Não preguei os olhos a noite toda.Será que eu estava agindo errado quando não contei para a Clarice? Nosso relacionamento anda tão bem que, se eu estiver fazendo algo para acabar com isso, estarei sendo o cara mais otário do mundo. Está resolvido, contarei hoje! Espero que Marina acorde hoje também.
Ouvi um choro bem baixinho, me levantei e corri até a cama da Marina. Ela estava chorando enquanto dormia, ignorei o fato do médico ter dito que acordá-la não seria uma boa opção e tentei, mas deu na mesma. Toquei em seu rosto e senti o suor gelado, algo estava muito estranho.
Corri até a enfermeira e a mesma me disse que, o médico não estava de plantão hoje, sendo assim, ele não estava ali no momento.
Sinto muito, hoje vai ser o seu plantão sim!
Pedi o número do médico para a enfermeira que fez menção em não dizer, bastou olhá-la sério para me passar rapidamente.
Liguei e ele me atendeu na primeira chamada, assim que contei o que estava acontecendo, ele pediu para que eu não saísse de perto da Marina enquanto ele não chegasse. O tom na sua voz me assustou tanto que enquanto eu ainda estava no celular, corri de volta para o quarto.
Acordei o Gabriel que, dormia como uma pedra. Ficamos cada um de um lado da cama da Marina.
— Isso é normal? — indagou, Gabriel apontando para Marina que parecia estar com dificuldades para respirar, se debatendo como se estivesse tendo uma convulsão.
— Nada disso é normal. — respondi apreensivo, segurando na mão da Marina que estava muito gelada.
Estávamos esperando o médico chegar quando ouvimos o monitor cardíaco emitir um bip contínuo, eu sabia muito bem o que aquela merda significava e isso não iria acontecer!
— Não saia de perto dela, por nada! — avisei para o Gabriel que apenas assentiu com a cabeça.
Eu já estava ligando novamente para o médico quando o mesmo, veio ao meu encontro.
— Ela melhorou? — indagou, indo para o quarto.
— Essa não é uma boa hora para você andar e sim, correr! — avisei.
— Como é? — indagou, estranhando.
— Corre! — avisei e corri na frente.
Enquanto corria, vi ele chamar algumas enfermeiras e todas correram para o quarto.
Assim que chegamos, o bip continuava na mesma frequência.
— Saiam do quarto, por favor. — o médico pediu e nós saímos.
Novamente, ficamos na recepção há espera de respostas.
— O que faremos? — indagou, Gabriel.
— Você, eu não sei... mas eu vou avisar a mãe dela. — respondi e me afastei.
Liguei para a Clarice e assim que ouvi o seu "alô", um nervosismo me tomou por inteiro.
— Amor? — chamou novamente.
— Oi linda. — respondi nervoso.
— Está acontecendo alguma coisa? — indagou, estranhando.
— Pior que está. — confirmei.
— É com a Marina, não é? — indagou e pelo seu tom, já estava mais nervosa do que eu.
— Sim...— respondi mas ela me interrompeu.
— Ele a encontrou? Responde, Felipe!
— Não, é pior...
— O que aconteceu? Me diz!
— Ela teve uma crise novamente...— respondi e ouvi seu suspiro de alívio, o que não durou muito tempo.
— Mas ela sempre acorda. — afirmou sorrindo.
— Não foi o que aconteceu dessa vez. — retruquei.
— Como assim? — indagou e vi o médico se aproximar de nós.
— Espera só um pouco! — pedi, enquanto colocava a mão para ela não ouvir, ainda não.
O médico nos contou que a Marina estava tendo ataques cardíacos enquanto "dormia" e ela não estava nada estável.
Contei para Clarice que disse que hoje mesmo, voltaria para o Rio.
— E aí, conseguiu falar com ela? — indagou, Gabriel.
— Sim, ela está vindo. — respondi encarando a parede.
— Por que está assim? — indagou e eu nem fiz questão de olhá-lo.
— Não é nada. — respondi "calmamente".
— Mas...— ninguém contou para esse moleque que eu odeio interrogatório?
— Não é nada. — afirmei novamente, o encarando e ele apenas assentiu.
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A Escolha Certa
RomanceSinopse: Fazer a escolha certa. Simples, não?! Mas e se, essa escolha tivesse duas opções irresistíveis que demonstram te amar incondicionalmente? E então, você saberia escolher diferenciando o verdadeiro amor do amor carnal? Marina levava uma vida...