Bella
Adam estava ansioso no hall de entrada de nossa casa, andando de um lado a outro aguardando a chegada do Conselho quando a campanhia tocou.
Elas vieram em mantos brancos, o rosto coberto por um longo capuz, entraram uma a uma e descobriram seus rostos familiares... da esquerda para a direita, Maria, minha babá, Karoline Stein esposa de Carl nosso motorista e Emily Watson dona do café onde Tita trabalha e tia de Loren minha amiga que se foi estudar magia em algum lugar do mundo mágico, as três bruxas da Luz, uma tríade.
-Agradeço que tenham vindo a nossa casa. Disse Adam, eu me levantei do degrau da escada onde havia sentado a pouco para aguardar a chegada delas... Derek também estava presente e Emma estava com Branca lendo algum bom livro na biblioteca.
-Sejam bem-vindas. Ofereci-lhes um sublime sorriso hospitaleiro indo abraça-las.
-Como vai Emily?... Karoline como estão as crianças?. Perguntei enquanto as abraçava e recebia seu carinho e seu apoio, Maria foi a última a quem me dirigi, a segurei em meus braços por um momento a mais, me afastei segurando suas mãos fitando seus olhos amáveis, agradecida estava eu por elas estarem ali mesmo que Clarie não estivesse presente, com o perigo tão próximo bem-vinda era a sensação de segurança que sentia com suas presenças em nossa casa.
-Obrigada... a todas vocês, estou muito feliz que estejam aqui. Falei, Adam envolveu minha cintura podia sentir sua ansiedade e seu alívio.
-Agora que está aqui Maria gostaria de lhe contar em primeira mão sobre meus planos de levar Bella para outro lugar, distante disso, talvez haja uma possibilidade maior se nos afastarmos. Disse ele, Maria se mostrou inflexível.
-Inconcebível senhor Lichtenfels, não diante do que estamos enfrentando.
-Ouça por um momento por favor Maria, se formos embora agora para outro país, talvez isso pare de perseguir Bella. Tentou Adam, Maria balançou a cabeça devagar ia começar a discutir mas Emily interveio.
-Isso não garante nada senhor Lichtenfels, não se trata de uma pessoa é uma entidade espiritual maligna... vai seguir vocês para onde forem, tem que ser neutralizado aqui... sei o que está tentando fazer, proteger Bella também tem sido uma missão importante para todas nós, a missão de nossas vidas... e não vamos abandona-la. Interrompeu Emily tensa como todos nós, ela começou a andar pelo hall da casa com cautela olhando desconfiada para todos os lados.
-A missão de suas vidas é... me proteger...?. Olhei Maria indagando a questão mas ela não disse nada, apenas me olhava... que sentido havia nisso? Me proteger do que? E porque?
-Está frio aqui. Disse Emily trazendo-me de volta ao momento... ela ainda passeava pelo hall passando as mãos nos braços para se aquecer, os olhos brilhantes guardavam precaução, franzi a testa observando-a... não estava frio.
-Para mim pelo menos a temperatura está agradável, não sinto frio.
-Não é esse tipo de frio Bella querida. Disse Emily, ela começou a recitar algo em um sussurro baixo, em uma língua estranha... olhei Karoline em busca de apoio.
-Ela sente a outra realidade, o mundo entre nós, o plano espiritual... o que está sentindo E?. Perguntou ela a Emily que ainda olhava a casa apreensiva.
-Agora que me dei conta... nunca tinha entrado aqui antes mas meu Deus é tão... forte, sim está aqui em algum lugar ou melhor esteve, não está aqui agora neste momento mas sua presença deixa uma marca na casa, está aqui a muito tempo mas ainda é recente, apenas alguns anos, três ou quatro anos diria... suficiente para deixar a marca, isso não é bom... Maria precisamos agir logo, agora.
-O quê ela quer dizer com marca?. Perguntou Derek, havia me esquecido que ele estava ali conosco, sua presença era sempre muito discreta, silencioso como um gato, Karoline respondeu a sua pergunta.
-Seres de grande poder como a presença que está na casa costumam deixar uma marca, um rastro, uma assinatura espiritual... Emily é boa em identificar essas coisas, também sinto mas não é tão específico para mim, tão emotivo como é para ela... para mim é um calafrio horrível como um aviso que me diz que devo ir embora... felizmente faremos o feitiço fora da casa. Disse Karoline pouco a vontade.
-Se é capaz de deixar uma marca suponho que não deva ser um espírito comum... já testemunhei casos de possessão antes mas nunca vi nada assim antes. Disse Derek, o observei intrigada.
-Os espíritos humanos não tem tamanho poder para agir no plano dos vivos isso demanda energia... espíritos que tem força de intervenção no plano material são geralmente sujeitos a emoções bastante fortes mas ainda sim a interação é mínima, derrubar coisas, mover objetos de lugar, pequenas aparições são coisas que são capazes de fazer mas machucar ou até mesmo possuir um ser vivo é muito difícil, o hospedeiro precisa resistir e enfraquecer sua vítima para se manter no corpo e domina-lo, não é uma coisa tão fácil de se conseguir assim como nos filmes, as vezes a "concha" o corpo humano que está ocupado pode rejeitar o invasor sem nem mesmo travar uma batalha com ele é praticamente impossível e mesmo que se um espírito comum conseguisse possuir um humano ele não poderia se manter naquele corpo por mais de um minuto a menos que ele não seja um espírito humano. Disse Karoline ainda olhando cada vez mais apreensiva, Maria estava absorta em Emily, percebi que o que ela dizia tinha importância para elas, Emily ainda observava o interior da mansão vagando temerosa, cada passo medido como se testa-se onde estava pisando.
-Como Karoline explicou um espírito humano comum não possui a capacidade para manter-se fixo a "concha" já um espírito maligno pode ser forte o suficiente para causar um sério dano no plano físico e nas pessoas que aqui habitam já que pode possuir sem limitações... um espírito maléfico aliado a um corpo físico, ambos conectados, corpo e mente pode ser indestrutível... se a menina que morreu foi possuída certamente deve ser uma entidade muito forte, capaz de interferir no plano dos vivos e no dos mortos seu poder é ilimitado, mas se ele não possui mais uma "concha" já que a menina não está mais viva para usá-la, a entidade pode tentar possuir outro, quem quer que seja... há uma presença de poder extremo aqui, não há dúvidas. Disse Emily, hesitante ela havia parado a frente de um dos pilares de sustentação e tocado, ela pareceu enfraquecer por um instante perdendo o equilíbrio, Karoline a apoiou segurando-a.
-Um demônio? Tem certeza?. Perguntou ela, Emily assentiu e olhou Maria que chegou mai perto.
-Não há relatos de demônios que se manifestam nesse plano a milênios, é algo que demanda uma energia suprema... apenas aqueles que tem maior autonomia na casa de satã tem poder para tanto, seus súditos mais próximos... mas por que motivo uma entidade das trevas haveria de se expor apenas para infernizar a vida de um ser humano mortal sem qualquer importância?. Indagou Maria, todas elas me olharam.
-Não estamos falando de um ser humano qualquer Maria. Disse Emily Watson olhando-me com aflição mas havia mais em seu olhar um anseio, uma esperança, aliás às três bruxas me olhavam do mesmo modo... elas esperavam alguma coisa de mim mas não conseguia decifrar o que era.
-Não, não estamos. Concordou Maria olhando-me por mais um segundo antes de se voltar para Emily como todos nós esperando uma confirmação, Adam segurava a minha mão a bastante tempo, a dele estava quente e a minha estava fria mas eu não conseguia absorver o calor... eu estava com medo por ele e por meu bebê.
-Sim, não há dúvidas, há uma presença ameaçadora na casa, demoníaca. Disse Emily, senti Adam apertar minha mão com mais força, Maria e Karoline empalidecerem, notei também alguma reação vinda de Derek mas não me demorei nele o suficiente para identificar o que era... estava pensando no bebê, levei a mão livre a barriga.
-A presença de um guardião se faz necessária então... mas não se preocupem, ele é dócil... vamos Emily. Disse Maria, a senhora E ainda olhava receosa para todo o canto quando algo a distraiu, ela olhou para Derek ali de pé primeiramente espantada mas depois deslumbrada, até mesmo fascinada.
-Eu não posso acreditar no que vejo. Disse ela embasbacada olhando Derek, uma insinuação de confusão fez franzir suavemente sua testa mas os olhos eram pacientes, Maria pegou o braço de Emily fitando Derek também.
-É eu sei... ele é mesmo um colírio para os olhos. Disse ela virando-se para mim, franzi o cenho com sua expressão...
-Que guardião é esse? Um ser mágico?. Perguntou Adam mais preocupado agora do que antes como eu também me sentia angustiada... seja lá o que for que estamos enfrentando a ideia de que algumas daquelas pessoas pudessem se ferir por minha causa era sufocante.
-Mais ou menos, é um amigo, ele ficará no perímetro guardando Bella, o bebê e a casa como um sentinela, um demônio pode possuir a qualquer um que tenha sua fé abalada ou que seja espiritual fraco, pode ser qualquer um, até mesmo aqueles que amamos... o sentinela vai saber quando estiver por perto... espero que seus cães gostem de gatos grandes. Disse Karoline rins ao olhar Shadow e Hunter, Maria conseguiu fazer com que Emily se move-se com mais uns puxões, ela não conseguia parar de olhar para Derek... mas o que será isso? O que ela havia visto em Derek?
-Agora se nos derem licença temos muito o que fazer, recomendo que fiquem dentro da casa e não saíam crianças. Disse Maria, as observamos saírem em fila cobrindo novamente seus rostos com os capuzes, os longos mantos deslizando pelo chão, Karoline fechou a porta... olhei para Derek depois para Adam sentindo a exaustão se arrastar sobre mim... meu Deus que dia!
-O que deu em Emily?. Perguntei, Adam suspirou meio nervoso e olhou para Derek e sorriu.
-Es que talvez este seja mais um daqueles fenômenos sem explicação... ela só está reagindo a ele querida, agora vamos nos deitar... estou curioso para ver o que nos espera amanhã. Disse Adam envolvendo minha cintura e beijando meu rosto, sorri para Derek.
-Boa noite Derek. Desejei-lhe, ele agradeceu com um aceno cordial... Adam e eu subimos para o quarto.
Enquanto ele tomava banho me ocupei em me preparar para dormir já que havia tomado banho mais cedo, vesti uma das camisolas novas de seda enquanto pensava no que havia acontecido com as outras, todas destruídas como o vestido de noiva... qual o intuito de destruir minhas coisas? Essa pergunta se formou em minha cabeça e procurei a melhor maneira de explicar para mim mesma o que se passava, porque havia um demônio me perseguindo? O que queria? Mas porque especificamente destriur minhas coisas? Sei que se Ruth não estivesse possuída por um demônio ela jamais teria sido capaz de fazer algo assim, mas esse ser sombrio a fez fazer, mas porque? O porque da mensagem no espelho, das roupas destruídas, as tentativas de invenenamento... porque tudo isso? Rosemary dissera que Ruth podia estar apaixonada por Adam quando ela me contou que ele foi chamado para depor na delegacia, lembro-me de Derek ter proposto o mesmo em uma de nossas conversas antes que eu descarta-se com veemência essa possibilidade... seria uma explicação viável se eu não soubesse da verdade, ela não estava apaixonada por Adam, ela amava outro homem... mas porque eu estava pensando nisso? Não tem nada a ver com possessão demoníaca, os demônios fazem coisas sem sentido para nos ferir, não há nenhum outro motivo mais obscuro do que esse por trás disso... ou havia? Não queria tornar as coisas mais complicadas para mim do que ja eram... mas simplesmente eu não conseguia entender porque eu...
Enquanto passava a escova no cabelo vi Adam entrar no quarto com uma toalha enrolada na cintura e entrar no closet... lembrei-me de Matt e de sua revelação chocante.
-Matt e eu conversamos um pouco quando você foi ao escritório... depois do que ele me contou, da suspeita do atentado contra ele orquestrada por Mikael, com tudo o que aconteceu não pude perguntar como foi com Mikael, se vocês o perdoaram... quando conversamos a respeito você não queria falar no assunto, mas agora preciso saber mais... o que decidiram? Vão perdoa-lo?. Perguntei observando-o sair do closet, eu suspirei... sem camisa vestido apenas com uma calça de moletom xadrez folgada, seria uma provocação? Uma maneira intencional de me tentar? Não, ele era bonzinho demais para isso de qualquer forma não deixava de ser uma atração tentadora que poderia me fazer pular nele a qualquer momento... era uma visão e tanto que causava uma distração tal que era difícil ser racional e ter bons-modos mas me esforcei para me concentrar olhando seu rosto pelo espelho da penteadeira.
-Ele nos pediu perdão mas não decidimos se vamos ou não conceder este privilégio a ele. Disse Adam, seu tom de voz me fez virar para encara-lo, ele parecia possesso em seu olhar... me levantei e fui me sentar na cama puxando um travesseiro e abraçando-o... ele estava do outro lado do quarto encostado em sua mesa de mogno brilhante.
-E?
-Ele a feriu antes Bella com uma faca... você sangrou em meus braços até o hospital, aquele momento despertou lembranças terríveis em mim você pode ter esquecido mas eu não, não sei se consigo perdoa-lo por isso... ele demorou em me procurar para termos essa conversa, agora ele terá de esperar também, não decidimos nada mas consenti que ele voltasse a frequentar a casa, sei que você tem consideração por ele e pelo John.
-E como o pai dele está?. Perguntei, fazia muito tempo que eu não via John Wilbur o pai de Mikael, a ultima notícia que tivera a alguns meses era que ele tinha se afastado do trabalho mas que ainda morava ali, vivendo solitariamente em sua casa sem querer receber visitas e nem mesmo visitar ninguém.
-Feliz por ter o filho de volta depois de meses em agonia talvez agora ele volte a trabalhar.
-É ótimo que Mikael esteja de volta em casa... John esteve muito sozinho... pense bem Adam, John precisa do filho. Disse refletindo... ele não podia ser o monstro que Matt descrevera, pensei.
-Estou pensando mas não sei se é viável trazê-lo de volta, nem tudo foi esclarecido.
-E porque não? O que ainda não está claro? Perdoar é perdoar Adam. Falei, ele suspirou parecendo cansado cruzando os braços pensativo por um instante e tornou a falar.
-Não é tão simples assim Bella, sei que perdoar é divino e adoro ver tamanha misericórdia em você mas existem coisas que são difíceis ou até impossíveis de serem perdoadas com facilidade... e não posso fazer isso enquanto considera-lo uma ameaça.
-Acha que Mikael pode ser perigoso?. Perguntei com cautela pensando na conversa que tivera com Matt mais cedo... Adam olhou em meus olhos quando falou e sua confirmação com o olhar sombrio me fez pensar se talvez eu devesse enxergar Mikael sobre outra perspectiva, uma que me assustava... embora Mikael e eu não fôssemos próximos custava-me acreditar que ele tinha um lado perverso afinal John seu pai era um homem tão bom.
-Depois do que ele fez tenho minhas reservas.
-Explique-me por favor. Pedi, Adam andou devagar até a janela apoiando uma das mãos no vidro para olhar a noite lá fora... sob a luz tênue do luar lançando seu brilho opaco na palidez de sua pele imaculada, ele tinha todos os atrativos da beleza masculina, as costas bem definidas, o peito musculoso exposto, o abdômen perfeitamente esculpido e rijo fazia um encaixe perfeito nos quadris de uma forma tentadora, os olhos escuros como a noite, olhando-o agora mais humano como qualquer outra pessoa às vezes eu me esquecia que Adam era um lobisomem, de longe ele parecia um homem comum, o mais forte e belo deles mas olhando mais de perto não havia nada de comum ali... ele era perturbadoramente forte e bonito de uma forma inumana e desconcertante... nunca fora da minha natureza contemplar a beleza física das coisas mas olhar para aquele deus ainda me deixava deslumbrada, reconhecia sua majestade.
-Há algum tempo houve um episódio grave com o transporte de um Item para dentro da cidade... Mikael desobedeceu às ordens de esperar pelos outros, como em todo processo de locomoção dos itens, o transporte se faz por meio de um caminhão e uma jaula auxiliar como meio de contenção caso acontecesse algum problema com a cápsula onde eles permanecem em estado letárgico sob efeito de um gás sonífero em casos de falha de funcionamento há uma série de procedimentos de segurança que devem ser tomados, em caso de falha os caminhões são carregados com armamentos tranquilizantes... nessas situações os procedimentos são claros e tem que ser seguidos conforme o protocolo afinal não se trata de um espécime igual a nós, o Item era um caso perdido, sua condição era irreversível, não podia voltar ao normal como nós conseguimos voltar a forma humana, nesses casos ficam eternamente presos na forma de fera... estes são utilizados para pesquisas durante um certo tempo até serem levados para outro lugar... em um desses carregamentos Mikael era responsável por encaminhar o Item ao laboratório aqui na cidade, o protocolo diz três ou quatro homens da espécie para transportar o Item em segurança... um ou dois homens na parte de trás e dois na frente, o motorista e mais um auxiliar, Mikael era o motorista... ele não esperou os outros na última parada antes de chegar a cidade se irritou e preferiu fazer tudo sozinho, a cápsula foi desligada e o tranquilizante perdeu o efeito no caminho e supostamente o Item acabou escapando arrebentando as correntes e rompendo o casco e a cela onde estava.
-Porque diz supostamente?. Interrompi olhando sua expressão escurecer.
-A irresponsabilidade de Mikael por não ter aguardado os outros já seria suficiente para que ele fosse afastado mas alguém desligou a cápsula de contenção e o Item acordou... no entanto houve algo mais intrigante no relatório da perícia... não havia sinais de ranhuras no casco foram, nenhum único arranhão ou evidências de que o Item tivesse escapado pela força, assim que a cápsula foi desligada, há um dispositivo de travas nas celas e nas cápsulas que é ativado pela atividade dos sensores neurais do indivíduo, e além disso às celas e as cápsulas são bastante resistentes, fabricadas especialmente para este tipo de transporte, é uma prisão inescapável conforme os testes revelaram, capaz de conter até o mais violento de nós... só poderá ser aberta por fora com o auxílio de uma senha-código... isso indica que alguém abriu a cela para que o Item escapasse... o que me fez pensar... se não havia mais ninguém com Mikael quem poderia ter libertado o Item? E porque? Pouco depois descobri através da minha irmã que Mikael teve um desentendimento com o filho de Ellie, Matthew, na escola e que a senhora foi a causa de tudo isso. Disse Adam reprimindo um sorriso, senti-me enrubecer de vergonha lembrando disso.
-E o que você fez depois?
-Eu fui procurá-lo em sua casa... certa vez quando Mikael me confidenciou que estava apaixonado por uma garota nova que chegou a cidade jamais poderia cogitar a hipótese que fosse você... porque era impossível que você tivesse regressado depois de tanto tempo... isso me irritou e apavorou demasiado, me irritou ele ter arquitetado um plano nefasto para ferir o garoto Matt e acabou também ferindo seu irmão Charlie, me irritou ele ter mentido para mim e abusado da minha confiança e, me irritou que ele tivesse chegado tão perto de você na piscina assumindo sua forma inumana quando esteve hospedada aqui em casa naquela época a pedido de Rosemary, você quase morreu afogada, isso me apavorou por completo... mas do qualquer outra coisa. Disse ele, o olhar suave e profundo revelando todo o seu medo e necessidade que tinha de mim.
-Eu mandei que ele ficasse longe de você mas eu devia saber que era inútil... ele tornou a procurar por você mesmo quando eu estava por perto aquela primeira vez em que fomos a casa de veraneio... eu o vi nas sombras das árvores depois que você recobrou a consciência pela queda do cavalo. Disse Adam agora a raiva cintilou em seus olhos.
-Eu não sabia que ele tinha nos seguido.
-Mikael negou quaisquer das acusações e disse que poderia ter ocorrido alguma falha mecânica no funcionamento da câmara de contenção mas a cápsula foi projetada especificamente a prova de falhas.
-E isso significa...?. Perguntei apreensiva, ele veio se sentar na cama andando com lentidão novamente me fazendo pensar em um felino.
-Significa que a perícia afirma que alguém deixou que o Item saísse e esse alguém foi Mikael... mesmo no caso de ter ocorrido uma falha mecânica na cápsula ele não foi em busca do item com os tranquilizantes... ele simplesmente deixou que escapasse pois tinha um plano sombrio que resolveu colocar em funcionamento naquele mesmo dia... ele almejava se livrar de Matt e quase conseguiu.
-Está dizendo que Mikael fez isso de propósito? Mas porque?. Perguntei
-Porque ele queria você Bella a qualquer custo, já ouviu falar que quem ama faz o que for preciso? Mesmo os insanos... Mikael me pareceu evasivo em sua declaração, dizendo que jamais seria capaz de tanto mas tudo aponta para ele... há algo nele que me deixa inquieto... não gosto disso, não confio nele. Disse Adam... subi em suas pernas ficando de frente para ele com as pernas ao lado de seus quadris, os joelhos dobrados, peguei seu rosto aflito e comecei a beija-lo devagar em cada canto de sua face, retornei a sua boca puxando seus lábios com os dentes e beijando-o com voracidade pensando no quanto havia resistido antes em fazer isso, louca para que ele fosse meu uma vez mais, completamente feliz que a recompensa pela espera fosse tão boa quanto a lembrança do sabor de sua boa quente e estimulante na minha... infinitamente melhor, nem por mil beijos diferentes ousaria trocar por um daqueles porque era ele eram seus lábios, por toda uma eternidade eu não iria desejar mais ninguém que não fosse ele... me afastei para olhar em seus olhos.
-Vai ficar tudo bem. Disse, seus olhos escuros pareciam duvidar disso, talvez o medo lhe trouxesse dúvidas como muitas vezes a incerteza do que estava por vir me fizeram temer, mas tudo acabaria bem no final, tinha que ser assim... seu olhar pareceu mudar, mais intenso, ardente, decidido a esquecer tudo o mais que não fosse nós dois, ele se inclinou para mim, seus lábios se moldaram aos meus sedentos com mais vontade que eu um instante antes o beijei, buscando consolo e esquecimento de todas as coisas ruins no desejo que sentíamos.
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A Presença
AcakLivro II Bella encontrou seu verdadeiro amor, a metade que lhe faltava e que sem ela sua vida seria uma desilusão emoldurada pela tristeza, com a nova chance de viver a paixão que foi antes interrompida pela morte da moça, onde puderam recomeçar de...