Dodô Narrando.
- Cadê o salve do patrão porra? - O dj falou assim que me avistou entrando no baile. Os manos levantaram as armas para cimas e soltaram as rajadas, abri os braços e assenti com a cabeça em forma de agradecimento.
Primeiro baile depois que eu assumi o morro do Bangu após a morte do Tonzão, te falar eu não desejava a morte dele não, mas foi o alívio de muitos ter ocorrido isso, principalmente das mulheres. alias para o Bangu por completo, cara era ruim pra caramba, não ajudava nem nada, pegava as mina na bruta mesmo e estuprava, não é porque ele passou por isso que tinha que fazer com o outro tá ligado? Se foi ruim para ele imagina pras mina.
Mas a pior de todas foi a mina do baile, Lorena, nós éramos amigos na infância, nossos pais bem amigos, Lorena sempre chamou a atenção com aqueles olhos claros e puxados, depois que entrei nessa vida nós nos afastamos, mas a amizade e o sentimento prevalece, fui até na casa dela oferecer ajudar caso ela necessitasse e ela toda reprimida e abatida, eu falando e ela apenas assentindo com a cabeça, o pai dela diz que nem de dentro de casa sai, mal sai de dentro do carro, me deu mo dó dela.
Falar pra vocês que não teve nenhum motivo triste nem banal para eu entrar nessa vida, entrei porque eu sempre fui apaixonada, no brilho das armas que eram seguradas pelos soldados da favela, nas cédulas de dinheiro, nada no intuito de me amostrar e conseguir mulher, nem de poder, eu sempre quis entrar nessa vida, mas jamais pensei que chegaria a ser patrão, mas já que estou aqui quem sou eu para reclamar, fora que estou crescendo cada vez mais, consegui comprar umas bocas na CDD, só conquistas.
Não vou dizer que sou um cara bom, quem anda pelo certo vive tranquilo, agora quem anda pelo errado, nem viver vive, a primeira vez que matei foi para subir de cargo, cara fiquei uma semana pensando no cara lá morto, nem dormia direito, hoje em dia? Ram, meto a bala e deito a cabeça no travesseiro tranquilo, porque eu tenho aquele bagulho de amor próprio então antes do outros eu em primeiro lugar.
Em questão de mulher sou tranquilo também, não sou daqueles que sai passando a giromba em todas. Tá achando que aqui é piru de natal que pra ir na boca de todas? Ram, negativo. Só as escolhidas e a escolha é feita pela própria giromba, quando a cabeça visualiza e ela fica que nem bala na agulha, aí eu vou na mira pronto pra engatilhar. Não tenho mina fixa, porque elas se criam e acham que são fiel, emoção com elas é certa, ainda mais quando o pai mostra a pegada e o gingado do preto aqui, porque uma coisa que eu gosto e sei fazer é sexo.
Estava na grade olhando lá em baixo quando chega Lucas junto da doida da namorada dele Vitória, Deus que me defenda aquela ali quando nasceu caiu de cabeça no chão, só pode. Cumprimentei eles e olhei as mina lá em baixo tudo jogando a bunda pra cima. Algumas me encaravam enquanto dançavam tentando seduzir.
Começou um funk que eu achava massa, me afastei da grade, coloquei as duas mãos detrás da cabeça e impulsionei meu quadril para frente para trás no ritmo da música.
- Pelo jeito do rebolado esse cú foi arregaçado – Lucas falou e a galera gargalhou, me virei para ele e fechei o semblante.
- Pelo jeito da tua fala, amanhã tu vai pra vala. – Falei e ele engoliu seco.
- Pera que eu vou ver se ele cagou – Vitória disse se aproximando de Lucas.
- Sai Vitória – Ele falou emburrado fazendo todo mundo sorrir.
- Ou – Chamei a Vitória – Como que tá a guria lá? – Perguntei me referindo a Lorena.
- Tá bem Dodô mais daquele jeito, sem querer sair de casa ainda.
- Amanhã tu vai lá e mete umas ideias cabulosas nela, que a vida é só uma e tals que ela tem que aproveitar. Garota bonitona, tem muito o que viver ainda.
- Ih, tira o olho rapaz – Me deu um tapa leve na cabeça.
- Que nada, amigos de infância e tu ta ligada. – Dei um peteleco em seu braço. – Respeito demais ela.
Fiquei curtindo o baile, tomando um whisky com água de coco, observando as mulheres jogando a buzanfa de todos os jeitos possíveis, era muita tentação.
Mas tinha umas que vou te falar viu, vinha com os cabelos pingando creme, uma vez fui inventar de pegar uma, na hora que eu segurei no cabelo minha mão melou, mermão, fiquei logo doido e mandei ela vazar, se fosse pelo menos na preciosa tudo bem, porque ia tá molhada de tesão, mas o cabelo cheio de creme foi sacanagem.
Fiquei ali olhando pra ver se eu me interessava por alguma, até que avistei um negra do cabelo afro, passei o olho no corpo, tudo em cima, no rosto bonita e ainda estava me encarando, a giromba acenou com a cabeça, desci as escada, chamei ela com a cabeça e saí andando na frente, ela veio atrás.
Fui no caminho do beco e ela seguindo, assim que cheguei me encostei na parede e ela parou em minha frente.
- Oi, eu me chamo – Coloquei o dedo em sua boca.
- O nome não interessa no momento mulher – A puxei pela cintura e tomei seus lábios iniciando um beijo caloroso, subi minha mão no seu cabelo, dei um puxão e ela sorriu entre o beijo, depois desse sorriso foi só sacanagem.
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Quero muitos votos e comentários em.
Cheiro ;*
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Amor Marginal
Teen FictionRespirando mágoas de uma outra dor, do nosso caso imoral. Para calar o sexo mais banal, pra virar poesia. Desse amor, desse amor marginal eu vou. Plágio é crime, eu denuncio e ainda faço um barraco.