Capítulo 94

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Bia Narrando.

Mais um dia de serviço, pela manhã seguiu tudo tranquilo. Hoje iria almoçar na casa dos meus pais, fazia uma semana que eu não ia lá e minha mãe vivia me mandando mensagem dizendo que eu havia abandonado ela.

- Ô de casa – Falei entrando com o refrigerante em mãos.

- Minha filha – Falou vindo até mim, me abraçando e eu dei um beijo em seu rosto. – Finalmente achou um tempo para vir me ver. – Andou em direção a cozinha e eu segui ela.

- Oh mãe, até parece que tem um ano que não venho aqui – Coloquei o refrigerante na geladeira e ajudei minha mãe a arrumar a mesa.

Estávamos nos servindo quando meu pai chegou.

- Oi pai – Falei.

- Oi – Respondeu seco. Meu pai não estava muito alegre pelo fato de eu ter reatado com Rodolfo depois do que eu passei, mal falava comigo. Eu entendia o lado dele, mas é como minha mãe diz, eu já sou adulta e vacinada, eu faço minhas decisões e arco com elas.

- E como está seu namorido? – Minha mãe perguntou enquanto almoçávamos.

- Está bem mãe, nós também estamos bem, graças a Deus.

- Até ele te colocar em outra furada – Meu pai resmungou.

- O senhor vai ficar remoendo essa história até quando pai? – Perguntei o encarando.

- Até quando você se livrar desse cara.

- Sinto em lhe dizer que isso não vai acontecer. Eu entendo que o senhor se preocupa comigo e teme que algo pior aconteça, mas o senhor tem que entender, que eu já sou capaz de decidir o que eu quero ou não para minha vida, o senhor goste ou não. Eu decidi voltar com ele sim, porque ele nunca escondeu de mim que eu correria risco, e eu aceitei e aceito passar risco, porque encontrei alguém, que independente da vida que leva, me respeita e me ama e eu o amo. Ou o senhor esqueceu o que aquele engomadinho fez comigo? Chegou bancando o bom moço e no final me deixou na cama de um hospital em coma propositalmente. Me desculpe pai, mas entre um engomadinho e um favela, eu sou favela. E se o senhor quiser culpar alguém, me culpe, porque fui eu quem escolhi ficar com ele. – Me levantei segurando meu prato indo em direção da pia para o lavar, quando terminei, sequei minhas mãos e parei ao lado da minha mãe.

- Já vou viu – Falei e ela assentiu – Amo você – Beijei a testa dela, fui até meu pai e também beijei sua testa – Amo você. – Peguei as chaves do carro, saí da casa de meus pais, entrei nele e dei partida para retornar ao serviço.

(...)

- Pô vida, que barra em - Dodô falou após eu falar para ele do acontecimento com meu pai.

Eu estava banhando quando ele chegou e ele aproveitou e chegou junto.

- É mais já passou, uma hora ele toma tento - Falei e Dodô sorriu.

- Quer dizer que prefere um favela é - Falou dando um beijo em meu pescoço.

- Um favela não meu amor, a favela.   - Pirracei - To fazendo amor com a favela toda, mas meu coração, vai ser pra sempre seu - Cantei e ele já fechou a cara e eu sorri.

- Tá fazendo porra nenhuma mermão, colfoi parceira, tá tirando, ram -  Enrolou meu cabelo na sua mão e puxou.

- Tu sabe que é brincadeira e mesmo assim fica nervoso cara - Falei sorrindo.

Terminamos o banho e deitamos na cama para assistir um filme, era até legalzinho.

- Ih alá a cria - Falou sorrindo - Povo  é maluco pô, deixa o moleque sozinho.

- Isso se chama irresponsabilidade meu bem.

- Nós nunca bateu um lero de bagulho de filho né - Falou e eu o encarei.

- Eu nem sei se quero ter filho - Falei sincera.

- Nem eu pô, papo reto.

- Nós somos adultos, conseguimos superar as coisas com mais facilidade. Já pensou, eu ter um herdeiro teu e o pessoal botar o olho, maldar, vir na covardia, pegar meu filho e judiar - Pensei alto. - Vou querer bancar a justiceira e matar todo mundo.

- É isso que eu penso ta ligada, ter filho não é moleza não pô, ainda mais sendo trafica, os bico cresce o olho mermo, são tudo covarde po, vão agir na maldade cabuloso, nois vamos ter que privar a cria de altas coisas e eu não curto esses bagulhos. Se for pra ter um filho pra ele nascer e sofrer por minhas escolhas, quero não pô. Quem sabe um dia eu saia dessa vida, aí sim nós constrói uma família.

- Por enquanto a gente vai treinando - Falei subindo em cima dele.

- Cachorra - Deu um tapa na lateral da minha perna, me fazendo soltar um gritinho.

Me abaixei e chupei seus lábios o fazendo sorrir de lado e entrelaçar sua mão em meu cabelo. Rebolei em seu colo e ele arfou.

(...)

- To numa fome da porra - Falou passando a mão na barriga.

- Ué, acabou de comer - Brinquei.

- Tu ta ligada do que eu me referi po, vai lá fazer um rango dahora pá nois, vai vida. - Selou nossos lábios.

- Pedindo assim - Falei me levantando.

- Ou ou ou - Falou rápido, me virei e ele jogou uma blusa sua em mim - Bota essa porra pô, tá maluca, tem moleque fazendo ronda aí.

Vesti a blusa e dei língua pra ele.

- Passa a língua aqui - Falou apertando seu pênis, acho um tesão quando ele faz isso, neguei com a cabeça indo em direção a cozinha logo.

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Oi mores.

Estamos próximo do fim 💔

Amor MarginalOnde histórias criam vida. Descubra agora