A Escolha Certa

Gabriel - Capítulo 75

Acordo às 5 horas da manhã com uma tremenda dor no pescoço, dormir de mal jeito dá nisso. Olho para o lado e Miguel está ali, em uma posição pior do que a minha já que o sofá em que ele se encontra é menor do que o que eu estou. Eu poderia estar dormindo confortavelmente junto com a Marina mas esse cara ciumento não deixou e para completar, "por garantia" dormiu aqui também.

A Marina não sabe o bem que me faz me deixando passar o dia todo com ela, já que assim me preocupo com os problemas dela e os meus que se dane. Sempre tive dificuldade em manter amizades mas com a Marina é tudo tão fácil, ela é a irmã que eu não tive. O engraçado é que eu não sei exatamente como essa amizade começou, para mim ela era só mais uma de um grupo falso de amigos mas me surpreendi, já que para mim ela é a mais especial ali e se duvidar, a única. Não tem como não se encantar com ela, além de linda, tem um sorriso que cativa há quem passar, se importa com todo mundo mesmo que todo mundo não se importe com ela. Nunca achei que ela daria certo com o Eduardo porque além de galinha, ele não era uma boa pessoa. E olha só, até nisso ela veio para melhorar. Nunca o vi cara tão gay como o vi quando estava com ela e realmente, achei que eles ficariam juntos. Miguel é um cara gente boa e até torço por ambos mas tenho quase certeza de que não vai durar.

— Tá, chega de pensar na vida da Marina. — sussurro para mim mesmo.

Vou até a cozinha e tomo um copo de água na intenção de voltar a dormir, meu pescoço estala e a dor vem.

Ah, quer saber? Eu vou lá pra cima!

Subo devagar para o quarto da Marina, me deito ao seu lado e ela ao menos se mexe, pego um pouco de sua coberta, me cubro e viro para o outro lado.

[...]

Acordo com alguém praticamente arrombando a porta.

— Sabia que ia te encontrar aqui. — Miguel diz com raiva.

— Qui é, cara? Vai dormir. — digo e viro para o outro lado.

— SAI DE PERTO DELA AGORA! — Miguel grita, parecendo uma menininha.

— Não tá vendo que assim vai acordar ela? — questiono com raiva.

— MAS EU NÃO QUERO VOCÊ PERTO DELA. — afirma gritando e eu me levanto.

— Se você gritar mais uma vez, eu arrebento a tua cara. — afirmo o encarando.

— Acha que eu tenho medo? — ironiza e a minha vontade é de espancá-lo ali mesmo.

— Some daqui. — digo, o empurrando.

— Vamos ver com quem ela quer dormir. — diz indo até ela.

— Vai acordar ela só para isso? — questiono, erguendo uma sobrancelha.

— E qual o problema? — questiona de volta, como se estivesse fazendo o certo.

— Tu parece uma criança, cara. — digo revirando os olhos.

— Sou mais velho que você. — afirma enquanto cutuca a Marina.

— Pois é, nem parece. — retruco, o ignorando e pegando o meu celular.

— Gabriel. — me chama.

— Qui é, retardado? — questiono e ao olhar para ele, o vejo mais pálido que o normal.

— Por que ela não está acordando? — questiona desesperado enquanto balança o braço da mesma.

— Sai daí. — digo o tirando da minha frente. — Ei, Marina... Marina! Acorda!

— Será que ela entrou em crise novamente? — questiona e eu me assusto.