Bia Narrando.
Eu presenciei a cena mais horripilante na minha vida, meu amigo/irmão ser espancado.
Eles davam murros, chutes, em Juliano sem parar, eu consegui me soltar umas três vezes do babaca que me segurava, consegui acertar murros em alguns deles, aí vieram dois para me segurar e eu não conseguir mais me soltar.
Juliano urrava de dor e gritava por socorro, eu me sentia ridícula por não conseguir fazer nada por não conseguir ajudar meu amigo.
Algumas pessoas olhavam, mas nenhuma era capaz de interferir para ajudar meu amigo, uma sociedades hipócrita, ridícula, que prefere gravar do que ajudar, eu xingava todos eles e pedia para os covardes pararem de fazer aquilo com meu amigo. Preferia que fosse em mim e não nele.
Meu pedido só foi concebido quando meu amigo estava cheio de sangue, cheio de cortes, inchaço, quando ele não conseguiu mais se segurar em pé de tanta fraqueza, sua blusa estava repleta de sangue.
E a cena pior foi os pisões que ele levou na cabeça por último, após cair no chão, depois de tudo isso eles saíram correndo e eu corri para cima do meu amigo.
- Ju, amigo olha pra mim - Falei pegando ele e colocando no meu colo - Amigo me desculpa, me desculpa por não ter conseguido te ajudar - Falei em prantos de choro.
- E... eu - Tentou falar.
- Não fala nada, por favor, não faz força, tudo vai ficar bem, calma - Falei tentando acariciar seu rosto cheio de hematomas. - DÁ PARA ALGUM DE VOCÊS LIGAREM PARA AMBULÂNCIA NESSE INFERNO? SÃO DA REPORTAGEM POR ACASO PARA ESTAREM GRAVANDO? BANDO DE LIXO HUMANO, SAIAM DAQUI - Gritei - AGORA, OU EU DENUNCIO VOCÊS POR OMISSÃO DE SOCORRO. - Abri minha bolsa e chamei a ambulância, eles pediram para eu não deixar Juliano dormir.
- Lembra de quando nos saímos para tomar um porre e apostamos que o primeiro a ficar bebo iria correr pelado na praia? Você perdeu e saiu correndo com a pindola de borboleta solta no ar - Lembrei Juliano e um meio sorriso apareceu em seu rosto. - Eu como gosto de pegar um ar na vagininha tirei a roupa e te acompanhei. - Sorri lembrando - Sorte que aqueles policiais que viram eram legais, se não teriamos nos dado mal, já que é crime. - Ele apenas assentiu com a cabeça.
- Mas você iria gostar de ser preso, altas necas querendo entrar no seu orifício anal. Seu sonho de princesa necuda né - Ele ia gargalhar mas acabou tossindo. - Shi, fica quietinho, não faz força. Amigo eu amo você - Falei enquanto as lágrimas caiam sobre seu rosto, beijo seu rosto de forma demorada.
- E- eu também - Falou baixo e com dificuldade. Assim que me calei a ambulância chegou, me afastei para eles avaliarem Juliano, minha calça havia sangue, a cabeça de Juliano estava no meu colo, meu coração doeu, mesmo eu tentando não pensar no pior. Colocaram ele na maca e eu como acompanhante fui com ele atrás na ambulância junto de um enfermeiro.
- Ele está bem? - Perguntei para o enfermeiro.
- O quadro dele é grave - Respondeu olhando para Juliano.
- Mas vai ficar né? - Perguntei esperançosa, ele reprimiu os lábios e não disse nada. Respirei fundo, segurei a mão de Juliano e fechei meus olhos segurando as lágrimas. Mandei mensagem para minha mãe e meu pai, mas pelo horário já estavam dormindo. Mandei para Dodô também mas ele não estava online e preferi não ligar devido os problemas do morro, uma hora ele verá a mensagem.
(...)
Fazia 2 horas que eu estava esperando, andando de um lado para o outro, toda hora que ia na recepção eles não tinham notícias, o desespero era grande.
- Acompanhantes de Juliano Silva - Chamou um doutor. Eu praticamente corri em sua direção. Ele respirou fundo e colocou a mão no meu ombro de forma acalentosa, fechei meus olhos e reprimi os lábios esperando a notícia - Infelizmente o paciente veio a óbito, devido a hemorragia cerebral, sinto muito.
- Não, não, não - Falei repetidamente - Meu amigo não por favor - Juntei as mãos em forma de súplica - Vai lá doutor, tentar reanimar ele, meu amigo é forte, ele vai conseguir, não diz isso pra mim não. Eu não posso perder ele. - As lagrimas escorriam de forma copiosa sobre meu rosto.
- Sinto muito - Falou e eu sem forças caí no chão.
Comecei a chorar, chorar de soluçar, meu peito doía tanto, ele não pode ter me deixado, minha bicha louca, o que vai ser da minha vida sem ele.
- Ai meu Deus, que dor - Falei entre soluços - Me abraça Deus, me abraça - Pedi, eu estava despedaçada, tiraram um pedaço de mim.
" A cada 25 horas, uma pessoa LGBT é assassinada no Brasil. Homofobia é crime, cada um faz sua própria opção e você não tem o direito de oprimi-la. Aceitar é uma escolha, respeitar é um dever de todos. Diga NÃO a homofobia.
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Bom dia mores.
Estou postando com pouca frequência, devido estar em semanas de provas na faculdade. Hoje e amanhã são as últimas.
Escrevi esse capítulo com o coração doendo, ainda mais por ter um irmão homossexual e pensar que há pessoas tão cruéis no mundo, capaz de não respeitar uma opção sexual.
Alguém para me ajudar?
Sugestões para os próximos capítulos?
Beijos mores.
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Amor Marginal
Teen FictionRespirando mágoas de uma outra dor, do nosso caso imoral. Para calar o sexo mais banal, pra virar poesia. Desse amor, desse amor marginal eu vou. Plágio é crime, eu denuncio e ainda faço um barraco.