50: Os Visitantes

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Bella







-E quando vou saber se é meu sobrinho ou sobrinha?. Perguntou Jack rompendo o silêncio mórbido a mesa posta para o café da manhã, me virei para meu irmão mais velho, ele sorria de modo amável, devolvi o sorriso com igual afeição olhando a mesa cheia, todos estavam aqui reunidos na sala de banquete da suntuosa mansão era uma sensação boa ter a casa cheia com os rostos mais queridos, os amigos de Adam, todos presentes haviam regressado da missão de encontrar o culpado da morte de Alfred de mãos vazias, eles conseguiram localizar o garçom da festa que tinha me servido a taça depois de dois meses de buscas... o garçom, um homem conhecido pelo nome de Sebastian M. Scherzinger, era um imigrante que entrara clandestinamente no país sem o visto e usava um nome falso para poder trabalhar por isso a demora para encontrá-lo... o interrogatório não deu em nada, Sebastian ou seja lá qual for seu nome era inocente... os membros do clã não estavam muito contentes com isso assim como Adam, sem pistas todos se sentiam frustrados, no escuro.
         Minha família também estava a mesa, meus pais, irmãos, Maria e Tita, todos juntos... era para ser uma manhã agradável em família, mas o fracasso nas investigações tinha deixado uma nuvem obscura pairando sobre a mesa... eu não os culpava, aliás a ninguém as vezes era melhor que algumas verdades permaneçam ocultas nas sombras, eu não buscava por vingança nem por justiça só queria viver em paz ao lado daqueles que amo... apertei a mão de Adam sobre a mesa para que ele desperta-se do rumo pelo qual seus pensamentos trilhavam virando para meu irmão Jack a fim de responder sua pergunta.
-A consulta está marcada para semana que vêm, vou fazer a ultrassonografia, o médico disse que se tivermos sorte poderemos saber se é menino ou menina... não que eu me importe com isso mas se for para satisfazer a curiosidade de todos, porque eu já sei que é um menino. Falei, Adam riu fracamente o que foi uma surpresa em vista de sua expressão amarga agora suavizada pelo assunto do bebê, eu sorri para ele com carinho e ele relaxou mais na cadeira.
-Isso é o que vamos ver. Provocou ele, todos estavam comendo em silêncio quando as portas se abriram de forma brusca e repentina assustando a todos... bem todos os humanos que não tinham uma habilidade auditiva além da conta.
       Olhamos para o rosto aturdido de Tobey um dos seguranças, o pânico em seus olhos trouxe todo o meu medo a tona, o medo que lutava para reprimir e em um segundo de angústia eu pensei que tudo estivesse acabado... ele estava aqui e veio me buscar. Tobey estava branco enquanto o olhava nauseada, ele engoliu em seco e se recompôs assumindo uma postura mais profissional desculpando-se pela invasão.
-Senhor?. Perguntou Tobey se dirigindo a Adam entrando apressado após escancarar as portas do salão.
-O que houve Tobey?. Perguntou Adam avaliando a fisionomia do garoto enquanto ele seguia apreensivo até o assento de Adam.
-Senhor tem uma pessoa aí fora... eu não sabia se o senhor gostaria de recebê-lo, creio que ele não seja bem-vindo mas insiste em vê-lo. Disse Tobey, os outros o olhavam com interesse, eu não sabia o que fazer fui tomada pelo pânico... se ele realmente estivesse aqui... pensar no que aconteceu a tantos séculos, nos danos, no meu medo, na dor de Adam, tudo sendo revivido outra vez pela presença obscura de um senhor, O Príncipe Sombrio... eu não entendia porque o desespero e a obstinação em me ter ao seu lado... porque razão?
-Pois então mande entrar estou curioso. Disse Adam quando vimos um homem com um rala barba no rosto aproximar-se do salão o alívio quando o vi me fez soltar a respiração presa na garganta como se algo estivesse me estrangulando... então era esse o motivo de todo aquele alvoroço de Tobey, eles o conheciam bem, todos nós... por isso, todos os irmãos de Adam, o clã se colocou de pé ao reconhece-lo, os olhares frios para o visitante... os olhos inconfundíveis dele, calmos demais sem qualquer vestígio de medo, seguro de si, o olhar frio e dissimulado que não se podia esquecer casou um onda de descontentamento diante a figura que se aproximava... era quase tangível a animosidade, o ressentimento no ar pelo visitante... ele não se aproximou da mesa extensa, não adentrou a sala mas parou na porta e se encostou no batente com um sorriso fraco nos lábios pálidos, ele estava mudado o cabelo mais comprido mas os olhos sempre seriam os mesmos.
-Acho que não preciso ser anunciado não é mesmo?. Perguntou ele, ouvi rosnados baixos de rancor... olhei o rosto de Adam e coloquei minha mão sobre a dele em punho na mesa.
-Acalme-se. Pedi enquanto Adam olhava friamente para o homem de olhar de gelo parado na porta... Adam me olhou, as súplicas em meus olhos o ajudaram a se acalmar.
-Por favor. Pedi, ele se sentou mas a expressão ainda era rígida, os outros sentaram olhando Mikael fixamente esperando qualquer movimento para atacar, olhei a mesa com exceção da surpresa de Charlie e a minha e da minha mãe que estava aterrorizada, todos pareciam guardar raiva dele... eu me coloquei de pé para olha-lo ainda segurando a mão de Adam com firmeza.
-Seja bem-vindo a nossa casa Mikael, já faz tanto tempo que você se recolheu em silêncio afastando-se de todos, ficamos preocupados, espero que esteja bem agora... a que devemos o prazer de sua visita? Imagino que não seja apenas para rever alguns velhos amigos. Disse fitando-o com curiosidade, ele não se moveu mas sorriu direcionando o olhar gélido para mim.
-Não posso nem imaginar o que ele veio fazer aqui mas duvido muito que seja coisa boa... podemos esperar qualquer coisa vinda dele. Disse um outro alguém destilando sua desconfiança nas palavras... a voz, embora mais grave não me era estranha, eu conhecia aquela voz e quando me virei para a porta de acesso a cozinha me deparei com alguém que realmente não esperava ter encontrado ali... além daquelas outras duas visitas inesperadas de meu irmão Charlie e de Mikael havia um outro alguém que meus olhos, incrédulos, fitavam assustados... como se realmente estivesse vendo uma aparição fantasmagórica de outra mundo... ele assim como todos os outros encaravam a figura despreocupada de Mikael como águias esperando o peixe saltar para fora d'água... de braços cruzados alguns passos próximo a cadeira de Adam olhando com ferocidade estava...
-Matt?. Perguntei surpresa, incapaz de desgrudar os olhos dele, em choque... me lembrei de seu enterro, eu levei flores a seu túmulo, não era para ele estar aqui agora... impossível.

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