Bia Narrando
O fiofó estava como? Não passava nem agulha. O modo como Dodô ficou, me deixou morrendo de medo não posso negar.
- Gente pelo amor de Deus me deixa sair desse morro. - Pedi para os soldados dele que me carregavam para casa dele.
- Não dá não madame, agora tu vai se resolver com ele - Um falou.
- Não devia ter pago pra vacilar com o chefe. - Disse o outro abrindo a porta da casa dele e me jogando dentro, bateu a porta e a trancou.
Coloquei a mão na cabeça e fechei os olhos tentando pensar em alguma coisa.
Mas, pera aí.
Eu não tenha nada com ele e eu nem quero, gosto da minha vida de solteira, babado nenhum nisso.
E assim como eu fiquei com Samuel, ele deve pegar outras garotas. Não estou entendendo essa ideia dele e nem o porque de me querer me proibir, parece até que tá querendo exclusividade, eu em , bofe surtou legal.
Isso porque ele é dono do morro, tem mania de mandar e se não obedecem já tem que castigar, não gosta de ser desafiado, tudo tem que ser do seu jeito.
Por menores vias de dúvidas e prevenção, corri para a cozinha e comecei a procurar algo que eu usasse para me defender.
Uma gaveta estava trancada e deveria ser a bendita de facas, então me contentei em pegar uma panela de pressão.
Uma dessa na cabeça deve fazer um estrago.
Não que eu seja frouxa, nem aqui nem na galáxia, mas a força dele contra a minha não vale, ainda mais com a ira que ele estava.
Fiquei quietinha quando ouvi a porta bater e seus passos se aproximarem.
Em um ato rápido ele chegou na cozinha, seu peito subia e descia com a respiração ofegante, seus olhos estavam nublados.
Seria sexy se não fosse trágico.
- Sua mandada da desgraça - Falou alto vindo em minha direção e eu levantei a panela pronta para tacar nele e ele parou onde estava - Eu disse que não era pra você ficar com aquele filha da puta, mas tu gosta de me afrontar não gosta. - Falou entre dentes.
- A gente não tem nada cara, para com isso - Falei bem séria o encarando. Não posso ficar também abaixando a cabeça pra ele não. Meu pai que tinha o direito nunca me bateu. Se fosse preciso eu tacaria essa panela na sua cabeça sim, mas rapaz - Você pode ficar com outras e eu não, a gente só transou.
- Porra nenhuma rapá, se fuder na casa da desgraça, não vem com história pro meu lado não, quem manda nessa porra sou eu, eu mandei o papo tu não abraçou porque não quis - Falou se aproximando mais de mim -Tá achando que tu é quem? - Perguntou fitando bem meus olhos.
- E você é o que meu pra querer mandar em mim? - Perguntei e ele veio louco em minha direção.
- Se você se aproximar mais eu meto essa panela na tua cabeça. - Falei, ele em um ato rápido a tirou de minha mão, apertou minha garganta me levando até a parede, ele apertou forte que esta me deixando sem ar, comecei a chutar ele mas parecia que não o afetava, apertei sua mão com minha unha e não adiantou, ele mantinha seu olhar fixo no meu.
- Vacilona do caralho.
Estava quase desmaiando quando ele me soltou, puxei o ar forte o trazendo de volta para meus pulmões, eu queria chorar, mas não iria fazer isso na frente dele.
Aproveitei que ele me soltou, fingi que ia me levantar e acabei pegando seus ovos e apertando com as unhas.
Ele fechou a cara e começou a gemer de dor.
- Tu não me rela mais a mão, filha duma égua desmamada. Se meu pai que tinha o direito não fez, tu que não vai fazer.
- Solta desgraçada, tá doendo porra - Falou e veio com a mão para agarrar meu cabelo o puxando com força.
- Solta filho de uma égua - Falei apertando mais as unhas em seus benditos.
- Solta primeiro desgraça. - Falou.
- Vai fazer alguma coisa comigo quando eu soltar? - Perguntei ainda segurando.
- Eu vou te ma....- Grunhiu e eu apertei mais - Te deixar ir.
- Bom garoto - Falei e soltei, ele soltou meu cabelo colocando a mão de imediato com uma careta, meu couro cabeludo estava todo dolorido, que inferno de homem.
Eu me levantei para ir embora mais ele me puxou de volta fazendo o encarar.
- Tá achando que vai embora sem me escutar? - Saiu me puxando e me jogou no sofá - Te dei o papo namoral pra tu abraçar e tu me afronta desse jeito e não é de hoje cara, mô vacilona tu. Entenda uma coisa, tu ta no meu morro e o que eu disser tu tem que abraçar tá ligada?Tu não pode ficar querendo me tirar de otário que uma hora eu vou apelar e fazer coisa pior contigo. Mô coisa de mina sem postura mamar o cara no beco, tu ta é doido moço.
- Mina sem postura nada cara, Dodô eu sou solteira, não to pegando homem casado, não to vendendo meu corpo, quando eu sinto vontade de ficar com o cara, eu fico por livre e espontânea vontade, sem me importar com a opiniões dos outros, porque se eu for me importar eu nem vivo. Você não queria que eu ficasse com o Samuel, mas não me deu um motivo se é que tinha. Você não pode chegar e querer mandar em mim, você é chefe do teu morro, não meu chefe, as pessoas que eu obedeço são unicamente meus pais. - Respirei fundo, eu falava tranquilamente e seus olhos estavam grudados nos meus.
- Nós dois ficamos, foi gostoso, você faz um trabalho lindo, mas as coisas não são assim, não é chegar e falar, não quero, como você mesmo diz, dá o papo, mas dá na tranquilidade - Ele cruzou os braços me encarando. - Mas como eu disse, tu é chefe do morro, então me desculpa por fazer o que fiz aqui, prometo que não vai se repetir. - Juntei as mãos.
- Tá certo - Ele assentiu com a cabeça, não pronunciou nem uma palavra, nem eu, o clima não tava dos melhores, ele ainda estava bolado e era perceptível então peguei meu rumo.
Liguei para Juliano que parou o que estava fazendo e ia encontrar comigo no pé do morro.
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Boa noite.
Demorei pra postar porque minhas aulas na faculdade começaram segunda, então agora tudo vai ficar corrido, espero que entendam.
Só tem aquelas perguntas mesmo pros personagens?
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Amor Marginal
Teen FictionRespirando mágoas de uma outra dor, do nosso caso imoral. Para calar o sexo mais banal, pra virar poesia. Desse amor, desse amor marginal eu vou. Plágio é crime, eu denuncio e ainda faço um barraco.