Dodô Narrando.
Tava quase cochilando quando Bia se mexeu na cama, a fitei e ela havia aberto os olhos, me sentei do seu lado na cama e a encarei, ela me encarou e não esboçou nenhuma reação po, bagulho estranho pra caralho.
Ela me encarava mas parecia que eu não estava ali po, que ela via através de mim, fiquei neuroticão, até olhei para trás para ver se tinha algum bagulho.
- Ou – Chamei e ela nada disse - Colfoi Bia – Ela permaneceu calada. Respirei fundo e passei a mão na cabeça.
Não sabia qual era a dela po, o que tava se passando na mente dela. Me levantei e comecei a tirar a roupa dela, na moral pra não machucar a dona. Fechei os olhos e respirei fundo ao ver os hematomas que tinham em seu corpo, o sangue fervia cabuloso fi, covardia do caralho.
Fui ao banheiro e coloquei a banheira pra encher, fiquei só de cueca, a peguei no colo e fui caminhando em direção do banheiro com ela, a coloquei na banheira e entrei junto dela. Peguei o sabonete e comecei a passar por seu corpo na manha.
Seu rosto estava machucado que só um caralho, tadinha da minha maluca, peguei a toalha, molhei e comecei a passar devagar em seu rosto, quando passei no seu lábio rachado ela fez maior careta.
Peguei shampoo e passei em seus cabelos, tirei e depois passei o condicionador, cuidar né po, dona sempre cuidou de mim, nem é por isso também, é porque o sentimento é grande po, aquelas paradas de quem ama cuida ta ligado.
Me sentei atrás dela, peguei o pente e comecei a pentear seus cabelos devagar, quando terminei ela deitou sua cabeça em meu peito e eu a abracei. Ficamos uma cota, eu a tirei primeiro, sequei, passei pomada nos machucados e coloquei um blusão meu nela, depois me vesti.
Ela não pronunciou uma palavra, dona parecia que tinha congelado no tempo po, tava ficando agoniado com o silêncio dela, ainda mais ela tagarela do jeito que é po, ram. To gostando disso não fi, ideia.
A deixei deitada e fui pegar o rango que Vic e Lorena preparam para eu dar pra ela, boto fé que é sopa pô.
- Valeu mermo viu.
- Não precisa agradecer Dodô, nossa Bia merece. – Vitória disse.
- To surtando po, ela não diz nada, só fica me olhando e olhando os bagulhos. – Cocei a cabeça
- Deixa ela Dodô, só ela sabe o que se passa na cabeça dela agora, não vai caçar coisa não – Lorena aconselhou - Só mostre a ela que tu tá do lado dela, depois a gente volta pra ver ela, vamos deixar vocês a vontade – Assenti com a cabeça e elas saíram.
Era sopa o rango, botei numa vasilha, peguei a colher e fui pro quarto, me sentei na cama e enchi a colher colocando na boca dela. Ela recuou.
- Tu precisa comer po, sem cutchara. Quer ficar só o graveto é fia? – Perguntei e ela abriu a boca, depois que ela tomou tudo, eu levei pra cozinha, peguei remédio pra dor e dei pra ela tomar, ela se deitou, me deitei junto dela e a abracei, sem depositar o peso do braço nela.
Fechei os olhos e respirei fundo, o silêncio dessa mina tava me deixando neurótico po, bagulho tava assustando cabuloso mermo.
(...)
Bia Narrando.
Acordei e reconheci meu quarto mais de Dodô, respirei fundo e agradeci a Deus mentalmente por estar viva. Eu não estava bem, nem psicologicamente, nem fisicamente.
Depois de levar a coronhada e acordar, eles continuaram a tortura, eu vi a morte passar diante de meus olhos cara, se tivessem segurado a sacola um segundo mais, eu havia morrido.
Assumo que fiquei com medo, medo de morrer, medo de ficar em coma novamente. Eu tinha uma cicatriz de quando aquele desgraçado me bateu e ela dessa vez aumentou.
Assim que os olhos de Dodô se encontraram com o meu, eu não soube o que fazer, o que falar, os pensamentos estavam a mil, então eu preferi me calar.
Estava muito dolorida, não conseguia falar, nem me mexer direito. Depois que Dodô me deu banho e comida, eu me senti até melhor, eu percebi que ele estava se esforçando para cuidar de mim, mesmo sem jeito, ele estava cuidando.
(...)
Uma semana havia se passado e eu estava bem melhor. Lorena levou meu atestado ao serviço para o pessoal abonar. Dodô passava a maioria do tempo comigo, cuidando de mim, todo preocupado. Nós trocávamos poucas palavras e eu sabia que isso o incomodava demais, porque me incomodava também.
Quando ele não estava as meninas estavam do meu lado, fazendo graça. Contei pros meus pais por mensagem e desliguei o celular, sei que eles iriam encher e para enfrentar e aguentar eles eu tenho que estar melhor. As meninas acabaram de ir embora, Dodô estava no banho e eu estava sentada assistindo televisão.
Ele saiu, pegou o controle e desligou a televisão.
- Não aguento mais esse teu silêncio po, bora desenrolar logo o bagulho, chega de fugir do assunto Bia, solta o que tá preso na garganta rapá, é 8 ou 80 po, solta o papo.
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Ih, o que vai gerar em?
Boa noite <3
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Amor Marginal
Teen FictionRespirando mágoas de uma outra dor, do nosso caso imoral. Para calar o sexo mais banal, pra virar poesia. Desse amor, desse amor marginal eu vou. Plágio é crime, eu denuncio e ainda faço um barraco.