Capítulo 51

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- Tá triste?

- Tô

- Quer ver meu pinto?

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Dodô Narrando

Caralho viado, tomei no cu pra caralho cês viram? Só joguei o papo pra mina que gosto e ela me tirou de tempo legal, nem pra mandar o papo na manha, nem para falar que sente algo, parece uma cavala aquela desgraçada, me deu um coice da desgraça viu.

Deixei ela lá e voei para meu morro, já fui logo para a boca ocupar a mente e fazer o que tinha de fazer. É aquela frase, mente parada depósito do diabo. Ela acha que vai se livrar de mim fácil? Porra nenhuma mermão, o nego é enjoado e sabe jogar sujo também. 

Ela sente algo que eu to ligado, tem que sentir, não é possível, um cara desse aqui. vamos jogar pra ver o que ela vai fazer. Tava terminando de organizar uma planilha dos vagabundo que fica devendo quando Pereira entrou com tudo já gritando. Essa peste não fala baixo não, bicho desgraçado. 

- Fala baixo desgraçado, tu não alugou ouvido não porra. - Falei e ele parou de sorrir e me encarou sério. 

- Qual foi filha da puta, levou um fora da crusha foi? - Parece que advinha uma porra dessa.

- E eu lá sou homem de ficar levando fora pau no cú, respeita - Falei e ele gargalhou. - Que tu quer moço, diz logo e me deixa sereno aqui. 

- Quero que tu me dê folga essa noite vacilão, vou levar a preta pra um bagulho romântico - O encarei e comecei a gargalhar. 

- Ih, tá virando viadinho mermo em mano, a xota brotou o mano xonou cabuloso. - Essa foi a vez dele fechar a cara - Pode ir, mas se liga em, cuidado pra não broxar de novo. 

Uma vez ele fez um bagulho desse, tudo nas mil maravilhas, mas daí quando foi na hora do vamos ver, ele broxou do nada, rapaz, no dia que ele me contou isso, eu sorri o dia todo dele, o que restou foi chupar a mina e ficar na vontade de sentir uma xota quente.

- Tu é um arrombado mermo em, te conto mais nada, rum  Saiu resmungando, é só falar disso que ele apela.

Chamei ele no rádio e ele voltou.

- Já que vai estar na manha de noite, marca um dez enquanto vou em casa tomar um banho e xepar. - Me levantei e já fui saindo, peguei a garupa de um soldado pegando frete.

Tomei um banho daqueles e quando terminei pedi pra um moleque comprar um lanche massa. Terminei de xepar, peguei a chave do carro e voltei para a boca.

- Chegou esses malotes aí da coca(Cocaína) que tu fretou pros caras da CDD.

- Valeu, deixa que eu confiro - Ele saiu e eu me sentei já abrindo os malotes, os olhos chega brilharam, sou apaixonado nas notas.

Acendi um base, fiz uma fileirinha da coca, coloquei um Racionais para ouvir, cheirei só pra ficar com a lombra massa, peguei o caderno e comecei a contar.

Eu era a carne, agora sou a própria navalha, tin, tin, um brinde pra mim, sou exemplo de vitórias, trajetos e glórias - Cantei com o cigarro preso na boca enquanto contava a grana -O dinheiro tira um homem da miséria, mas não pode arrancar, de dentro dele a favela.

Quando terminei era duas da matina, tava pegando aquela brisa, peguei o celular dos contatinhos e chamei uma, fui pra casa do beco 6 e ela já estava lá.

Já cheguei na bruta, puxando o cabelo e jogando na cama, só que a desgraça da giromba não queria subir de jeito nenhum, mermão foi batendo um desespero legal.

A mina ficou peladinha e tals, pensei que o moleque ia subir, subiu porra nenhuma, mandei a mina ralar e me deitei na cama respirando fundo, bolado pra caralho, nunca dei falha no bagulho.

- Desgraça de mulher filha da puta - Falei puto da vida, nunca tinha acontecido uma porra dessa. Não é possível que tenha dado tempo dessa mamada ir no centro de macumba fazer feitiço pra me amarrar e me deixar broxa.

Peguei o celular e olhei a foto que eu tinha tirado dela, advinha quem acordou?

- Na hora de acordar tu não acorda né porra - Falei olhando pro volume da minha bermuda - Pica não se apaixona caralho - Apertei o volume em minha bermuda, depois de um tempo me levantei e voltei para a boca.

Fiquei acordado até amanhecer deixando tudo nós conformes, contabilidade certa, quantidade de mercadorias, quanto que a gente tinha que ter de grana quando acabasse tudo,os vacilões a serem cobrados, outros a irem pra vala.

Faz tempo que a gente não mete um assalto ao carro forte, ia agilizar essa fita. To sentindo falta da adrenalina.

- Acordado até essa hora rapá - Pereira chegou para me render por volta das 10 da manhã.

- Não otário, to dormindo de olho aberto.

- Ih vai pra casa dormir vai - Falou se aproximando, me levantei e o encarei.

- Broxou não né otário? - Perguntei.

- A preta ganhou tanto piru que nem precisa comer mais no natal - Respondeu e eu comecei a gargalhar. - E tu otário nunca broxou não?

- Eu? Me respeita rapá, aqui na hora que chegar ele levanta pras donas sentar - Falei e ele sorriu negando com a cabeça, fiz toque de mão com e ele e me saí, cheguei em casa só tomei aquele banho e caí na cama morgado.

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Bons sonhos.

Amor MarginalOnde histórias criam vida. Descubra agora