Marina - Capítulo 53

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Senti alguém tocar em meu braço.

- Sai daqui, Edu! Sai! - gritei.

- Sou eu. - olhei e quem estava li era o Miguel.

- O que está fazendo aqui? - o encarei.

- Reconheci você de longe, por que está chorando?

Não respondi, apenas o abracei. O abracei forte e ele retribuiu na mesma intensidade.

- Quer que eu te leve para a sua casa?

- Minha mãe está viajando. - respondi entre soluços.

- E não tem mais ninguém? Acho que você não confia tanto em mim ao ponto de contar. - sorriu sem graça e de certa forma, ele estava certo e os motivos são óbvios.

Na minha mente só veio uma pessoa: Felipe.

- Obrigada. - sorri e acariciei seu rosto.

- Não precisa agradecer. - aproximou seu rosto do meu e eu afastei.

- Não...- sussurrei virando o rosto.

- Desculpa. - pediu e eu assenti.

Fomos caminhando até a minha casa, olhei para a casa do Eduardo e ele estava presente, quando me viu, correu.

- Marina! - disse ofegante.

- Miguel, obrigada. - agradeci sorrindo.

- Tudo bem, até mais! - me deu um beijo na bochecha e saiu.

- O que significa isso? - perguntou, Eduardo.

- Custava dizer que não queria mais? - fui direta.

- Você entendeu tudo errado! - exclamou.

- Ah, é? E quem é aquela garota? - ergui a sobrancelha.

- Ela é uma amiga.

- Hum, amiga, claro... - ironizei, erguendo uma sobrancelha e bati o pé. - O que você iria achar se eu estivesse sozinha com um amigo no meu quarto? - fixei meu olhar no dele e ele parecia sem reação.

- Tá, você venceu! - ergueu as mãos em forma de rendição. - Eu errei.

- Ah, jura? - ironizei.

- Olha dentro dos meus olhos. - me encarou e eu olhei. - Acha mesmo que eu teria coragem de te trair?

Eu olhei firmemente em seus olhos e ele não desviou o olhar em nenhum momento, eu via tanta sinceridade. Ele não estava nervoso ou algo do tipo, estava muito calmo o que só comprova que ele não cometeu tal ato.

- Eu fiquei com medo. - cruzei os braços e abaixei a cabeça.

- De que? - levantou meu rosto e se aproximou.

- Você está estranho comigo e parece que todo mundo sabe o porquê, menos eu! - não pude evitar a maldita lágrima.

- Nós precisamos conversar.

- Ah, é agora...- desviei o olhar.

- O que é agora?

- Vai terminar comigo, não é mesmo?

- O que você tem? Tá chapada? - tocou no meu rosto.

- Não se faça de desentendido! O que quer falar comigo? Se quiser terminar, tudo bem, pode ir! Eu não vou correr atrás, eu vou su...- fui interrompida com um beijo.

- Relaxa! - pediu erguendo as sobrancelhas.

- Tudo bem...- respirei fundo.- O que é?

- Me chamaram para participar de um campeonato de surf! - exclamou e eu sorri.

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