Capítulo 56

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Juliano Narrando.

Sabe quando você se apega a uma pessoa e não sabe o que fazer quando ela não está? Quando a presença dela é o que você mais queria?

É desse jeito que eu estou, eu não me sinto bem, parece que está faltando algo, que eu estou sem um pedaço do meu coração.

Eu não sou de chorar, não gosto, mas eu não estou conseguindo aguentar, tem um bolo preso na minha garganta , uma hora eu vou desabar.

Conheci o Binho em um baile funk, Bia não havia ido comigo ainda, o momento todo eu sentia seu olhar sobre mim.

Quando eu estava indo embora, ele só parou o carro do meu lado e nós fomos para o motel. Quando ele me deixou em casa, me explicou que era do movimento e não queria divulgações.

Até então tudo bem, o sentimento foi surgindo e ele sugeriu algo sério. Mas me diz, como se tem algo sério, de modo escondido?

Por um tempo tudo bem, mas depois vem a vontade de sair juntos, andar de mãos dadas, curtir uma festa agarradinho, eu não sou caseiro, não suporto ficar final de semana em casa.

Conversei com ele e ele não quis, o jeito foi eu terminar para ver se ele se mancava. Fiz que nem Bia com Dodô, ignorei ele. Toda hora era mensagem.

Mas nenhuma delas, dizia em se assumir e me assumir. Eu sei que é difícil, por sua profissão e tudo mais.

Mas ele vai viver assim pro resto da vida? Com medo? Ele tem que se amar e se aceitar, os outros que se fodam.

Quem vive com medo não é feliz, não tem paz. Nós somos prisioneiros dos nossos pensamentos e ele vive conturbado com a indecisão.

Eu sei porque eu já fui assim um dia. Tentei ajudar ele, mas é aquela coisa, não podemos ajudar quem não quer ser ajudado.

Cheguei na faculdade com aquele bolo presente na garganta, me sentei e guardei o lugar de Bia, deitei minha cabeça sobre os braços fechando os olhos.

Bia Narrando.

- Cheguei - Comuniquei ao Ju tirando seu caderno de meu lugar, que ele havia reservado.

Ele permaneceu de cabeça baixa, tinha algo errado com ele, me abaixei ao seu lado e beijei seu rosto. Ouvi ele engolir saliva repentinamente.

O peguei pela mão e o puxei, ele me acompanhou sem titubear, mas de cabeça baixa, fui para o pátio com ele e me sentei na arquibancada ele se sentou ao meu lado me abraçando.

- Eu só preciso chorar - Falou e eu o abracei forte, ele começou a chorar de soluçar, fechei meus olhos e respirei fundo para não chorar junto.

Comecei a acariciar seus cabelos enquanto mantinha os olhos fechados, depois de um bom tempo ele se acalmou e se afastou, abri meus olhos e o encarei.

- Eu sinto muito a falta dele - Começou a falar, levei meus polegares em seu rosto para limpar as lágrimas. - Eu já corri atrás, conversei, tentei ajudar, mas ele não quer se assumir, Binho é orgulhoso demais.

- Mas a profissão dele é arriscada para ele fazer isso - Falei.

- Eu sei amiga, mas eu não suporto ficar final de semana em casa, parado, eu não aguento mais ver ele e não poder estar junto entende. E ainda suportar ele com mulheres por perto só para meter banca de macho alfa. Eu me apeguei muito a ele, a falta dele está me doendo. Mas eu não posso estar com alguém que tem vergonha do que é, porque ele está tendo vergonha de mim também, eu sou aflorado, eu gosto de me amostrar, de sair, ser feliz...

- Você tem pingola de borboleta - Completei e ele começou a sorrir. - Esse sorriso que eu quero no seu rosto. Amigo, faça o que acha que é melhor para você, você se conhece melhor que ninguém e sabe o que te faz bem. Eu sei que as pistolas de algunss traficas são apaixonantes, que eles fazem um sexo mara que até de falar eu fico molhada. Mas você não vai deixar de viver por causa de uma né? Tomara que ele caia na real e veja que você e um viado da porra.

- Tu é demais bicha, eu te amo -

-Eu te amo muito porpurinado - Ele sorriu - Que tal você dormir lá em casa? Um filme, pipoca, doces, refrigerante.

Ele bateu palminhas e nos voltamos para a sala de aula.

(...)

- Em, você não me contou como está com o Dodô, pode me contar os babados querida. - Nós ja estávamos em casa, o filme estava passando e tinha muitas guloseimas para a gente comer.

Contei tudo o que aconteceu e na parte que eu disse que Dodô broxou ele se mijou de sorrir, mas eu fiz ele prometer que não iria contar para ninguém.

Ouvi baterem na porta e me levantei em direção, destranquei a porta e a abri me deparando com Dodô.

- Oi - Pulei em seu colo o enchendo de beijos.

Ele entrou comigo e fechou a porta com o pé, desci de seu colo e na hora que ele viu Juliano fez um carranca.

- Quié? Quero nada com Bia não querido, gosto de xereca não, sou gay - Falou se levantando e vindo em nossa direção - Vou te dizer uma coisa, se você machucar minha amiga, eu banco o macho alfa e você vai se ver comigo entendeu? - Dodô cruzou os braços o encarando, Juliano se virou para mim e eu sorri para ele negando com a cabeça - Vou pro seu quarto amiga, vê se na hora de pimbar geme baixo e faz pouco barulho, vou descansar minha beleza. 

  εïз εïзεïзεïзεïзεïзεïзεïзεïзεïзεïзεïзεïзεïзεïзεïзεïзεïзεïзεïзεïзεïзεïзεïзεïзεïзεïзεïзεïзεïзεïзεïзεïз 

 Boa tarde mores.

Querem mais? 

Me digam o que estão achando.

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