Capítulo 13

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Bia Narrando           

A melhor coisa foi ver a cara dele de surpreso na hora que me viu, me levantei de seu colo e saí rebolando descendo do palco e me misturando com a galera da pista.

Uma coisa estava certa, eu dei meu nome, reparei o que as manas faziam e fiz diferente.

Não posso negar que eu estava piscando, ainda mais quando ele pegou em meu cabelo e apertou minha bunda, o filha da puta tem pegada.

Mas não vou render pra ele não, deixar na vontade pra aprender, veio de preconceito e machismo, perdeu meu corpinho gostosinho no azeite.

- Bicha tu arrasou, deixou as xoxadas tudo no chão e o bofe doido – Juliano falou e eu sorri.

- Fraqueza não é comigo bicha – Falei e batemos nossas mãos. – Agora vamos que hoje eu quero sair carregada.

Nem tinha bebido nada, na hora que cheguei Denny apontou e me chamou, na hora que vi que era Dodô no centro do palco pensei até em nem ir, mas como sou afronta, eu fui.

- Se for depender de mim tu fica no chão – Falou e eu dei um tapa em seu ombro. Fomos para o bar e pedimos um shot de tequila, tomei 3 e ele três, já saímos tontos e fomos para a pista.

Soca, soca, soca, soca, soca com força maloka.

A bunda já foi pra cima e comecei a rebolar no toque da música.

- Joga, joga de lado, fica de quatro então vem, vem cá piranha – Cantarolei jogando a bunda e mostrando que aqui não é fraca.

-Eita eita caralho – Juliano cantorolou e nós fomos descendo fazendo o quadradinho, quicamos e depois subimos rebolando, quando chegou o toque final começamos a tremer a bunda até acabar.

Ela me deixou galudo e eu fiquei apaixonado, porra nenhuma só quero empurrar o saco, a 200 por hora eu catucando sua xoxota.

Lembrei do infarento e olhei para cima, ele estava encostando na grade de olho, pisquei e me virei de costas pra ele.

- Nossa nossa, nossa, quanto mais você fala bota, eu  catuco sua xoxota – Cantei empinando bem e bunda – Toma Karen toma, toma Karen toma – Comecei a jogar a bunda, junto de Juliano que veio para minha frente.

Eu estava morrendo de calor, fui pro bar e Juliano ficou na pista, pedi mais duas doses de tequila, paguei e voltei pra pista, foi muita jogação de bunda, quando dei por mim eu não estava me aguentando em pé, estava alta no álcool, procurei por Juliano e cadê o viado?

Sumiu, no mínimo está com um bofe por ai, estava amanhecendo, mas o baile ainda estava lotado e o outro lá em cima, ora ou outra ele aparecia na grade.

Fui em direção ao bar e pedi um cigarro black de menta e fui para fora do baile fumar, pedi um isqueiro para um rapaz que estava próximo acendi e devolvi, fui para perto de um carro, me encostei nele se não eu iria cair e fiquei fumando me balançando no ritmo da música que tocava, o sono estava quase me pegando então estava na hora de ir embora, ainda mais que eu iria de uber.

Joguei a bituca do cigarro no chão, pisei com o salto e comecei a descer o morro devagar, eu não queria sujar meu pé e nem descer do salto, então fui devagar e sempre.

Um carro encostou do meu lado, estreitei os olhos para ver melhor e o carro era todo preto, não conseguia ver ninguém, o cu trancou na hora, parei e o carro parou também, apressei o passo e o carro acelerou.

Meu Deus, eu estava muito nova para morrer. Tenho muitas necas para sentar

O desespero tomou conta de mim, me abaixei tirei os saltos segurando na mão e comecei a correr igual uma louca, o álcool ia sair do meu sangue todinho.

- Socorro. – Gritei.

Olhei para os lados e avistei um beco logo a frente, corri e entrei nele, só que a merda do beco era sem saída, então fui para o fundo e esperei, não tinha mais jeito então se fosse pra morrer que eu morresse tentando, logo o carro parou de frente pro beco e o motorista desceu.

- Se você se aproximar eu taco o salto em você – Falei, estreitei os olhos e não acreditei.

Era o safado do Dodô e ele estava com um sorriso vitorioso nos lábios, respirei fundo e fui andando em sua direção.

- Mas você é um idiota viu.- Tentei passar por ele mas ele segurou meu braço.

- Tu vai embora como? – Perguntou me colocando em sua frente.

- De jatinho, tá vendo que eu sou rica não? – Respondi e ele respirou fundo.

- To falando sério rapá, larga de abuso porra – Falou fechando o semblante.

- Vou de uber – Respondi. – Agora da licença. – Pedi olhando para meu braço.

- Tu vai lá pra casa – Falou e eu o olhei incrédula. – Olha o jeito que você tá, nem se aguenta em pé.

- Vou pra minha casa. – Ele não respondeu nada, se abaixou e me jogou em seu ombro, me jogou dentro do carro e saiu dirigindo, fechei meus olhos e respirei fundo. – Se você está achando que vai ganhar xibiu, não vai não. – Falei cruzando os braços e ele permaneceu calado, fechei meus olhos e acabei cochilando.

Despertei sentindo água caindo sobre mim.

- Dodô fecha o vidro droga, está chovendo.  – Resmunguei – Dodô – Chamei.

- Que chovendo pô, deixa de ser  maluca, tu tá de baixo do chuveiro porra – Abri meus olhos e ele havia me jogado de baixo do chuveiro, eu estava totalmente pelada.

- Você é muito safado, porque não me deixou de roupa? – Perguntei o encarando.

- Você iria embora com roupa molhada amanhã? – Retrucou.

- A visão aqui ta boa - Falei o olhando de baixo pra cima, ele estava só de bermuda. - Não tira a bermuda e a cueca pra não bater na minha cara. - Falei e ele sorriu de lado - Ops esqueci que é nanico.

- Vou nem dar idéia pa tu porque ta bêbada, vou me sair, se fuder pra lá porra, querendo tirar a giromba. Ram - Reclamava enquanto saia.

Terminei de tomar o banho com ele me olhando, quando saí, apenas coloquei a calcinha que por sinal era fio dental. Sai do banheiro e entrei no primeiro quarto que achei me jogando na cama e fechando os olhos para dormir.

***

Mô noite.

Amor MarginalOnde histórias criam vida. Descubra agora