lá para apoiá-lo. - ela estava, realmente, nervosa.

- É sério? - ergui a sobrancelha.

- Claro! Agora se arrume. - disse e se retirou.

- Está parecendo a minha mãe! - gritei e ouvi sua risada como resposta.

Corri para o banho, não queria que ninguém se atrasasse por minha culpa. Foi o banho mais rápido que tomei em toda a minha vida, sério, foram 25min de banho. Pedi Laura para me maquiar e ela já estava se maquiando, então foi mais fácil. Me vesti e fui arrumar o meu cabelo que por conta do coque, já estava ondulado o bastante, mais do que eu queria. Apenas o joguei de lado e calcei um salto básico. Cheguei na sala e Henrique parecia apreensivo.

- O que houve?

- Estou nervoso.

- Nunca fez isso antes?

- Pessoalmente, não. - me olhou, pude notar o desespero em seus olhos.

- Calma, você se sairá muito bem! - exclamei e me sentei ao seu lado, batendo em seu ombro.

- Assim espero.

- E então, vamos? - perguntou, Laura.

- Estava só dando umas dicas para o nosso empresário. - ela riu.

- Ele está precisando mesmo, me deixou estressadinha hoje! - exclamou e eu ri.

Logo, partimos e como de costume, fomos para o La Fiducia, onde era o príncipal ponto de encontro, pelo menos foi o que eu percebi desde que cheguei aqui. Avistei em uma mesa, Sr. Felipe que estava representando o Sr. Milano, minha mãe, os pais do Miguel e outros que eu não conhecia, sobrando apenas duas cadeiras que deduzi ser de Henrique e Laura. Logo atrás, estava uma outra mesa com uma cadeira vazia ao lado do Eduardo que, estava acompanhado de Gabriela, Murilo, Gabriel, Júlia e Miguel.

- Boa sorte! - sussurrei para Henrique.

- Valeu. - entrelaçou seu braço no de Laura.

- E para você também! - sussurrei para Laura que riu.

Eles pareciam aqueles casais finos, sabe? Porém, com 30 anos há menos.

- Boa noite! - me sentei ao lado do Eduardo.

- Boa noite! - responderam em uníssono.

- E o Fernando?

- Está em Angra. - respondeu, Gabriel.

- A...- antes que eu pudesse formular algum assunto, Júlia me interrompeu.

- Podemos conversar?

- Claro.

Nos levantamos e fomos para uma outra mesa.

- Sobre o que quer conversar?

- Queria lhe pedir desculpa..

- Pelo que?

- Aquele dia no hospital...- se explicou.

- Ah, tá tudo bem, já havia até esquecido. - sorri.

- Você não guarda raiva de ninguém não, é? - indagou rindo.

- Só do cara que matou meu pai, mas isso é outro assunto.

- Sinto muito...

- Está tudo bem. - nos levantamos.

Voltamos para a nossa mesa e...


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