Capítulo 79

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Bia Narrando.

Engoli seco e levantei me aproximando dele ainda de cabeça baixa, parei rente a ele, respirando fundo, levantando minha cabeça. Ele engoliu seco e virou o rosto para o lado, doía o fato dele ter que me encarar com o rosto todo machucado, eu sabia bem disso.

- Eu preciso mesmo falar Rodolfo? Olha pra mim cara, eu to toda machucada, toda lascada. O que você quer que eu diga. - Ele odiava quando eu chamava ele pelo nome

- Diz como tu tá po, o que tanto tu viaja - Falou. - Eu não aguento po, tu toda esquisitona, fica bancando a pão não porra, ram, tá foda pra caralho po.

- O que tanto eu penso? - Sorri com desanimo - Eu penso no que eu passei Dodô, o que eu passei nas mãos daqueles policiais, no quanto eu estou machucada e que - Engoli seco - Que eles me levaram porque você não estava aqui - Apontei pra ele.

- Tu acha que se eu soubesse da porra da invasão eu sairia do morro Bia? Colfoi porra, eu sou sujeito homem no bagulho, ram. Eu pedi pro desgraçado do Pereira te tirar daqui e te levar pro esconderijo, mas o filha da puta falhou caralho. Eu deixei claro que tu é prioridade no bagulho Bia.

- E pela falha dele, eu to desse jeito cara, olha pra mim Dodô - Ele me encarou - Olha minha situação cara, eles me levaram por eu ser tua mulher, somente por eu ser tua mulher Dodô.

- Ah agora a porra da culpa toda é minha nessa desgraça? Vai te tomar no cú Bia. - Se alterou.

- E é de quem Dodô me fala? Eu que sou a dona do morro né porra, te manca Dodô, te manca.

- Qual papo eu te dei na porra daquela noite em que tu aceitou morar comigo. Me diz Bia, qual papo? - Se aproximou mais e eu abaixei a cabeça - Eu mandei a porra do papo, dizendo que tu corria risco, que iria ser visada, pra tentar não pagar vacilo e o que fez porra? Postou uma foto nossa.

- Ah agora a culpa é minha né - Falei o empurrando,ele segurou meus pulsos e me encarou sério.

- A culpa é nossa fia, se liga porra, quando eu mandei o papo que tu correria risco. O que tu me disse porra? Solta a voz Bia.

- Que por você valeria a pena correr esse risco - Falei entre dentes.

- Fala alto caralho.

- Que por você valeria a pena correr esse risco - Falei alto o encarando.

- Então porque tu quer jogar o b.o todo pra cima de mim po? Se liga Bia, eu sou homem pra caralho para admitir minhas falhas, a culpa maior do que tu passou é minha e admito na pureza, sem cutchara, me sinto culpado pra caralho fi. Mas não vem querer jogar o b.o todo pra cima de mim quando tu era bem ciente do risco que corria. Sempre te admirei por ser madura pra caralho, espero não ter que desconsiderar isso. - Engoli seco e respirei fundo, era verdade o que ele tinha dito, ele não falando o erro não, tava jogando a real e isso me dóia, me corroía por dentro.

- Talvez eu... - Respirei fundo e fechei os olhos segurando as lágrimas, abri meus olhos e o encarei torcendo os lábios, ele não disse nada, parecia que sabia o que eu ia dizer, apenas ficou me encarando esperando eu continuar. - Talvez eu não queira mais correr esse risco.

- É isso mermo po? - Perguntou e eu apenas assenti com a cabeça. - De boa, pode ficar constando aqui, eu tenho outros barracos.

- Eu vou voltar pra minha casa - Falei.

- Tú corre risco lá fia.

- Eles não conseguiram nada de mim, o que adiantaria me pegar de novo?

- Não conseguiram de tu po, de mim sim, mas deixa baixo, preciso ficar esparrando não, ainda mais quando o bagulho que a gente faz é de coração. - Se afastou - Já dei o papo, fica se quiser.

- Dodô - Tentei chamar enquanto ele ia saindo.

- Colfoi Bia? Não deu teu papo? Deu, deu po, vou ficar rendendo mais não, acho que deveria repensar tuas ideias, mas tu sabe o que faz e o que é melhor pra tu fia, to vazando, qualquer coisa é nois. - Mandou um beleza e se virou de costas saindo.

Assim que ele saiu eu me sentei no chão e deixei todo o choro que estava preso sair, fazia muito tempo que eu não chorava, ainda mais por homem. Eu não estava bem, estava confusa, meu psicológico ainda estava abalado, eu precisava de um tempo, de pensar.

Meu coração doía, eu lembrava das reações e palavras de Dodô e chorava mais ainda, ele não estava bem, muito menos eu, eu chorava de soluçar, o nó na garganta não passava.

Eu sempre fui muito segura de mim, muito segura com minhas decisões, mas pela primeira vez na vida, eu não sabia se havia feito a coisa certa.

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estou com o escuro podem atirar.

To triste também, acreditem amo demais esse casal.

Cheiro ;*

Amor MarginalOnde histórias criam vida. Descubra agora