Acordei sem ânimo algum e com uma tremenda vontade de chorar, depois do que fora dito na noite passada não consegui me manter calma e não queria deixar o Eduardo ir de forma alguma para essa viagem. Se a minha razão diz e meu coração concorda, pra quê discutir?
— Bom dia, minha princesa! — disse se virando para mim.
— Não me olha assim. — virei para o outro lado.
— Não quero que chore por minha culpa. — tocou meu ombro.
— Pensasse nisso antes de querer tirar o meu coração do seu lugar de origem.
— Como é? — só escutei um risinho.
Mas que droga é essa? Eu tô infeliz e ele está... ele está SORRINDO?!
— Por que eu tô ouvindo um risinho e tô com uma vontade de te matar? — virei para ele, o fuzilando com os olhos após confirmar minhas suspeitas.
— Vou te contar uma coisa. — disse se sentando na cama e eu fiz o mesmo.
— Vai contar mesmo? — sorri.
— Não é isso... é outra coisa. — me lançou um olhar com uma intensidade diferente.
— O que seria?
— Sempre achei que você se apaixonaria pelo Miguel ao invés de mim. — eu ri alto. — O que tem graça?
— Sempre achei o Miguel um gato, sério, gato mesmo...— Eduardo me interrompeu com um tapa na minha coxa. — É sério, sempre deixei claro, mas sei lá, se fosse em outros tempos, eu realmente, teria me apaixonado por ele, porém, você já havia chegado ao meu coração e eu só estava lutando contra isso, entende? Sempre achei que eu e Alex fôssemos o casal perfeito. — revirei meus olhos e Eduardo fez o mesmo.
— Mas a gente sempre brigou muito. — ergueu uma sobrancelha e pela sua expressão, estava lembrando.
— Bem que a minha mãe me avisou...— sorri e as palavras da minha mãe ecoaram na minha mente "Você está parecendo eu quando conheci seu pai, e bom, veja no que deu.".
— Ela torcia por mim? — ergueu a sobrancelha.
— Claro, meu primeiro encontro com o Miguel ela te enfiou no meio, esqueceu? — ri.
— Nossa, eu lembro. — disse rindo e seu riso se desfez após alguns segundos.
— Ei, não faz essa cara! Eu não sabia que gostava de você. — afirmei ao deduzir o que ele poderia estar lembrando.
— Não, isso ai eu já superei. — piscou soltando um risinho. — É que já são 8h30.
— Ah...— suspirei. — Que horas você pega o vôo?
— Às 10h.
— Huum. — me encolhi no edredom.
— Não faz isso. — me abraçou e me deu um beijo na testa.
Me levantei e fui correndo até a cozinha, peguei uma bandeja e preparei um café daqueles para o Eduardo. Eu precisava retribuir de alguma forma, queria marcar aquele momento. Quando voltei para o quarto, Eduardo parecia surpreso.
— Gostou? — perguntei ao colocar a bandeja sobre suas coxas.
— Já está pronta para casar. — brincou e eu ri.— Mas só comigo.
— Eu nunca que me casaria com alguém que não fosse você. — declarei e ele sorriu.
— Isso! — me deu um selinho. — Agora vou comer.
Assim que ele terminou, foi se arrumar e eu voltei há me deitar. Quando vi ele sair do banheiro exalando aquele perfume todo, meu coração começou há saltar dentro de mim.
— Você precisa mesmo ir?
— Preciso.
— Olha que você prometeu voltar, hein! — pisquei e me levantei.
— Eu sempre vou voltar para você. Só para você. — seus olhos estavam cheios d'água e após ouvir isso, os meus não estavam diferente.
— Corre aqui. — pedi e abri os braços.
— Nunca vou te deixar e mesmo se eu demorar, sempre guarde um vestígio do que sente por mim, pode ser? — apenas assenti apoiando minha cabeça em seu ombro, enquanto o abraçava forte.
— Pode passar mil anos, você vai me amar e eu vou ser pra sempre sua. — cantei em seu ouvido.
Não deu para controlar, eu chorei e ele também. Eduardo me apertava tanto em seus braços que parecia que sabia que algo iria acontecer, algo que iria nos separar, algo que iria destruir nossas vidas porque cá entre nós, não funcionamos bem estando um sem o outro.
[...]
Era 9h30, estávamos abraçados e sentados em um dos bancos do aeroporto esperando anunciarem o bendito vôo (para não dizer o contrário). Todos estavam presentes e me olhavam com uma expressão triste. Eu sabia que eles só estavam aqui pelo Eduardo e assim que ele embarcasse, irião se afastar novamente e eu iria estar sozinha, literalmente.
— Felipe não vai mais? — sussurrei.
— Vai só quando sua mãe voltar para não te deixar sozinha. — sussurrou de volta e eu sorri.
— Como ele é fofo, vem agindo como um pai. — olhei para o Eduardo que me olhou.
— Pode adotá-lo como pai, ele vai adorar. — rimos.
— Eu te amo. — o olhei e ele me abraçou.
— Vou ligar todos os dias e se eu não tiver créditos, pego o celular de quem for e ligo a cobrar, se eu sentir saudades, vou te chamar no skype e então se prepare, porque será todos os dias, mandarei snaps, postarei no instagram e estarei 24h por dia no twitter e vai ter áudio de bom dia, boa tarde e boa noite todos os dias no whatssap, beleza? — eu estava sorrindo igual uma idiota.
— Você lembrou! — sorri e o beijei.
— Como não? — sorriu.
— Espero que cumpra, hein! — exigi e o abracei.
— Capaz de você aparecer lá no outro dia caso eu não faça isso, não é? — concordei e ele riu.
— Tá, chega de papo! — exclamei e o beijei.
— Espero que não anunciem o vôo agora... — no mesmo momento, anunciaram.
— Droga. — sussurrei.
— Eu volto, lembra? — não respondi, apenas o beijei.
Todos se despediram e eu vi o Eduardo indo para o portão de embarque, eu senti que estava faltando algo.
— Ei, espera! — gritei e todos me olharam, enquanto eu corria até o Eduardo. — Ei! — cutuquei seu ombro.
— Marina! — me beijou novamente e eu sorri. — Não temos muito tempo.
— Infelizmente. — fizemos caretas. — Eu só queria te dizer que eu te amo e vou te esperar o tempo que for e caso você demore tanto ao ponto de me encontrar casando, sei lá com o Gabriel ou com o Miguel — falei rindo e ele me encarava. — Atrapalhe tudo, tá bom?
— Com certeza irei atrapalhar mas relaxa, vou voltar antes que algum desses dois idiotas possam te tocar! — parecia revoltado com o que eu disse e me beijou como nunca, até que fizeram a última chamada do vôo.
— Volta pra mim. — sorri fraco.
— Voltarei. — me deu um selinho e se foi.
Ele se foi e o pressentimento de que ele não vai voltar, continuava ali. Corri até onde os meus amigos estavam me segurando para não chorar, não me importei que eles tenham se afastado e nem nada, apenas abracei o Henrique que me lançou um olhar como se dissesse "Eu estava te esperando.".

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A Escolha Certa
RomantizmSinopse: Fazer a escolha certa. Simples, não?! Mas e se, essa escolha tivesse duas opções irresistíveis que demonstram te amar incondicionalmente? E então, você saberia escolher diferenciando o verdadeiro amor do amor carnal? Marina levava uma vida...