Marina - Capítulo 95

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Eu estava me sentindo mais sozinha do que nunca, o que é irônico já que me vi rodeada de todas as pessoas que eu amo. Eu sabia que precisava de um outro alguém ali, um outro alguém que no momento estava longe. Eu odiava o fato de acordar com ele em meus pensamentos e ir dormir da mesma forma, o pior é quando ele aparecia em meus sonhos. Me sentia longe dele fisicamente mas emocionalmente, é como se estivéssemos juntos a todo tempo. Não sabia se ele se sentia assim também e cá entre nós, nem queria saber. Só queria tomar uma atitude, levantar da cama e fazer algo diferente, algo que me fizesse querer viver mais. Tal atitude não seria tomada por mim, não sei bem o porquê, talvez não fosse a hora ou talvez seja covardia da minha parte. É estranho o que vou dizer mas eu não gosto do novo, o novo me dá medo, prefiro o antigo porque conheço, sei como irei reagir, como devo desviar, enfim, é mais fácil. Talvez essa seja outra característica da minha covardia.

— Marina, vamos fazer uma visita para a Laura? — indagou, Murilo, abrindo a porta com tudo.

— Hoje não. — respondi desanimada.

— Desde que voltou para a casa, está se isolando...— disse me observando. — O que está acontecendo? Quer voltar a morar com a Laura? — indagou se aproximando.

— Não é isso, só não estou em um momento muito bom. — expliquei.

— Vamos sair! — exclamou, tentando me animar.

— Não vai rolar. — afirmei fazendo careta.

— Tem alguém lá embaixo querendo te ver. — disse me encarando, talvez esperando uma reação nova.

— Manda o Gabriel subir. — afirmei normalmente.

— Não é o Gabriel. — afirmou, erguendo a sobrancelha.

— Quem é? — indaguei, talvez, um pouco curiosa.

— Desce que você vai saber. — disse piscando e batendo a porta.

Demorei exatamente 5min49seg para decidir se levantaria da cama ou não. Tomei um banho e me arrumei na maior lerdeza do mundo, na esperança de que esse alguém fosse embora e eu pudesse voltar a me deitar. Assim que terminei, desci e as pessoas estavam de costas, sim, eram duas pessoas. Eu reconheceria até se eu estivesse cega.

— Sério que me arrumei para receber vocês? — brinquei.

— Eu sei que sentiu nossa falta. — Érick disse me abraçando. 

— Nossa, como você está magra! — Miguel exclamou surpreso, me abraçando.

— Você fala como se isso fosse ruim. — falei rindo.

— Não que seja uma coisa ruim mas também não é boa, tô até com medo de te quebrar só com um abraço. — disse me encarando.

— Desse jeito, vai assustar a menina. — Érick disse, o reprovando com o olhar.

— Eu tô bem! — exclamei, cruzando os braços.

— Mas tenho que concordar, está precisando de uma academia. — Érick disse, me olhando de cima à baixo.

— Ei, dá pra parar? — indaguei, o cutucando e fechando a cara.

— É brincadeira. — disse rindo.

— Se vieram aqui para ficar com esse tipo de "brincadeira", dêem meia volta, obrigada. — afirmei, encarando os dois.

— Qual é, por que está tão apelona? — Miguel disse me puxando para si e me abraçando.

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