Bia Narrando.
Já era sexta feira, estava toda xoxa assumo, não havia cortado nenhum cabelo cara. O próximo que viesse e começasse com as gracinhas eu iria colocar para correr com a tesoura na mão.
Estava indo para a barbearia, estava muito calor, fiz um coque em meu cabelo e amarrei minha blusa no meio da barriga!
Assim que levantei minha cabeça, avistei de longe o tal Dodô mais alguns caras conversando, ele estava sem camisa e olha, aquela barriga tanquinho, toda tatuada, trincada e com aquela pélvis funda, fez meus olhos brilharem e algo aqui em baixo piscar, desviei o olhar.
Dodô não merecia minha piscada.
- Era uma vez, o dia em que todo dia era bom – Cantarolei – Delicioso gosto e o bom gosto das nuvens serem feitas de algodão – Continuei, essa música pra mim era um hino, nada mais que a realidade do mundo em que estamos vivendo, uma triste realidade.
Estava passando em frente a Dodô e aos homens que o acompanhava.
- Psiu... Gostosa! – Me chamou mas eu ignorei. – Já conseguiu cortar uma cabeça? – Brincou fazendo os caras sorrirem. Era o Dodô!
- Vou cortar a tua se não parar de gracinha – Retruquei.
- iiiiiih- Os que o acompanhava zoaram ele.
- Só deixo se for a de baixo, mas tem que ser de outro jeito. Tu vai ganhar mais e vai ser bem prazeroso eu garanto! – Falou me encarando.
- Ganho mais é prejuízo, um instrumento pequeno desse jeito nem cosquinha faz – Respondi e seus colegas zoaram ele mais ainda, ele se aproximou de mim, pegou no meu braço com força e saiu me puxando, bicho arretado da peste.
Tentei tirar o braço e ele puxou com mais força
- Faz mais que cosquinha eu te garanto, faz você gozar gostoso, filha da puta! Aqui não brinca em serviço não vacilona. – Falou com o semblante sério. Se eu não estivesse com raiva dele já tinha chorado, não disse por onde.
Homem com raiva me dá mais tesão.
- Oh dó – Respondi tentando não fazer careta porque tava doendo meu braço – Agora da licença que eu tenho que trabalhar.
- Vai conseguir nada fia – Falou soltando meu braço, olhei e estava vermelho.
- Vamos ver. – Retruquei e sai andando.
- Delicia! Se eu pego essa loira faço estrago. – Ouvi alguém dizendo mas nem me dei o trabalho de olhar para trás.
- Bom dia – Cumprimentei seu Neco.
- Bom dia menina – Respondeu.
- Ta quase desistindo de mim né.
-Que nada pô, acredito no teu potencial.
Me sentei na cadeira esperando alguém chegar e sabe quem chegou? Dodô e seu grupinho, coisa boa dali não vinha
- Aí, vim cortar o cabelo – Um deles se sentou na cadeira e eu o encarei bem séria, nem movi um braço tava toda desconfiada.
- Quero ver se tu é braba mermo - Dodô disse cruzando os braços me fazendo respirar fundo.
- Anda pô, me arruma aqui, papo reto. – Me levantei e fui até ele, coloquei a capa para não o encher de cabelo. Na hora que peguei que peguei o borrifador de água e ia molhar seu cabelo ele se afastou rapidamente.
- Sai fora! Tenho amor a minha vida, parceiro – Se levantou tirou a capa e saiu correndo sorrindo.
- Seu filho de uma gazela com chifre – Gritei – Idiota, petulante, antipático – O ofendia, seu Neco começou a sorri. Encarei o tal Dodô e ele estava de cara feia mas reprimiu os lábios ocultando seus dentes.
- Melhor procurar outro serviço doninha - Falou e saiu.
Me sentei e acalmei meus nervos, to possessa com umas coisas dessa, senti uma fome e pedi para seu Neco para eu ir lanchar e ele permitiu. Saí do cabeleleiro e fui em uma lanchonete perto, pedi uma coxinha e uma coca-cola.
Comecei a comer, assim que terminei limpei minha boca, fui até o balcão, paguei e voltei para o salão, me sentei e fiquei aguardando e orando para Deus para enviar um bendito homem para corta o cabelo.
Fiquei mexendo no celular até ouvir passos na loja, olhei e era um rapaz aparentando ter uns 17 anos.
- Quero dar um trato no cabelo e fazer uns traços maneiros, tem como? Bagulho naquele pique! - Falou e eu me levantei indo até ele.
- Qual o corte? - Perguntei, ele tirou o celular do bolso e me mostrou.
- Eu consigo fazer... Esse tribal é fácil. - Falei e ele me encarou sério.
- Você que vai cortar? -Me olhou incrédulo, pronto, ai eu já sai da graça logo porque ninguém merece isso.
- Sim - Ele pareceu pensar - Olha se for vir com preconceito e machismo tu se saia, antes que eu pegue a máquina e passe a 0 nessa tua cabeça - Falei já apontando o dedo nele.
- Calma mina, eu vou cortar contigo, mas aê, todo cuidado é pouco com minha cabeça em - Falou e eu assenti sorrindo, tava toda feliz.
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Amor Marginal
Teen FictionRespirando mágoas de uma outra dor, do nosso caso imoral. Para calar o sexo mais banal, pra virar poesia. Desse amor, desse amor marginal eu vou. Plágio é crime, eu denuncio e ainda faço um barraco.