Bia Narrando.
Os médicos me perguntaram se eu queria reconhecer e dar banho no corpo do Jujuba. Por mim eu faria, mas não sou eu quem decido isso.
Pedi para o Dr. ligar para os pais de Juliano e dar a notícia, no estado que eu tava não conseguiria falar, apenas chorar.
Em meia hora eles chegaram e foi aquele desespero todo, fiquei um bom tempo abraçada com a mãe dele, ela decidiu dar banho no filho e o vestir pela última vez.
Não estava com forças mais para nada, já havia chorado tanto, que até agora eu soluçava, o médico me ofereceu água e um comprimido, sabia bem que era calmante, neguei com a cabeça, pegando somente o copo d'água de sua mão.
Meu peito doía tanto, mais tanto, ainda não estava acreditando que tiraram meu biba de mim,uma covardia enorme, um ódio tão gratuito e desnecessario que me deixa possessa
Meu psicólogo estava abalado, as cenas vinham em minha mente como uma pancada forte, o pior foi ter que contar tudo para os pais do Jujuba.
O pai de Juliano estava num canto, olhando para o nada, pensativo enquanto as lágrimas desciam por seu rosto.
- Vai para casa minha linda, te ligo demais e te passo o horário certinho - Disse dona Bernadete ( mãe de Juliano) tocando meu ombro, ela estava esperando o médico chamar ela, para cuidar de seu filho pela última vez.
Apenas assenti com a cabeça, dei um último abraço nela.
- Obrigada por tudo. Deixa eu te fazer só uma pergunta. Os médicos perguntaram se queremos doar os órgãos de Juliano, o que acha?
- Eu acho que Juliano iria adorar salvar uma vida - Respondi e ela assentiu.
Abracei o pai dele, peguei minhas coisas e saí do hospital, lembrei que havia vindo de ambulância, então pedi um uber para ir até em casa.
Depois buscaria meu carro, se eu pisar naquela faculdade, vou levar um baque daqueles, quero é distância por um bom tempo.
Cheguei em casa, destranquei a porta, quando a abri, vi um se jogado no sofá, se eu estivesse bem até questionária como ele havia entrando.
Mas o que fiz foi correr para ele e me jogar em seus braços, ele me abraçou forte sem dizer nada, me derramei em lágrimas, senti suas carícias em meu cabelo e fechei os olhos o apertando mais em mim.
- Me diz que é mentira, que foi só um pesadelo e que está tudo bem - Pedi entre soluços.
Depois de me acalmar tirei meu rosto de seu ombro para o encarar.
- To com a cara inchada né? - Perguntei sentindo sua mão acariciar meu rosto.
- Só parecendo um buldog, mas dá para encarar - Falou me fazendo sorrir, dei um tapa em seu ombro e ele fez careta. - Porra, to dando o papo na moral e ainda apanho, vê se pode um bagulho desse rapá.
- Te mandei mensagem avisando, fazia tempo que tu não estava online - Comentei engolindo seco.
- To ligado pô, tão tramando uma invasão, mas eu já estou pronto para receber os filhos do demo - Falou serinho.
- Meu Deus, se cuida por favor.
- Eu sempre me cuido pô, aqui é macaco velho. Em, Caio e Lorena estão viçando mais que cachorra no cil. Lorena ta deixando Caio louco.
- Minha garota - Falei.
- Tu comeu alguma coisa? - Mudou de assunto.
- Nada, to sem fome. - Falei me ajeitando no sofá para deitar minha cabeça em seu peitoral.
- Que mané sem fome o que rapá, vai comer sim, vou pedir um rango da hora, calma ae - Falou pegando o celular.
- Minha vontade é de matar um por um que fez isso com minha biba louca - Comentei já com os olhos cheios de lágrimas.
- Deixa que eu mato po - Falou.
- Tá doido Dodô? Você não tem nada haver.
- Ram, eu já vou pro inferno maluca, uns a mais não faz diferença, não quero você mexendo com esses bagulhos não, sei os proceder e quando eu pegar, tão tudo fudido, os caras agiram na covardia, tudo pau no cú vacilão, vão ter o deles.
Não disse mais nada, fiquei lembrando de Juliano, da sua alegria, dos nossos momentos e logo estava chorando de novo.
Dodô se levantou e eu o encarei.
- Bora tomar um banho - Esticou a mão e eu a segurei, fomos para o banheiro, ele se despiu e me despiu, eu parecia um bebê frágil.
Ele ligou o chuveiro e me puxou para entrar, deitei minha cabeça em seu ombro e ele passou seus braços por minha cintura. Ficamos ali um bom tempo, sem dizer nada.
Quando saí, só queria me deitar e dormir um pouco, mas antes Dodô me fez comer um pouco, depois nos deitamos.
Estava só com um blusão e calcinha, senti a mão de Dodô em minha bunda e o encarei.
- Ei - Falei.
- Colfoi pô, vou só fazer um carinho na manha, maldade nenhuma, papo reto - Respondeu e eu assenti com a cabeça a deitando novamente em seu peito - Ram.
Me virei para ele novamente, tomei seu rosto em minhas mãos iniciando um beijo calmo, finalizei depositando um monte de selinhos.
- Obrigada - Agradeci, ele apenas assentiu com a cabeça com um sorriso no rosto, me aconcheguei ao seu lado, e recebendo as suas carícias eu acabei adormecendo.
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Oi mores.
O que acharam?
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Amor Marginal
Teen FictionRespirando mágoas de uma outra dor, do nosso caso imoral. Para calar o sexo mais banal, pra virar poesia. Desse amor, desse amor marginal eu vou. Plágio é crime, eu denuncio e ainda faço um barraco.