Capítulo 88

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Bia Narrando

- Fiquei mó sem graça no bagulho quando tu veio jogar o peso todo em cima de mim tá ligada, ideia mermo, o cara já tava com a mente a mil, tristão por tú tá toda lascada, por não tá aqui pra te botar na segurança e tu jogou um papo daquele, fudeu legal o bagulho – Ele disse olhando em meus olhos – Tu ta ligada po, que se eu ao menos telasse que os pé de bota ia subir o morro, a missão tinha sido cancelada na hora po, eu defendo meu morro e defendo tú, sempre te mandei o papo que tu era prioridade no bagulho, não ia pagar pra dar uma falha dessa jamais fi.

- Eu sei Dodô, mas naquele momento eu não estava raciocinando direito cara, não tava – Neguei com a cabeça enquanto olhava em seus olhos – Tava com o psicológico abalado, o que passei na mão daqueles policias não foi mole, eles me xingavam, me batiam, ficavam tentando fazer minha mente, mas eu aguentei tudo, tudo, sem dizer um a sobre você, porque eu não sei e não queria saber de nada do morro, meu relacionamento era contigo, não com tua profissão. E mesmo que soubesse, não iria falar. – Respirei fundo – Tu me pressionou, eu sei que estava foda o jeito que eu agia, você estava cuidando de mim se esforçando e eu estava sim vendo e reconhecendo, mas eu não estava bem para conversar, porque eu me conheço e resultou que a gente discutiu e eu agi de maneira precipitada, sem pensar. E eu reconheci e te pedi desculpas, porque nós dois temos nossa parcela de culpa, e eu mesmo sabendo que corria risco, aceitei continuar contigo.

- E tu aceitaria correr esse risco de novo? – Perguntou.

- Ih sei não, tu tá mais rodado que saia de pomba-gira – Gastei com a cara dele e levei um tapa na cabeça.

- Respeita vacilona, tu também deu pro arrombado lá, desgraçada.

- Gostosinho no azeite bebê, passa nada e nem pode, fiquei 3 meses seguindo a lei seca, quando acabou meu filho, foi só sucesso na xoxotinha – Debochei, se ele soubesse que eu deixei o bofe sozinho ia ficar se achando, vou deixar ele pensando isso mesmo. – Deixa eu te perguntar uma coisa. Subiu? – Apontei pro garoto.

- Claro que subiu porra, tá me tirando no bagulho, aqui é que nem bala na agulha.

- Que masca na hora que aperta o gatilho – Continuei, ele estava com muita raiva e eu sorrindo da cara dele.

- Vai te toma no cú rapá, se fuder lá na casa da desgraça porra, saio da minha goma (casa) pra ter um papo com a dona e ela fica gastando com minha cara, tu tá é doido mermão, pode não um bagulho desse, vou é me sair parceiro - Se levantou todo agoniado e ia saindo.

- Dodô - Chamei indo atrás dele morrendo de rir - Calma cara, nem dei minha resposta.

- Quero ouvir porra nenhuma nessa desgraça não.

Corri até ele e o segurei pelo braço.

- Para com isso, vamos entrar e terminar a conversa - Ele tentou puxar o braço e eu apertei mais - Juro que eu não gasto mais contigo.

- Vou entrar não po, solta logo o papo que dependendo, daqui eu já zarpo mermo. 

- Tem certeza? - Olhei para seus soldados que praticamente me comiam com o olho, Dodô olhou e eles desviaram o olhar.

- Vou furar o olho de vocês desgraça - Falou e segurou meu braço, me puxando de volta para dentro de casa. - Solta o papo porra. - Falou me encarando.

- Eu volto contigo, mas tem uma condição. - Ele deu um meio sorriso e cruzou os braços.

- Ih, sei não em.

- Tu vai ter que me ensinar a atirar e me defender. - Pedi me aproximando.

- To fora po, do jeito que é doida, vai sair matando qualquer um na rua.

- Dodô é sério, eu tenho que saber me defender, unha no saco as vezes não é muito útil - Falei.

- É sim fia, gosto nem de lembrar, mas to ligado mermo e se tu não pedisse ia te ensinar do mermo jeito. - Me puxou pela cintura - Agora vai pegar teus bagulho pra nós voltar pra nossa casa vai - Falou dando um cheiro no meu pescoço. - Saudade da porra das tuas maluquices.

- Nem fala, sofri demais sem ouvir tu me chamando de vida diariamente - Assumi o encarando.

- Desculpa - Pediu selando nossos lábios.

- Desculpa - Pedi retribuindo o selinho - Mas em, bora dormir lá e quando eu chegar do serviço amanhã a gente busca. - Sugeri.

- Bora então - Saímos de casa, a tranquei e entramos em seu carro. -Tá ligada que tu não vai dormir essa madruga né? - Colocou a mão em minha cocha e apertou.

- E quem disse que eu quero dormir? - Perguntei mordendo o lábio inferior e passando a mão também em sua perna o fazendo sorrir.

- Ram.

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Antes tarde do que nunca né mores.

Nosso casal voltou é isso mexmo?

Preciso de idéias, ajudem-me please.



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