O problema não é levar o garoto insuportável pro curso, o que me incomoda é o trânsito até chegar lá.
Estava com o braço escorado no vidro do carro e o rosto apoiado na mão, o garoto tamborilava os dedos no celular freneticamente e eu já estava incomodada com aquilo.
- Da pra parar? - Pedi.
- Tudo bem. - Ele disse constrangido e ficou alguns segundos quieto. - Quantos anos você tem mesmo?
- 22. - Respondi.
- Sério? Parece ter mais. - Ele disse e eu revirei os olhos. - Quer dizer, não parece velha, só parece mais, mais...
- Tá, tá bom. - Disse.
- Desculpa. - Ele pediu
Eu o olhei, estava de cabeça baixa, ignorei e aumentei o volume do rádio, não deixei muito alto o suficiente pra eu ouvir.
- Acho legal seu gosto musical. - Ele gritou. - Parecido com o meu.
- Não grita. - Disse. - Eu consigo ouvir o que você fala.
- Desculpa. - Ele pediu novamente. - Sabe, ontem eu não conseguia ver direito por causa da camiseta, mas agora eu consigo ver direito suas tatuagens.
Ele diz e eu olho pro meu corpo, calça de moletom larga e cropped realmente deixavam minhas tatuagens amostra.
- Quantas tem? - Lucas perguntou.
- Sei lá. - Respondi indiferente.
- Ah fala sério vai, nem são tantas. - Ele gargalhou mas como me mantive séria ele parou de rir. - Desculpa.
- Eu não sei quantas são, umas 15 ou 20 eu acho. - Respondi.
- Nossa mas não parecem ser tantas. - Ele respondeu impressionado. - Tem alguma escondida.
O encarei e ele tinha uma expressão maliciosa no rosto eu suspirei pesado e revirei os olhos, então ele corou o rosto e riu tímido.
- Eu só falo bobagem, né? - Ele diz.
- Sim. - Disse impaciente.
- Você mora há quanto tempo nos Estados Unidos? - Ele reclinou o banco e escorou as mãos atrás da cabeça.
- Sete anos. - Respondi sem dar importância.
- Sozinha? - Ele questionou.
- Com Deus. - Respondi seca.
- Ah entendi. - Ele sentou novamente e me encarou. - E você sempre dirigiu?
- Aham, desde que nasci. - Fui irônica.
- Ah bom. - Ele riu tenso. - O trânsito é sempre assim aqui?
- Aham. - Disse e ele ficou quieto, então antes que ele dissesse alguma coisa aumentei o volume do rádio.
///
Carol tinha comprado pizzas pro jantar e por um milagre todos comiam em silêncio, fato inédito porque desde que a Carol resolveu ficar amiguinha do "Chris" eles vivem tagarelando e o Lucas junto.
- Isadora? - Minha amiga me chama séria demais.
- Fala. - Disse cortando minha fatia da pizza.
- Arrumei um trabalho. - Ela disse fria sem me olhar. - Se faz diferença pra você.
- Meu Deus Carol, claro que faz. - Disse surpresa. - Onde?
- Naquela loja no shopping que eu fiz a entrevista. - Ela responde.
- Eu fico feliz por você. - Me estico e seguro sua mão.
- Obrigada. - Ela sorri aliviada.
- Bom T3ddy, podemos fazer nossas malas e ir embora. - Christian disse.
- Por quê? - Carol questiona surpresa.
- A Isadora deixou bem claro que nós só estamos aqui por causa do dinheiro, agora vocês não precisam mais. - Ele diz ofendido e eu reviro os olhos.
- E vocês dão ouvidos pro que a Isadora fala? - Carol gargalha.
- Ela não gosta de nós. - Lucas fala me fazendo suspirar pesado.
- Ela não gosta de ninguém. - Carol brinca. - Exceto o...
- A gente pode mudar de assunto? - Disse irritada.
- Não, não podemos. - Christian disse. - De quem ela gosta?
- O ex namorado dela. - Carol respondeu.
- Ex? E por que terminaram? - Christian perguntou.
- Ah, foi por que... - Carol ia dizer mas antes eu bati com as duas mãos emcima da mesa e levantei.
- Quer saber Lucas? Você tem razao, eu realmente não gosto de vocês. - Disse e por fim fui pro meu quarto.
- Isa... - Ouvi o grito da Carol antes de eu bater a porta do meu quarto.
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Opostos - T3ddy
Fanfiction🚫 NÃO AUTORIZO ADAPTAÇÕES Duas pessoas, uma casa e 30 dias pra fazer sentimentos acontecer!