BellaNaquele hall sentada ao lado de Branca, eu acreditava apenas na pureza daquela moça e em sua preocupação exagerada comigo e não quanto ao que ela havia dito... o pressuposto do fim, o presságio da morte, o erro... não havia significado oculto para mim naquela conversa banal, não era importante... minhas preocupações eram com o futuro bebê e se eu conseguiria ser uma boa mãe, me atentei é claro com demonstração de carinho de Branca preocupando-se comigo e mais nada... e Alfred e o seu ceticismo também não me ajudaram com as pistas.
-São apenas crendices senhora... histórias inventadas, não lhe dê ouvidos. Disse ele, Branca me fitou constrangida.
-Eu vim de um lugar... onde se esperava que a magia resolvesse tudo, um beijo e nada mais... parece que meus problemas acabariam, virariam pó... mas não é dessa forma que as coisas acontecem... muitas histórias são tão tortas quanto às linhas onde Deus prescreve nosso destino. Disse Branca, eu acariciei sua mão.
-Obrigada por se preocupar conosco minha querida mas eu estou muito bem. Garanti, ela suspirou e sorriu.
-Sim senhora... me perdoe, posso me retirar agora?. Perguntou ela, eu assenti e ela se levantou.
-Ah lamento tanto... como pude me esquecer. Disse Alfred com um sobressalto, eu o olhei.
-O que foi Alfred?
-Esqueci-me de trazer-lhe seu chá minha senhora. Disse ele irritado consigo, eu ri enquanto Adam aparecia com Shadow e Hunter brincalhões... ele colocou o curativo no corte profundo e beijou minha mão.
-Tudo bem Alfred... não precisa mais, não estou com vontade, me sinto enjoada. Falei quando Victória apareceu com uma xícara de chá nas mãos e a levou até mim... eu recusei.
-Quer que eu chame um médico?. Perguntou Adam, eu me levantei.
-Não é necessário é só enjoo...
-Eu vou ligar. Disse Adam decidido, eu parei e olhei para ele.
-O que?... acho que é você que está precisando de chá aqui e não eu... você precisa se acalmar homem!. Disse virando-me para Victória e enquanto estendia as mãos para a porcelana branca com detalhes prateados, ela a deixou cair com uma expressão estranha... parecia pavor. Alfred a olhou insatisfeito.
-Ja são duas vezes hoje, tenha mais cuidado mocinha. Disse Alfred desconte enquanto ela juntava os pedaços brancos de porcelana.
-Não era pra ser. Sussurrei, ela ergueu o rosto para mim... a expressão dura parecia frustrada... eu também estaria se fosse o meu dia condenado ao azar.
-Acho melhor me deitar um pouco, meus pés doem... com licença. Falei, eu me conduzi a escada, cansada e tonta como estava o melhor lugar para ir seria cama.
-Eu a acompanho. Disse Adam seguindo atrás de mim, depois de um cochilo o almoço foi tranquilo na varanda, Adam com meus pés em seu colo massageando lenta e muito delicadamente com as mãos precisas em cada parte, eu me sentia radiante enquanto o observava, ele me olhou com alguma especulação naquele olhar tentador quando gemi de prazer no instante em que pressionou delicadamente a parte debaixo do pé com os polegares.
-Como se sente?
-Nesse momento nas nuvens. Suspirei, ele riu roucamente.
-Não... como se sente com relação a tudo? Quando descobriu que poderia estar grávida?. Perguntou Adam, eu o olhei pensando na pergunta.
-As vezes me sinto triste...
-Se sente triste? Porque?. Perguntou ele surpreso, eu sorri cutucando-o no abdômen exposto com o pé livre pousado em seu colo.
-Adam é a primeira vez que serei mãe, é aterrorizante, não existe manual para isso, nem sei como reagir quando ele estiver crescendo... quando tiver dúvidas sobre a vida, como vou responder como aconselhar quando ele precisar de um conselho...
-Esta sofrendo por antecipação, ele ou ela ainda nem nasceu. Disse ele banalizando meus medos
-Não... não nasceu mas isso não faz com que eu me sinta menos preocupada, menos responsável por ele...
-Você não está sozinha. Disse ele esticando o braço para colocar a mão em meu rosto, eu a segurei ali olhando em seus olhos.
-Sei que não... mas veja você, vai ser pai pela primeira vez isso não o perturba? Agora é certo, vamos ter um filho... lembro-me de certa insegurança de sua parte a alguns anos.
-Você me disse que só porque tive uma experiência ruim com meu pai no passado que isso não significava que será da mesma forma entre meu filho e eu... que o mesmo não se repetirá. Disse ele olhando a vista enquanto fazia massagem em mim.
-Mas é verdade. Disse a ele, Adam pareceu duvidar disso e me olhou inseguro.
-E se o ciclo se repetisse? Se eu fosse um péssimo pai como fui um filho nada exemplar...? Como teria tanta certeza de que não fosse cometer o mesmo erro? Só que pior porque agora os papéis se inverteram, eu sou o pai como seria diferente do que era? Se não fosse tão condescendente? Tão compreensivo? Um bom entendedor? Um amigo? Como não errar com ele?. Perguntou ele, eu toquei seus lábios, ele estava começando a entrar em pânico.
-Esses questionamentos podem lhe dar uma direção... se não estivesse preocupado, se não se perguntasse como deveria agir... ai sim eu admitiria que me casei com o homem errado. Falei, ele riu e me puxou para seus braços, eu o abrecei.
-Mas não Adam, a cada dia tenho mais certeza que você foi a melhor escolha da minha vida... você vai se sair bem acredite, até melhor do que eu... você tem experiência o suficiente com Rosemary para tranquilizar-se... talvez não tenha percebido mas com ela as vezes você se esquece de que é apenas um irmão e age exatamente como meu pai me trata... e ela é adulta a bastante tempo, não pense que você não foi importante para ela nesse sentido quando seus pais se foram sem si der conta você assumiu vários papéis para ela, fico impressionada, admirada com isso. Falei, ele piscou.
-Como assim?
-Você foi um amigo fiel quando ela precisou de um, cedeu seu ombro para ela enquanto chorava, foi um irmão amoroso apesar das queixas de que você irritante. Disse tocando seu rosto, ele sorriu.
-Soube ser uma mãe amorosa quando ela precisou de carinho e cuidado, soube ser um pai compreensivo, ponderado que sabe dar limites quando necessário... talvez Rosemary não precisasse de sua ajuda em certas áreas por que ela não é mais criança, ensinar-lhe a se vestir, a comer, a tomar banho... você ficou livre dessa tarefa mas não quer dizer que ela não precisasse de você de qualquer forma depois de adulta porque ela não tinha mais sua mãe e nem o pai... você foi essencial para Rosemary. Disse, ele pareceu pensar...
-Imagine como teria sido se você tivesse faltado a ela? Se tivesse morrido com seus pais? Como acha que ela se sairia bem sozinha? Sem ninguém ficaria perdida... você não tomou o lugar deles nem os substituiu só foi o que ela precisava em cada momento de dificuldade, esteve lá para ela o tempo todo e ainda está. Falei, ele concordou e suspirou parecendo relaxar.
-Mais tranquilo agora?. Perguntei, ele assentiu e eu o beijei brevemente, olhei em seus olhos.
-Na hora certa saberá o que fazer não se preocupe você é tão bom quanto pensa e eu estarei aqui para apoia-lo... seremos um time. Disse, ele me olhou afetivamente.
-Eu te amo.
Voltamos ao escritório aquela tarde, olhei contente a janela enquanto me acomodava a mesa, Rosemary já estava cuidando dos preparativos para a comemoração correndo de um lado a outro no jardim com Branca atrás dela, senti Adam me beijar, eu me virei e beijei seus lábios completamente feliz.
-Não se canse demais por favor... e se precisar de...
-Sim, eu já sei... devo chamá-lo imediatamente, não se preocupe estamos bem. Falei, ele me beijou outra vez me olhou ansioso por um momento, eu suspirei, ele estava começando a ficar impossível.
-Adam... eu estou grávida e não a beira da morte... não precisa ficar tão agitado assim. Falei em tom de repreensão, era aceitável que ele ficasse preocupado e fosse cuidadoso por ser o primeiro filho, pai pela primeira vez... mas ele estava exagerando... era cuidado demais... aliás não era só ele, todo mundo da casa de repente parecia bastante ciente da minha existência mais do que o natural, talvez Adam devesse ter sido mais discreto quando pedira a Alfred para espalhar a notícia.
-Não se esforce... eu estou bem aqui ao lado. Disse ele, eu assenti e ele entrou no escritório e mais tarde durante a noite a festa seria realizada no jardim dos fundos, o clima era de alegria enquanto trabalhava bastante atarefada flagrei algumas pessoas passando pelo gramado com balões de festas infantis como corações, cachorros de balões espaguete em tons de azul claro, Rosemary realmente estava animada e decida a desempenhar um ótimo trabalho...
Teria sido uma bela festa daquelas alegres e divertidas, uma boa recordação dedicada ao momento mais feliz da minha vida... parecia mais um chá de bebê, a decoração com ursinhos e tudo, um fofura... teria sido boa lembrança mas não foi...
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A Presença
RandomLivro II Bella encontrou seu verdadeiro amor, a metade que lhe faltava e que sem ela sua vida seria uma desilusão emoldurada pela tristeza, com a nova chance de viver a paixão que foi antes interrompida pela morte da moça, onde puderam recomeçar de...