Respirando mágoas de uma outra dor, do nosso caso imoral. Para calar o sexo mais banal, pra virar poesia. Desse amor, desse amor marginal eu vou.
Plágio é crime, eu denuncio e ainda faço um barraco.
- Agora me conta o que houve com você. - Falei para Juliano enquanto prestava atenção na pista.
- Eu me envolvi com um do movimento sabe mana, bofe maravilhoso, me apaixonei sabe, daí esses tempos eu estava ficando na casa dele, ele quis começar a me privar das coisas, no começo eu peguei embalo, mas depois, me olhei no espelho e me toquei, eu uma gay maravilhosa dessa. Tava perdendo amizade de valor, deixando de viver, por causa de macho que não me assume. Gay encubado? Não menina, me toquei de minha demência e falei com ele. Ou assume ou cai fora porque tem gente na porta.
- Fez foi certo, eu já te desculpei, entendo o que passou, mas se repetir, vai levar só porradão na reta - Falei e ele começou a sorrir.
- E amanhã? Vai colocar uma roupa bem curtinha, ficar loucona e pegar um bofe na frente dele? Me conta teus planos para arrasar com ele.
- Nenhum desses. Eu aprendi uma vez que ser ignorado e não visto por alguém que gostamos é o pior.
- Uau, essa eu não tinha pensado. Boa idéia mana, vou começar a ignorar o bofe para ver se ele me assume e se assume também. Babadeira essa idéia viu.
- Vai dormir lá em casa? - Perguntei e ele negou com a cabeça - Uai porque? - Perguntei estranhando.
- Arrumei um serviço em um salão, agora trabalho de segunda a sábado - Falou e eu sorri, o outro que ele estava era só 3 dias na semana, estava feliz por essa conquista dele, Juliano adorava mecher com cabelo, ainda mais se fosse de mulher.
- Parabéns amigo, muito aprendizado para você nesse novo serviço.
Ficamos conversando até eu chegar na casa dele, ele se despediu e entrou, segui para casa, quando cheguei, tomei um banho, fiz uma comidinha rápida, jantei, escovei os dentes e me joguei na cama, caindo no sono.
(...)
Já havia chegado do serviço e no momento estava procurando uma roupa para usar no baile de hoje, mandei mensagem para Juliano que me ajudou rapidinho.
Ele não ia comigo, ia para a aula, porque se tivesse algo importante, depois ele me passava ou colocava meu nome.
Sempre fazíamos assim, um sempre cobria o outro.
Depois que separei a roupa, prendi meu cabelo em um coque e fui tomar banho, coloquei a depilação das axilas, pernas e xoxotinha em dia e saí enrolada no roupão.
Me sentei em frente ao espelho com minha bolsa de maquiagem no colo, iria começar pelos olhos, passei delineador, uma sombra preta de leve e depois caprichei no rímel, passei base, blush e por fim o batom que era um vermelho vinho.
Passei chapinha no cabelo, o deixando reto, passei um óleo de argan, para dar mais brilho e ficar cheiroso né non. Quando terminei vesti uma calcinha boxer cor da pele, hidratei todo meu corpo, coloquei a saia branca, depois o cropped que já vinha com bojo. Me olhei no espelho e estava mara.
Calcei uma sandália de salto preta, com o salto grosso e estava pronta. Peguei minha bolsa, minha carteira, tirei um dinheiro e coloquei no peito, guardei de volta, peguei as chaves de casa e sai a trancando, quando um moto-táxi passou, eu o chamei e peguei embalo com ele.
Antes de ir lá passei em um bar e tomei uma dose de tequila, só pra dar uma calibrada, pedi para um rapaz tirar uma goto minha e depois agradeci postando.
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Baile estava o fervo, lotado, muito jogança de bunda, muitas bebidas, muita gente, olhos chega piscaram, peguei uma skol beats só pra começar e entrei no meio do povão, de longe avistei uma tropa e sabia que Dodô estava nela, reconheci o boné preto, cobrindo o rosto quase todo. Vocês viram? Nem eu.
Me virei de costa para a tropa e comecei a balançar meu corpo no ritmo da música. Começou " Tipo metralhadora do WM" . Eu fiquei como? Tremendo a bunda já, coloquei uma mão no joelho enquanto a outra segurava a garrafa.
- É só bala de AK, é só sequência de pa pum, é tipo metralhadora o que ela faz com o bumbum. - Cantei e tomei um gole da beats, era muita jogança gente, esta da hora demais. - Olhei de soslaio para trás e advinha? Dodô já tinha uma garota em sua frente sarrando nele, já tinha me visto aqui no mínimo.
Senti alguém colocar a mão na minha cintura e me virei, era um rapaz, bonito até, mas eu tava na manha, apenas dei um sorriso para ele e neguei com a cabeça, ele assentiu e saiu, fui no bar, peguei outra bebida, dessa vez uma vodca com energético.
Estava voltando para o lugar, quando senti esbarrarem em mim, você olhou para ver quem era? Nem eu. Segui meu rumo numa boa e voltei para a frente da tropa.
- De copão da mão - Cantei erguendo meu copo - Eu não quero arrumar mais confusão, só quero ver as piranhas e curtir esse bailão - Tomei um gole e senti o gosto forte da vodca - Eita caralho, vou ficar maluca. - Falei e sorri.
Não sei quantas horas se passaram, sei que eu já estava alegre demais, perdi a conta de quantos copos havia tomado, já estava altinha, dançando pra caralho, toda hora levava um esbarrão, mas em me dava o trabalho de olhar quem era, não olhei para Dodô uma vez se quer, mas sabia que ele estava ali, só observando.
- Hoje eu to querendo, muita putaria, eu vou pro bailão, atrás das danadinhas, pra levar pra treta e socar nas bucetinhas, - Desci rebolando até o chão e comecei a quicar, depois subi empinando balançando a bunda para os lados e ainda fiz aquele maravilhoso quadradinho.
Depois de 30 minutos, fui pegar mais uma bebida, quando a moça me entregou e eu me virei, Dodô estava parado em minha frente.
