Marina - Capítulo 33

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Acordei com o sol vindo de encontro ao meu rosto, olhei ao redor e vi que estava no hospital. Droga, o que foi dessa vez?!

- Bom dia! - disse uma enfermeira, surpresa.

- Nem tão bom assim, não é mesmo. - forcei um sorriso.

- Vou chamar o Dr. - se retirou.

Não entendo como vim parar aqui...

- Acordou! - disse o Eduardo, entrando com tudo no quarto.

- Edu! - sorri e abri os braços.

- Você tem que parar de me dar tanto susto! - me abraçou e eu retribui com todas as minhas forças.

- Mas o que aconteceu?

- Não lembra de nada?

- Sinceramente, não.

- Você simplesmente desmaiou.

- Simplesmente desmaiei? Como assim?

- O médico está fazendo alguns exames pra tentar descobrir o que você tem. - acariciou o meu rosto.

- Mas eu tenho que ir embora. - lembrei da festa que já havia remarcado.

- Não, você não vai. - me encarou.

- Você não entende! - exclamei brava.

- Talvez não entenda mesmo, mas quem tem que entender algo aqui é você, sabe há quantos dias você estava desacordada? - fiz que não com a cabeça. - Há dez dias! - exclamou e eu arregalei meus olhos. - Está tendo um pouco de noção sobre a gravidade da situação? - permaneci calada. - Então, não discuta comigo, apenas faça o que é melhor pra você. - segurou fortemente a minha mão.

- O que será que eu tenho?

- Não sei, mas seja o que for, vamos resolver. - sorriu, transmitindo uma calma fora do normal.

- E se eu morrer? - desviei o olhar pro nada.

- Eu fiquei dois meses desacordado e você colocou fé que eu acordaria, então agora coloque fé em si mesma, pode ser? - fiz que sim com a cabeça.

- Como foi lá com o seu avô? - perguntei.

- Foi péssimo, ele faleceu no mesmo dia. - desviou o olhar, limpando uma lágrima rapidamente.

- Vem cá. - o abracei e fiquei fazendo carinho em seus cabelos. - Eu sinto muito... muito mesmo.

- Não quero perder mais ninguém! - me apertou em seus braços enquanto fixava seu olhar no meu.

- Tá tudo bem, amor, não vai me perder. - sorri e ele forçou um sorriso. - Não quero um falso, quero um verdadeiro, anda. - exigi e ele sorriu.

- Eu te amo demais! - me beijou e eu retribui com todo meu amor.

- Eu também te amo! - falei entre o beijo.

Eduardo passou o dia comigo, mas sem querer, eu não dei muito assunto, pois estava com a cabeça em outro lugar, não sei o porquê, mas sentia que essa não tinha sido a primeira vez. Minha mãe chegou para que o Eduardo pudesse ir descansar um pouco, ele ainda insistiu em ficar mais, mas ele precisava ir, não era saudável ficar tanto tempo se preocupando só comigo.

- Vem, vou te ajudar a tomar um banho. - disse minha mãe, me segurando pelo braço, me ajudando a caminhar até o banheiro.

- Calma, não sou uma inválida, consigo andar sozinha. - ri e ela continuou séria.

- Não, não consegue. - disse, como se realmente, soubesse.

- Tem algo pra me contar? - ela parecia estar nervosa.

- Não, não tenho. - fechou os olhos e respirou fundo.

- Tem certeza?

- Sim, toma o seu banho, se precisar de algo, é só me chamar. - apenas assenti.

Fui dar um passo em direção ao chuveiro, mas desequilibrei e me apoiei na pia.

- Viu? - perguntou minha mãe para o médico que me olhava surpreso.

- Ajude-a. - disse o médico e se retirou.

- Vem. - disse e me ajudou a tomar banho.

Voltei a vestir a camisola do hospital e sentei na cama, enquanto minha mãe penteava meus cabelos, como se eu tivesse oito anos de idade.

- Ai, minha pequena. - a olhei e seus olhos estavam marejados.

- O que houve? - estranhei sua reação.

- Saudades de quando você era menor. - sorriu em meio as lágrimas.

- Também tenho saudades daquela época, do papai...- sorri ao me lembrar.

Minha mãe passou a noite comigo, o que me surpreendeu, ela realmente está dando um tempo do trabalho. Acabei dormindo, tive uns relances da minha mãe conversando com o médico e ele havia dito algo muito ruim, pois vi as lágrimas escorrer por todo seu rosto. Infelizmente, o sono foi mais forte e me rendi.


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