62: Esclarecimentos

14 2 0
                                    

Bella




       Tita e as crianças pararam a dança ao som do lago dos cisnes quando me viram entrar no estúdio, isso me trouxe recordações de quando nos vestimos de bailarinas e dançamos para as crianças do hospital na noite em que Adam apareceu com o corcel negro... boas lembranças.
       Eu me ajoelhei enquanto as crianças corriam até mim esfuziantes gritando "Tia Bella" , Tita abaixou o som depois se voltou para mim quando me levantei surpreendendo-me com um abraço rápido, eu olhei as crianças e seus semblantes risonhos, ela estava fazendo mesmo um bom trabalho com elas.
-Eu tambem senti saudades meus amores.
-Crianças voltem a praticar de onde paramos... daqui a pouco eu vejo como estão se saindo. Disse Tita com autoridade e afeto e elas voltaram as barras, a vi limpar não tão discretamente os cantos dos olhos... Ah minha amiga. Tita me acompanhou até a porta do estúdio que dava para um pequeno jardim particular com tema do paraíso escondido por uma cadeia de montanhas cujo acesso se dava pelas galerias subterrâneas que Adam e eu visitamos sempre que passamos um tempo na casa de campo da fazenda.
        Ela parou de costas para mim, para que eu não visse seu rosto, Derek um pouco afastado de nós dando-nos privacidade, com seu olhar atento de ave de rapina corria os campos verdejantes de golfe ao longe.
-Jack me contou o que aconteceu ontem quando cheguei em casa depois do trabalho... ele me parecia perdido, meio pálido... nunca tinha visto ele assim, você sabe como ele gosta da pose de durão quando começou a trabalhar com Nicolay, ele jamais admitiria que estava com medo, preocupado... bobão. Sorriu ela secando mais lágrimas, eu a ouvia com cuidado.
-Jack estava tão furioso por causa do atrevimento daquele seu amiguinho assustador, Mikael... e foi para casa de lá ele viu a fumaça, Tobey avisou o que estava acontecendo, sobre o incêndio... que você estava lá, ele pegou o carro e foi até o local... ele não conseguiu encontrar você lá, disseram que você estava bem mas ele estava tremendo quando eu cheguei em casa, nunca tinha visto Jack assim antes... eu fiquei com medo. Disse ela começando a chorar de verdade, a voz falhando... parecia que alguma coisa havia algo preso, atravessadoem minha garganta enquanto via seu desespero.
-O que está acontecendo Bella? A morte de Alfred foi tão estranha... tudo está estranho, primeiro disseram que ele tinha sofrido um enfarte, eu tive minhas dúvidas, o jeito como ele ficou... sangue transbordando para fora dele pelos olhos, pelo nariz, boca e ouvidos... eu ainda tenho pesadelos com isso... aquilo não foi um enfarte não sei o que causou aquilo mas não foi uma morte natural, por Deus ele sangrou até a morte! E você nunca fala nada sobre isso com ninguém e você ficou tão mal como se sentisse culpada e agora isso... o incêndio, você quase... e Ivy. Chorou ela, eu também comecei a chorar... nenhuma de nós se movia, só nos olhávamos.
-Queria ter passado em seu quarto hoje de manhã para ver como você estava mas as crianças... eu não consegui ir ver você... eu passei a noite toda pensando no que realmente está acontecendo Bella, você sabe que eu te amo e eu... e eu...
-Eu entendo, não se preocupe eu estou bem. Falei, Tita me abraçou, ouvi seu choro baixo em meu ombro enquanto a balançava em meus braços... ela parecia tão pequena e frágil.
-Bella estou com medo.
-Shh eu também estou mas vai ficar tudo bem.
-Eu não quero perder você... não posso perder você, você é a única coisa que eu tenho... sabe que a vovó morreu e eu nunca tive uma boa relação com meus pais, eles só me colocaram no mundo não são meus pais de verdade... se eu perdesse você, ficaria sozinha. Soluçou ela, eu a balancei devagar em meus braços, Oh céus!
-Tudo bem, tudo bem, eu sei querida... já passou. Sussurrei secando seu rosto com as mãos, ouvimos uma das crianças se aproximarem e nos afastamos, era Laila... ela era muda mas conseguia ouvir.
-Eles precisam de você agora.
-E eu também preciso deles como precisamos de você bem. Disse Tita, nós duas nos olhamos por um instante, via o seu medo e além dele ela estava magoada por eu não estar contando nada.
-Eu sei... eu vou contar mas não agora, nem sei como as coisas estão nesse momento... vai ficar com as crianças, não se preocupe. Pedi, ela me beijou mais uma vez e retornou ao trabalho com as crianças, o projeto social que desenvolvia era uma forma de unir mais as crianças através da dança visando a diversidade de culturas procurando erradicar preconceitos de todas as formas, Rosemary dava aulas de pintura e eu de música uma vez na semana... 
        Tirei as sapatilhas e caminhei pelos belos gramados da propriedade até a sombras de um salgueiro chão, abri a manta que trazia no braço e a estendi, fiz alguns alongamentos antes de voltar para a sombra da árvore deixando nutrir-me pela vitamina D do sol e depois me sentei e abri uma revista, Derek estava de óculos escuros ao lado do tronco da árvore na sombra ampla.
-Cadê minha modelo top-model favorita?. Perguntou Rosemary aparecendo a minha frente com uma câmera nas mãos como um paparazzo me fotografando, eu cobri o rosto com a revista.
-Ah Rosemary... não, por favor hoje não. Pedi deitando na manta, ela levantou a minha blusa, eu suspirei era mais fácil dar a ela o que ela queria, me deixaria em paz mais rápido.
-Cadê a barriga? Precisamos mostrar nossa estrela ao mundo.
-Tudo bem. Permiti que ela tirasse algumas fotos, ela estava enchendo uma espécie de álbum com as fases da gravidez, aliás Rô encheu a casa com fotos nossas... casamento, festas, viagens, até que me agradava ver a forma como ela se divertia como uma criança fazendo isso.
-Tenho uma boa nova para contar a você. Disse ela sentando-se comigo e colocando a câmera de lado a expressão assumindo um ar mais sério.
-E o que é? ETs existem?
-Não sei se existem mas não é isso é melhor que isso... hoje a noite eu vou mostrar, o prefeito e a primeira dama querem nos dar felicitações pela chegada do bebê... ele é uma celebridade. Disse ela deslizando a mão pela minha barriga, eu não estava muito animada com isso, lidar com Elizabeth Greenberg exigia certa energia e disposição, a primeira dama era conhecida por seu tamanho bom humor, mas eu estava liquidada, incapacitada de manter uma conversa proveitosa com alguém espiritualmente inabalável.
-Você contou a Elizabeth que eu estou grávida. Acusei semicerrando os olhos... Elizabeth não estava na cidade na festa de comemoração da notícia, ela estava de férias com a filha em Paris fazendo compras.
    Rô piscou algumas vezes mordendo o lábio, entregando-se.
-Que maravilha... muito obrigada, era disso que eu precisava. Suspirei fechando os olhos e apertando a ponte do nariz.
-Você precisa viver uma vida normal... um jantar informal com humanos é o mais recomendável.
-Eu estou vivendo uma vida normal mas não sei se estou pronta para uma socializar ainda mais nesse momento Rosemary. Reclamei, ela revirou os olhos.
-É cem por cento normal, atentados terroristas, gente que nem sabemos quem quer que seja quer ver você morta... o cúmulo da normalidade. Disse ela erguendo uma sobrancelha e dando de ombros como que para banalizar o que disse, eu suspirei e olhei franzindo a testa para seu tom de dúvida. Atentados? Ela também acredita que ontem foi por minha causa? Eu acredito nisso ou quero fingir que nada aconteceu? Negar um fato nunca adianta não é mesmo?... e como assim quem quer que seja? O vilão da história não era Demétrius?
-Pensei que você tivesse certeza que fosse Demétrius que estava fazendo isso.
-Tudo são suposições até termos certezas... eu também pensava que fosse Demétrius mas isso está indo longe demais, não faz o estilo dele, essa pessoa está agindo impulsivamente em tentativa e erro, nada foi planejado... você já estaria morta se assim ele quisesse, Demétrius pode ser insano mas não impulsivo, os tempos mudaram e ele não é estúpido o bastante para agora começar a cometer erros, ele tem de responder sobre suas ações a seu Mestre. Disse ela, do que ela está falando? Que outra pessoa? O que a fez mudar de opinião assim tão repentinamente? Como se ela soubesse de alguma coisa e não estava me contando.
-Fico me perguntando se talvez o incêndio não tivesse acontecido se eu não tivesse tido a ideia de levar Branca ao estúdio ontem. Falei de minha suspeita mas como alguém teria essa informação para começo de conversa? Eu estava em casa? Como poderiam ter descoberto que eu iria sair? O mais certo seria aceitar que a morte de Ivy foi causada por algum concorrente insatisfeito porque Ivy Lenine era uma artista inovadora, incomum, cujas criações eram originais e incrivelmente sofisticadas para quem tinham um estilo tão simples, era de esperar que fosse mesmo uma estilista requisita embora não almeja-se expandir o negócio ela era especial, exatamente como todas as noivas querem seus vestidos sejam especiais, uma promessa, única, talvez eu pudesse cogitar que dessa vez não fosse por minha causa como Adam disse, era possível que as duas mortes não tivessem uma ligação mas porque eu sentia que às coisas não eram bem assim?
       Vi Rô piscar várias vezes, seus olhos claros arregalarem-se perceptivelmente e se fixarem em meu rosto confusos.
-Porque acha isso? Acha que o incêndio foi por sua causa?. Perguntou ela, o lábio trêmulo.
-Eu não sei mais em que acreditar, Adam disse que poderia ser problemas com a concorrência mas não estou inteiramente convencida disso, um incêndio criminoso quando eu estava lá com Branca sendo que a menos de três meses tivemos o incidente com Alfred... isso certamente dá o que pensar. Disse amarga, Rô se levantou com um salto me encarando entre náusea e pura perplexidade... os pelos dos braços finos arrepiados.
-Você estava lá no incêndio?
-Sim, fui com Derek e Branca... Derek me salvou mas Branca está na sala de Ivy e acabou se ferindo... Rosemary você está bem?. Perguntei olhando sua expressão de quem estava sentindo dor.
-Espere um segundo quando você disse que teve a ideia de levar Branca ao estúdio ontem. Disse ela, estranhei sua reação, ela parecia mais pálida do que era mas os olhos ferviam... pensei que ela tivesse gostado da idéia.
-Ela é nossa nova governanta, precisava de roupas adequadas ao cargo... eu não conseguiria tomar conta de tudo sozinha, olhe o tamanho dessa casa! Com o luto pela morte de Alfred não tive cabeça para pensar em muito coisa, eu acho que Branca pode me ajudar sobretudo porque Alfred a instruiu bem... não acha que é uma boa ideia? Você não aprova? Rosemary? O que foi?. Perguntei olhando a cor do seu rosto fugir de vez, os olhos estavam tão arregalados que pareciam querer saltar para fora das órbitas.
-Isso estava agendado? Você comentou sobre isso com alguém ontem?. Perguntou ela pálida.
-Foi uma decisão de última hora, não queria esperar já estava decidido mesmo, achei melhor providenciar tudo rapidamente já que ela havia aceitado não tinha porque esperar quando perguntei a ela na cozinha enquanto conversava com Matt, é tão simples, ela só subiria de cargo... você não se importa não é?. Perguntei, ela balançou a cabeça lentamente.
-Eu não acreditava sinceramente que o incêndio no ateliê fosse por sua causa, não dessa vez... eu nem sabia que você estava lá, porque ninguém me contou sobre isso?... mas agora que você disse que estava lá no momento em que ocorreu o incêndio, que teve a decisão aqui... tudo faz sentido, em vista do que tem acontecido nos últimos dias, estou preocupada. Disse ela aflita.
-O que tem acontecido nos últimos dias? O que estão escondendo de mim?
-Me deixe pensar Bella também quero esclarecimentos... só preciso pensar, está bem? Eu vou contar. Prometeu ela, eu assenti mordendo a língua olhando seu rosto perturbado vagamente ciente da presença de Derek.
-Agora que você diz que teve a ideia aqui em casa... não acho mais que seja concorrência Bella, não faz sentido algum Ivy ter inimigos mas ainda estão batendo nessa mesma tecla... agora que sei que você esteve lá ontem... a morte de Ivy não foi uma disputa de tesouras como a polícia pensa, alguém queria que nós pensassemos dessa maneira... o caso da morte de Alfred foi arquivado por falta de provas, não tinha como eles ligarem às duas mortes até mesmo porque na autópsia não havia vestígio algum de veneno no corpo de Alfred, ao que parece a substância desaparece com rapidez na corrente sanguínea o efeito é quase imediato e quando a vítima está morta o veneno não precisa mais agir então simplesmente some do organismo do indivíduo, seu pai foi o único a identificar um cheiro diferente porque ele estava mais próximo da taça no chão e seguiu seus instintos. Disse ela, minha boca tinha um gosto amargo enquanto a olhava... não sabia que ela estava tão a par das investigações assim, Rô continuou desmembrando seus pensamentos.
-Já pensamos nisso antes, mas as investigações foram um fiasco, uma catástrofe inominável... sem provas, nenhuma pista por isso encerram o inquérito, mas agora é diferente, eu tenho provas... sei que ela está aqui em casa, só temos que pegá-la.
-Ela quem?. Perguntei, Rô estava de pé e apreensiva, nunca a vi tão tensa.
-É provável que você trate a situação como se o vilão estivesse vigiando com um binóculo do lado de fora mas e se ele estiver entre nós?. Perguntou ela, sua pergunta impactante me fez parar, isso já foi descartado, interrogaram todos os funcionários, fizeram inspeções em suas casas usando uma desculpa esfarrapada que alguém estava vendendo substâncias ilícitas na região, típico de Nicolay inventar algo assim como pretexto... entendia o sigilo mas isso era abuso. Rosemary prosseguiu com suas indagações.
-A teoria de Arthur está certa, mas é claro que é uma ação impulsiva, sem premeditação, como aconteceu com a festa... a festa não foi planejada, foi um impulso, uma decisão repentina minha... mas porque motivo? Porque a necessidade louca de elimina-la? Inveja? Ódio? E se Demétrius não tiver nada a ver com essa história? No começo sim é provável que ele tenha colocado alguém aqui dentro para nos espionar mas e se houvesse a possibilidade de Demétrius ter perdido o controle sobre a pessoa que ele colocou para vigiar?. Perguntou ela caminhando de uma lado a outra enquanto falava pensando alto, nervosa, eu não sabia o que dizer diante de seus pensamentos.
-O que aconteceu ontem por exemplo, uma decisão de última hora como eu tive antes com a festa, essa pessoa está se aproveitando de impulsos como esses para agir discretamente sem que haja suspeitas, sem deixar rastros comprometedores... se seu pai não tivesse tido a ideia de pegar a taça, a morte de Alfred teria sido classificada como uma morte natural por hemorragia, mas como classificar dessa maneira sem saber o que causou o sangramento?... os legistas disseram que houve laceração em diversas vasos sanguíneos, alguns deles importantes demais, artérias foram rompidas em uma reação em cadeia de dentro para fora, a hemorragia foi aguda, intensa e fatal mas não encontraram nenhuma substância nociva no organismo de Alfred que pudesse ter causado isso, nem souberam dizer qual a causa da morte dele modo específico, eles analisaram os laudos mas nada fazia sentido, chegaram até a cogitar a hipótese de um aneurisma mas vários? Ao mesmo tempo? Várias rupturas? Isso é ridículo sendo que Alfred era completamente saudável apesar da idade avançada, seus exames eram impecáveis, ele não teve nem um sintoma que demonstra-se que ele estava tendo um aneurisma... ele estava bem, alegre com a novidade de ter um bebê em casa... os legistas não conseguiram classificar com exatidão o que aconteceu mas descartaram completamente que a morte foi por envenenamento porque nada foi encontrado... isso me faz pensar, dentre outros fatos, será que esse alguém não está agindo de modo descontrolado? Sem freio, perdendo o controle da situação porque está loucamente obcecado por um objetivo? Absolutamente fora de controle... assim seria ainda mais perigoso do que pensávamos. Falava ela consigo mesma com um olhar perdido na paisagem bem cuidada da mansão Lichtenfels, ela estava começando a me assustar... a menção a Alfred trouxe lágrimas a meus olhos, ele estava feliz por nós.
-Você decidiu sair com Branca e logo em seguida acontece isso sendo que a três meses sofreu um atentado que levou o pobre Alfred como você acabou de dizer mas antes nesse meio-tempo houve...
        Ela deixou a frase inacabada, suspensa no ar e olhou para mim... mas antes... houve? Houve o quê?, engoli em seco.
-Sabemos que Ivy só abre o ateliê durante a tarde e que fica fechado até as uma e quinze, a que horas você teve a ideia de sair? Quando desceu a cozinha exatamente?. Perguntou, eu puxei pela memória, os horários das refeições são pontuais, de manhã logo ao amanhecer Adam e os irmãos Rosemary, Nicolay, Arthur, Ivan, Ian se reuniram bem cedo para discutir o fracasso das investigações, ninguém estava contente quando o café foi servido pontualmente às oito da manhã.
-Entre oito e nove da manhã quando Mikael se reuniu com vocês eu desci para a cozinha com Matt e meus irmãos.
-Você estava conversando com Matt e Charlie certo?
-Sim... Charlie saiu atrás de Jack para tentar conversar, ele ficou estremecido com a presença de Mikael. Disse, começava a temer onde Rosemary pretendia chegar.
-A cozinha estava cheia a essa hora não estava?
-As meninas estavam cuidando da louça... mas tinham muitos empregados entrando e saindo da cozinha a toda hora. Disse me perguntando a onde ela queria chegar com isso.
-A cozinha estava movimentada pessoas poderiam ouvir o que você dizia a Matt, sua decisão inesperada de ir ao ateliê de madame Lenine por exemplo Bella, será que não percebe mesmo?... essa pessoa teria ouvido você combinar com Branca que vocês duas sairiam, então ela teria um espaço de tempo de mais ou menos quatro horas para agir se tomarmos às nove da manhã como um referencial... das nove às uma e quinze, quatro horas e quinze minutos para agir... agora acredita que seu assassino pode estar aqui?. Perguntou ela, eu engoli em seco encarando-a, isso estava tomando proporções extremamente sérias... para mim era inacreditável.
-Alguém? Daqui?. Perguntei, o último lugar que eu pensaria em procurar era em minha casa, todos são de confiança, isso era um absurdo.
-Essa pessoa poderia ter simplesmente telefonado para alguém... de modo que não haveria chance de suspeita... mas se a decisão foi tomada aqui isso me faz pensar, alguém teria que estar esperando tal informação para poder agir com rapidez de modo que todos pensassem que foi apenas uma trama da concorrência agora precisamos descobrir se essa pessoa é apenas um informante, um espião infiltrado como pensamos inicialmente, ou se ela também é autora dos assassinatos se for isso alguém saiu ontem daqui no horário do expediente, precisamos verificar isso.
-Mas são tantos funcionários... além dos que estavam na cozinha tem os que cuidam da manutenção da casa, muitas pessoas circulam pela casa toda, não tem como saber quem saiu. Disse ainda em choque.
-Isso também vai ser esclarecido quando pegarmos o culpado Bella... antes era diferente até decidirmos procurar o culpado entre nós, nossas buscas se concentram em uma área ainda menor, pegando o responsável pelas mortes podemos saber quem está por trás delas, se for Demétrius com certeza saberemos... agora temos uma certeza, isso colocaria nosso assassino mais próximo de nós Bella, eu sei que ela está aqui... se você teve a intenção de sair para ver madame Lenine na casa, não vejo mais outra explicação... ninguém tem bola de cristal para saber exatamente quando e onde você iria sendo uma decisão inesperada, ao acaso... ninguém escolheria aleatoriamente um lugar em que você costuma ir... o hospital, a biblioteca, a casa de Jack e Tita, o ateliê de madame Lenine, o cemitério, a casa dos seus pais, a igreja... você nunca segue uma rotina quando sai, é imprevisível saber quando você decidiria para onde ir se não externa-se sua vontade em ir a um determinado lugar, o que nos leva a acreditar que nosso terrorista está bem mais perto de nós do que imaginávamos... antes havia essa possibilidade mas até então era apenas uma suspeita, não havia provas, nem pistas, fatos suficientes. Disse ela sorrindo com satisfação e alívio enquanto encaixava as peças uma a uma.
-Tudo bem detetive me conte mais sobre o caso.
-Ainda sim não temos garantia nenhuma disso, são apenas suspeitas, nossa unica certeza é que há alguém entre nós que está por aqui se não Alfred não teria morrido nesta casa e o interrogatório com o garçom não teria sido um fracasso total, como toda a investigação tem sido até agora até que...
       Ela parou novamente lançando outro olhar na minha direção que estava me deixando ansiosa mas continuou.
-Não sabemos se tem mais alguém envolvido nisso ou se a pessoa está agindo por conta própria em todos os sentindo cortando ligações com um possível mandante mas acho uma boa checar as chamadas nesse período por via das dúvidas, se ela tiver cometido o erro de ligar da casa e não tiver usado um número pessoal para isso nós saberemos, mas se não for essa é a teoria mais aceita... como Arthur e eu pensamos, alguém de dentro está fazendo isso, um humano é o mais provável... alguém que trabalha na casa e pode ter ouvido você comentar e depois ter decidido fazer uma visitinha ao ateliê antes que alguém chegasse para o expediente e com o cuidado de não deixar digitais abrir a tranca da porta da frente com um grampo, a luz do dia ela seria notada se tentasse forçar a porta, já que não há outra maneira de acesso a não ser pela porta da frente, não há acesso pelos fundos, depois subir até a sala de Ivy abrir a tranca digital com um decodificador e implantar um dispositivo explosivo que pode ser acionado ao abrir uma gaveta... sei que essa parte é um tanto sofisticada mas só estou fazendo uma análise mental da cena... talvez o plano fosse esse desde o início, matá-la de qualquer forma, a qualquer custo, usando qualquer oportunidade. Disse Rosemary, a olhei assustada colocando as mãos instintivamente sobre o ventre.
-Ninguém tem acesso ao banco-cofre de Ivy, alguém perceberia alguma coisa se fosse tentar arromba-lo a força então ela precisaria de um decodificador para entrar dentro do cofre. Ela estava preparada para tentar outra vez mas por mais que uma pessoa seja precavida ela também pode ser impulsiva usando qualquer oportunidade sem nenhuma trama, nenhum planejamento simplesmente pegar o que tem a mão e tentar a sorte... conforme o meu raciocínio toda a ação não levaria mais que dez minutos se fosse uma garota esperta bem preparada usando um casaco e óculos escuros em um dia de sol forte e dissesse que trabalhava ali mas que havia esquecido as chaves para entrar.
-Alguém viu quem foi?. Perguntei, Rosemary parou e me lançou um olhar sagaz.
-Um homem não notaria um homem mesmo se estiver entrando durante o dia em uma rua movimentada em um loja de roupas femininas, isso seria bem esquisito para uma mulher... mas uma mulher que deveria estar em seu horário de almoço que talvez tenha esquecido as chaves dentro do estabelecimento e algum cidadão oferece-se ajuda... eu andei investigando por conta própria, a testemunha não é suficiente claro mas as câmeras de um estabelecimento próximo também a viram, com o incêndio o circuito de câmeras de segurança do edifio de Ivy foram seriamente danificadas, o sistema não salvava na nuvem somente na memória do vídeo, não deu para recuperar às imagens. Disse Rô... o quê?
-Já contou isso a Adam?
-Eles passaram a manhã inteira discutindo diversas hipóteses mas ninguém pensou em você propriamente e sim num suposto concorrente misterioso, Ivy não tinha inimigos e depois do que você me contou... ninguém me disse que você estava lá no ateliê, depois da reunião de ontem eu saí com Mikael e ficamos fora a noite toda correndo e conversando, aquele garoto impertinente me devia muitas explicações. Disse ela de mal humor de repente, eu assenti, pensei em comentar o romance de Mikael e Victória mas havia urgência em obter mais informações sobre o caso... antes não tínhamos nada agora... então é ela, uma mulher foi flagrada por câmaras de segurança e que invadiu o ateliê da querida Ivy, alguém com más intenções invadiu seu santuário da alta costura para fazer o mal, uma pessoa capaz de matar é capaz de qualquer coisa, quem é ela? E porque está fazendo isso? E se for cúmplice de Demétrius?
-Então foi uma mulher mas quem?
-É isso o que nos resta descobrir... é por isso que eu acho que talvez Demétrius possa não ter nada a ver... ele não teria se dado ao trabalho de fazer algo com a mínima imperfeição, ele teria feito melhor, teria planejado antecipadamente prevendo cada possibilidade de erro e consequência se ele quisesse passar por despercebido como os vampiros gostam de fazer, ele poderia ter um informante infiltrado aqui coletando informações mas escolheria uma ocasião melhor para concretizar seus planos se matá-la fosse o objetivo ele poderia rapta-la também, mas continuando com objetivo de tentar matá-la ele precisaria de mais tempo e algo para distrair a atenção de todos... meu principal palpite é quem quer que seja a assassina está desesperada para ver você morta por algum motivo desconhecido...
      De novo aquele olhar, aquela interrupção brusca, o que estava escondendo?
-O que indica que ela a odeia. Disse ela, eu a fitei incrédula depois busquei apoio olhando em volta com pavor vi os olhos de Derek e depois me desviei novamente para Rosemary que estava cada vez mais inquieta.
-Isso é loucura... mesmo se suas suspeitas estiverem certas porque? Porque esse ódio todo? O que eu fiz de errado?
-As imagens das câmeras de segurança não revelam o rosto de quem foi... ela estava de chapéu e se lembrou que estava sendo filmada cuidando para que as câmeras não registrassem nada que a compromete-se mais... mas a testemunha do café ao lado a notou, se ofereceu para ajudar mas ela dispensou a ajuda, o homem pensou que fosse Sol e deixou para lá... estamos perto Bella só mais um pouquinho. Disse ela tocando meu rosto, eu me sentia tão estranha e ainda tinha de enfrentar um jantar a noite.
-Não acha arriscado o jantar com o prefeito e a primeira dama hoje?
-Depois que ela se expôs ficará mais fácil... ela está aqui e pode tentar de novo se for estúpida... mas ainda sim tudo que você come ou bebé está sendo cuidadosamente analisado... mais outra medida de segurança, ideia minha. Disse ela lançando-me aquele olhar esquisito.
-O quê? Ok, muito bem, já chega... vai me contar o que você sabe ou não? Não quero que esconda coisas de mim.
-Cobaias de laboratórios serão seus provadores oficiais... era como os reis faziam antigamente para impedir que fossem mortos por envenenamento por seus inimigos mas eles usavam pessoas para o serviço geralmente o copeiro da cozinha era o responsável pela fiscalização dos alimentos, eles detinham conhecimentos sobre as substâncias que poderiam contaminar a comida... funciona assim se o ratinho cair duro então você não come. Disse ela sem nenhum traço de humor.
-Isso não é brincadeira?
-Eu não estou brincando.
-Não estou gostando nada disso.
-Nem eu e muito menos Adam, ele não vai gostar...
-Tem mais coisa, não tem?. Perguntei, ela olhou ao longe arrancando algumas tiras de grama entre os dedos, pousando o queixo nos joelhos enquanto os abraçava.
-Hoje de manhã dois dos seus voluntários morreram após ter experimentado a comida que seria dirigida a você... semana passada também aconteceu algo parecido é por esse motivo que sei que ela está aqui, entre nós, trabalhando na casa... ela teria que ter acesso para fazer isso.
-Quantas vezes?. Perguntei em um sussurro fraco, ela virou o rosto e me fitou profundamente... essa não.
-Vinte morreram até agora, cada um para cada refeição ao longo do dia... viu como soa impulsivo?.
-Você contou a Adam?. Perguntei estática... vinte vezes meu Deus...
-Não... não queria preocupa-lo mais ele está arrancando os cabelos de tão consternado, mas agora sou obrigada a contar já que nossa assassina está aqui tenho certeza... os outros só suspeitam mas sem provas... agora eu tenho vinte provas durinhas de tão mortas... Adam vai ficar uma fera comigo por não ter contado nada.
-Eu vou estar com você. Disse apertando sua mão, ela sorriu tristonha... olhei para o lado na esperança de conseguir pensar melhor, quanta coisa para processar, tantas suspeitas... sabendo que eu estava certa, não melhorava em nada meu estado de espírito, a preocupação com o bebê me deixava tonta, enjoada.
-Quando será a cerimônia de sepultamento de Ivy?. Perguntei, Rô virou o corpo para mim ficando a minha frente olhando-me com cautela como se estivesse tendo o cuidado de escolher as palavras que diria.
-Já aconteceu... ela foi cremada e os restos estão descansando na cripta da igreja, eu levei flores para ela assim que soube de manhã bem cedo. Disse Rô pegando minhas mãos, olhei nossas mãos... o fogo de novo, do pó ao pó... eu me lembro de ter sonhado a noite com fogo, estremeci.
-Porque ninguém me avisou?
-Você não precisa passar por isso novamente... se quiser visitar o lugar eu posso acompanhar você, não fique chateada Bella.
-Eu não estou... sei que estão tentando me proteger mas era o mínimo que eu poderia ter feito por ela, ir a seu enterro já que por minha culpa agora ela não está mais aqui... eu deveria...
-Não! Chega! Bella por favor. Pediu Rosemary me puxando para seus braços, ele estava pedindo para que eu não me culpa-se mas é que...
-Todas essas mortes... todos inocentes... estão pagando por mim. Chorei em seu pescoço, suas mãos acariciavam minhas costas, olhei Derek ali parado... ele estava olhando para mim além do rosto frio sem qualquer emoção seus olhos eram tão serenos quase ternos, nutridos de uma paz interior e espírito tranquilo... como ele conseguia ficar tão tranquilo? Essa tranquilidade toda... como se nada pudesse afeta-lo, ou talvez ele não deixasse ser afetado, queria ter essa força... mas não sei consigo, não sei...
-Não... eles são as vítimas de um assassina cruel, só há um culpado e não é você.
-Mas esta acontecendo por minha...
-Eu não admito que você tome a culpa de outra pessoa, não era você que devia estar sofrendo aqui... lembre-se de que pela culpa uma alma morre eternamente, devagar é um processo lento mas gradual Bella... você e eu conhecemos alguém que sofreu assim por uma culpa que não era sua, por mais tempo que qualquer um pôde suportar, ele não teve a morte para ter o alívio da consciência. Disse ela, eu me afastei e olhei seu rosto suas palavras me fizeram parar... ela falava sobre o irmão, meu marido, meu Adam.
-Não faça o mesmo consigo mesma... você viu o quanto ele sofria e sofreu o quanto pôde sentir por ele... quer que Adam sofra vendo você sofrer agora?. Perguntou ela, alguma coisa se retorceu dentro de mim diante da pergunta.
-Não.
-Então esqueça o complexo de culpa... a culpa não é sua, não cabe a você senti-la.
-O que seria de mim sem você?. Perguntei atirando-me em seus braços, ela riu.
-Você seria você mesma minha Bella... e eu te amo por você ser quem é, e eu não sou a única meu irmão também sabe o quanto você é especial... não só para ele mas para todos que a amam você é importante demais Bella, não se esqueça disso.
-Obrigada por estar aqui Rosemary. Disse, ela me abrigou em meio aos seus braços, um consolo, e depois ela se colocou de pé me oferecendo a mão.
-Eu não deixaria você e meu irmão sozinhos em um momento desses e nem nossos amigos Bella... sua dor é a nossa dor, somos uma família e estamos juntos nessa. Disse ela, eu aceitei a ajuda e me levantei.
-Agora precisamos falar com o meu irmão, Ah mas ele vai ficar indignado por não ter matado a charada e ele vai tentar me matar assim que souber que eu deliberadamente escondi algo que sabia que iria aborrece-lo, que me punam por isso. Disse ela enfurecida virando-se para o meu guarda-costas.
-Derek... pode ir almoçar com os outros na cozinha, Pierre sempre faz comida o suficiente para todos ou se preferir ir para casa tudo bem... eu vou ficar com Bella até você voltar. Disse Rosemary, ele assentiu e se afastou enquanto Rô dobrava a manta e a colocava na sacola junto com a revista e estendia o braço para mim.
-Madame? Poderia me dar a honra?. Perguntou ela, eu ri e envolvi seu braço fino com o meu.
-Você é um encanto Rosemary... não existe outra igual a você.
-Graças a Deus... convenhamos que duas Rosemarys já seria demais. Disse ela, eu ri e Rô me acompanhou de volta a casa, aproveitei que estávamos nós duas sozinhas para matar minha curiosidade.
-Derek... ele é muito sério não acha?
-A senhora é casada sabia?. Perguntou ela provocando e eu revirei os olhos.
-E muito bem casada... meu marido é seu irmão sabia?. Perguntei dançando conforme a dança, ela sorriu e suspirou.
-Derek não é de conversar, nem tente arrancar alguma coisa dele porque eu já tentei e não deu muito certo, para mim ele é... não é que ele seja tímido... introvertido talvez por falta de descrição melhor, sempre ficou mais na dele, Derek é um homem solitário, muito reservado como meu irmão foi no passado. Disse ela, eu assenti concordando com o fato, também percebi isso mas não me tornava menos curiosa a seu respeito... o senhor Volga é um homem intrigante tenho certeza de que qualquer um perceberia isso só de olhar, ele não era comum, era o bastante para provocar uma certa inquisição sobre ele.
-E qual é a história dele? De onde ele veio?
-Sua ficha é limpa, quando digo limpa é limpa mesmo... não tem absolutamente nada de seus precedentes, como se ele não tivesse passado... não se sabe da onde ele veio... ele não tem recomendações anteriores mas Leon garantiu a meu irmão que ele era bom, isso não precisava ser comprovado, eu sei que ele é fora de série. Disse ela fazendo uma expressão sombria.
-Adam sabe disso?
-Como se meu irmão fosse deixar sua vida nas mãos de alguém de pouca confiança... Leon deu recomendações muito boas de Derek porque passou um tempo com ele, ainda que achasse estranho no início mas não fez perguntas sobre sua vida.
-Então meu guarda-costas é um completo desconhecido... me pergunto como Adam permitiu isso. Sorri pensando na despreocupação de Adam com esse fato e em como ele tinha deixado de se preocupar.
-Adam quis ter certeza de que poderia confiar nele por isso ele foi a Nova York... ele não te contou isso?. Estranhou ela, eu assenti, ele tinha contado mas só depois de ter feito a viajem não antes... que interessante senhor Lichtenfels.
-Contou... ele me parecia bem confiante quanto ao senhor Volga.
-Adam sabe o que faz, ele não agiria de forma diferente, se ele confia no Volga fique tranquila... não tem com que se preocupar.
-E eu não estou preocupada se seu irmão acha que é o melhor confio em seu julgamento... e Derek de algum modo eu confio nele, sinto que posso confiar entende?. Perguntei, a lembrança da primeira vez que o vi me tomou da mesma maneira como antes havia me tomado.
-Sei o que quer dizer... quando olho para ele é exatamente como me sinto quando olho para você, o que é curioso. Comentou ela pensativa, eu ri.
-Matt comentou ontem que ele esteve um período na Ilha.
-Sim.
-Talvez ele quisesse recomeçar... sua vida não deve ter sido fácil depois da transformação e...
-Bella... Derek Volga não é um lobisomem. Interrompeu ela, eu parei na porta da cozinha e isso a fez parar também... como assim? Então o que ele estava fazendo na Ilha?
-Como? Então o quê ele é?
-Ninguém sabe... disseram que ele apareceu na Ilha quase morto trazido pelas ondas, não sei como ele flutuou até o canal e como conseguiu chegar a costa... ele apareceu nas areias desacordado com uma garotinha.
-Ele disse que ficou alguns meses por lá. Parei franzindo o cenho... quem era aquele homem?
-Sim... ele era instrutor de luta.
-Um instrutor de luta? Humano? Não pode ser... ele morreria. Falei, só de pensar em uma coisa dessas me fez estremecer.
-Eu sei, esse foi o outro motivo pelo qual Adam queria conhecê-lo pessoalmente... meu irmão queria ver por si mesmo se ele era capaz.
-Como assim?. Perguntei olhando um sorrisinho se formar nos lábios de Rô.
-Os dois lutaram... Adam levou uma surra e ficou satisfeito com o resultado, o cara deve ser bom mesmo... nem acredito que eu perdi isso deve ter sido um espetáculo e tanto. Disse ela sorrindo com uma diversão voraz... está explicado porque Adam chegou em casa com aquele hematoma porque tinha quebrado uma costela, a prova do crime.
-Porque Adam não me contou isso?. Perguntei quase me sentindo traída.
-Talvez não fosse necessário... talvez ele tenha se esquecido, acho que é a segunda opção... todos estão a mesa conversando justamente sobre isso se corremos dá para pegar o senhor "Comigo ninguém pode" ser zuado. Disse ela apontando para o teto.
-Francamente... eu ainda não acredito que ele fez isso.
-O que? Servir de saco de pancadas? Até eu estou decepcionada, esperava mais dele. Disse Rosemary, eu a ignorei e subi as escadas pela porta de acesso revirando os olhos diante de seu tom gozador pensando com um pavor inexplicável Adam e Derek lutando, se machucando... isso me deixava irritada e angustiada ao mesmo tempo, Rô veio logo atrás de mim.

A Presença Onde histórias criam vida. Descubra agora