Eduardo - Capítulo 98

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Acordei com uma forte dor de cabeça, a claridade que invadia o local estava acabando com as minhas vistas. Por conta, da pouca abertura que meus olhos conseguiram fazer, constatei estar em um hospital. Assim que, ouvi aquela voz rígida pronunciar o meu nome, desisti de abrir os meus olhos, ouvir já era demais.

— Eduardo. — meu pai disse e minha cabeça doía mais, só de pensar no sermão que viria a seguir.

— Me desculpe. — foi a única coisa que ousei dizer.

— Me desculpe? — me imitou com um tom de ironia ou melhor, com todos os tons de ironia que existe. — É só isso que tem há dizer? — completou.

— Eu admito que errei. — afirmei.

— Olhe dentro dos meus olhos. — mandou e assim eu fiz.

— Arrrrrrgh. — rangi assim que a claridade entrou em contato com os meus olhos.

— Essa dor que está sentindo não é nem um porcento da decepção que estou sentindo! — exclamou e eu desviei o olhar. — Não, agora você vai me ouvir! Olhe para mim. — mandou novamente.

— Eu não quero mais escutar. — afirmei.

— Em que momento eu disse que você tem querer aqui, rapaz? — indagou arrogantemente, o que estranhei.

— Mas...— fui interrompido pelo mesmo.

— Também não te dei o direito de falar, quero apenas que me escute, eu te trouxe para cá porque eu via em você um homem maduro que estava aflito pela garota que eu julgava amar mas olha só no que você se tornou...— disse com desdém, apontando para mim. — Acha que ela vai querer alguém assim? Acha que tem o direito de entrar na vida dela sendo esse lixo? — indagou e ele não sabia que colocando-a no assunto, me feria mais do que tudo.

— A culpa é sua! — acusei em minha defesa.

— A culpa é minha? — indagou e começou há andar de um lado para o outro. — Me diga o porquê! Anda. — disse gesticulando com as mãos.

— Você pegou o meu carro, daí peguei o seu e eu sabia que se me parassem, ia dar mais merda pelo carro ser seu! — afirmei.

— E então, você decidiu colocar a vida de dois jovens em risco? Você acha que tem esse direito? — indagou e eu engoli em seco. — Responda, Eduardo! Acha que tem direito de colocar a vida de outras pessoas em risco por uma irresponsabilidade sua? — indagou e eu apenas, baixei a cabeça.

— Desculpe. — pedi, baixando o tom.

— Nunca pensei que fosse dizer isso mas você... você está de castigo! — exclamou e eu fiquei com vontade de rir. — Estou falando sério! — afirmou e eu engoli a risada.

Sabe aqueles pais super liberais que te deixa colocar a casa de cabeça para baixo, comer doces antes do almoço ou da janta, que te dá sorvete como café da manhã, entre outras coisas? Meu pai sempre foi assim! Castigo nunca existiu, apenas uma boa conversa que mais parecia um stand up comedy. O que me deixa pensativo, pois se ele me colocou de castigo é porque, realmente, extrapolei.

Assim que meu pai se retirou, uma enfermeira adentrou o quarto com uma bandeja que continha um copo com água e duas pílulas de remédio.

— Tá feia a coisa? — indaguei passando a mão na minha cabeça que estava enfaixada.

— Tenho certeza que não, graças há Deus, foi bem leve! — disse sorrindo e me entregando as pílulas.

— Hum... obrigado. — agradeci enquanto tomava o medicamento.

A Escolha CertaOnde histórias criam vida. Descubra agora