Marina - Capítulo 69

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— Gabriel, tenho mesmo que ir? — indaguei ao me olhar no espelho.

— Poderia ter vindo falar comigo mas preferiu a Laura, deu nisso. — piscou.

— E o que você teria recomendado? — direcionei meu olhar para o dele.

— No mínimo, te levaria há um barzinho e te faria encher a cara para esquecer.

— Isso resolve?

— Comigo, sim.

— Mas você é insensível. — revirei meus olhos.

— Se eu fosse, nem te acompanharia. — piscou e eu ri.

— O que a Júlia pensa sobre isso? — apontei para nós dois.

— Ela não tem que pensar nada, vamos? — chamou, estendendo a mão.

— Você deveria cuidar mais dela, já que a ama. — retornei ao assunto.

— Mas eu não a amo, ela é um pé no saco! — afirmou balançando a cabeça negativamente.

— Por que está dizendo isso?

— Beleza, eu vou falar... terminamos algo que nem tínhamos hoje.

— Não vai me dizer que...— fui interrompida.

— Sim, terminamos por sua culpa! — afirmou, Júlia aparecendo ali do nada e eu olhei para o Gabriel.

— O que está fazendo aqui? — questionou, Gabriel e pela sua expressão, estava furioso.

— Tive que vir para ver se você realmente faria isso! — afirmou apontando o dedo na cara dele.

Isso não vai prestar...

— Você não tem que ver nada, afinal, não somos nada um do outro! — provocou e piscou.

— Gabriel...— o repreendi e ele riu.

— Relaxa...— sussurrou apertando a minha mão.

— Você roubou ele de mim mais uma vez, Marina, parabéns! — sorriu sarcasticamente enquanto batia palmas.

— Chega, Júlia! Somos amigos, apenas! — falei com raiva.

— Se é assim, por que não chamou o Miguel? — indagou com a mão na cintura.

— Não nos falamos há mais de uma semana. — ergui a sobrancelha.

— Mas tinha o Fernan...— a interrompi.

— Ele está com a namorada e eu nem converso tanto assim com ele. — me expliquei.

— Ah, dane-se! Que fosse com o capeta mas deixasse o meu namorado em paz! — afirmou com raiva e saiu correndo, só ouvi o barulho de um vaso sendo arremessado na parede.

— Gabriel. — chamei enquanto fechava os olhos e respirava fundo para não fazer nenhuma besteira.

— Será que foi algo muito caro? — me olhou assustado.

— Vai atrás dela. — afirmei o olhando e ignorando sua pergunta.

— Por que eu iria? Ficou louca?

— Porque você gosta dela e se ela der outro ataque desse, eu vou ter que guardar minha calma e arrebentar a cara dela, acredite, eu não quero isso.

— Marina, todos temos direito de errar, certo?

— O que isso tem haver?

— Eu errei ao achar que gostava dela, beleza, ela é linda mas não passa disso.

— Ela é legal só está nervosa, ela gosta de você.

— Legal como amiga, não é? E não, ela não gosta de mim só quer cumprir uma promessa idiota.

— Que promessa?

— Ela disse que quando levou um fora de mim, prometou a si mesma que iria me dar o troco.

— Que rídiculo!

— Pois é... então, estamos atrasados, vamos?

— Vamos.

Passamos pela sala e o vaso que ficava ao lado do telefone, havia se partido em milhões de pedacinhos. Não me senti nada confortável com isso, algo me incomodava, algo me dizia que aquilo não era um simples vaso. Parei e observei, realmente não é um simples vaso.

"— Olá, meu nome é Eduardo e eu sou o segurança disponível, algum problema que eu possa resolver? — perguntou sorrindo e eu arregalei os olhos.

— Você? — perguntei apontando e fazendo careta.

— É feio apontar o dedo. — disse sorrindo. — E sim, qual é o problema? — perguntou.

— Meu Deus... Desculpa pela pedrada que eu taquei na cruz, por favor! — falei fechando os olhos e ouvi a risada dele.

— Vamos fazer um trato? — perguntou.

— Não vou fazer nada com você! Quer dizer, se você não sair agora, vou tacar...— respondi olhando pros lados e avistei um vaso. — Esse vaso na sua cabeça! — falei firme pegando o vaso.

— Nossa, que agressiva. — disse rindo.

— Eu não estou zoando! — falei preparando a mão com o vaso.

— Eu só quero saber o seu nome. — disse franzindo a testa e eu fui para tacar o vaso nele mas ele correu.

— Isso mesmo e não volte mais! — falei gritando, guardando o vaso e indo pra fechar a porta, quando ele voltou.

— Ainda quero saber o seu nome. — disse sorrindo.

— Não vai saber! — gritei.

— Que gritaria é essa aqui, Mari? — perguntou o Murilo saindo do quarto.

— Droga! — falei passando a mão no rosto.

— Ah Mari, agora eu vou. — disse o Eduardo sorrindo."

Ouvi uma buzina, olhei para fora e Gabriel estava em seu carro me esperando.

— Que parte do estamos atrasados, você não entendeu?

— Já disse que estou indo! — avisei e novamente olhei para os pedaços do vaso.

Aquele vaso de uma certa forma, fazia parte da minha história com o Eduardo. O irônico é que ele também acabou em pedacinhos, assim como o meu coração.

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