Decimo oitavo dia (parte três)

2.1K 160 179
                                    

Acordei em um lugar estranho, não conseguia reconhecer como nenhum cômodo da minha casa. Era um quarto branco e eu estava em uma cama desconfortável. Olhei pro lado e vi o Christian sentado. Estranhei. O que estava acontecendo. Olhei pro outro lado e vi o Lucas atirado em uma poltrona. Continuei perdida.

- Olha quem acordou. - Lucas ao me ver acordada disse e se aproximou.

- Onde eu tô? - Disse olhando em volta com os olhos mais claros.

- No hospital. - Ele diz.

- O quê eu tô fazendo em hospital? - O encaro e ele ri.

- Você teve muita febre. Passou a manhã inteira no seu quarto dormindo e quando eu fui te acordar para almoçar você simplesmente não abria os olhos.

- Deve ter pensado que eu morri. - O Interrompi.

- Claro que não. - Ele diz de sobressalto.

- Pensou sim. - Christian se meteu. - Me chamou quase chorando.

- Enfim. - Lucas continuou. - Como você não acordava nós te trouxemos pra cá.

- Como você conseguiu se não fala em inglês? - Questionei.

- O Christian sabe. - Lucas disse.

- Até que você não é tão inútil. - Eu disse pro Christian. - E o que eu tenho.

- O médico disse que só uma gripe muito forte que quase evoluiu pra um caso de pneumonia. - Lucas disse.

- Eu vou ficar muito tempo aqui ainda?

- Na verdade não. Ele deu alguns remédios e estávamos esperando você acordar. - Lucas continuou.

- Chama o médico aqui e diz que eu tô ótima e quero ir embora. - Disse.

- Calma Isa. - Lucas passou a mão nos meus cabelos. - O médico que sabe.

- Cadê ele? Chama ele aqui, Lucas. Eu quero falar com ele. Christian seja útil e chama ele aqui já que você fala em inglês. - Disse.

Christian saiu do quarto.

- Isa, você pode ficar calma? - Lucas pediu.

- Meu querido, eu tô tão calma que dormi um dia inteiro se eu ficar mais eu não acordo. - Respondi e ele riu.

~~

- O que é isso? - Carol gargalhava enquanto nos via entrando.

- O médico disse que eu não podia fazer esforço. - Disse enquanto os meninos me carregavam no colo.

Os meninos deram as mãos e eu sentei sob elas. Era como se fosse uma "cadeira" e eu me segurava no pescoço deles.

- Caminhar é esforço? - Carol questionou.

- Claro que sim. - Respondo.

- Ela é folgada mesmo Carol. - Lucas diz enquanto me ajuda a sentar.

- Se eu ver algum de vocês reclamar que eu sou pesada vão apanhar. - Digo.

- Como você tá? - Carol me questiona.

- Ótima. - Respondo.

- Como alguém ótima vai parar no hospital? - Ela me olha com as sobrancelhas franzidas.

- Não sei. Eu só tava dormindo. - Disse.

- Ela só dormiu e não acordava mais. - Lucas disse.

- Não se pode nem descansar. - Reviro os olhos.

- Você tá com fome? - Carol questiona.

- Não eu já comi. Quero dormir agora. - Respondo.

- Dormir? - Lucas questiona assustado.

- Se você não acordar eu não vou pro hospital de novo. - Christian diz.

- Eu só vou descansar. Não quer dizer que vou dormir de fato. - Respondo. - Qual dos queridos meninos vai me levar até meu quarto? - Questiono mas ninguém responde. - Lucas foi o sorteado. Me leva.

Lucas levanta da cadeira e me ajuda a subir nas suas costas. Assim nós vamos até o meu quarto.

Me deito na minha cama e ligo a televisão. Estava passando um filme qualquer de ação. Eu assisto alguns minutos e logo o sono vem fecho os olhos e sinto que a qualquer momento poderia apagar, até que sou despertada pelo Lucas tentando deitar ao meu lado.

- O que você tá fazendo aqui? - O questionei.

- Acho melhor dormir aqui hoje. Cuidar caso você passe mal.

- Eu não vou passar mal e não quero que você durma na minha cama. - Respondi.

- Deixa de ser chata Isadora. Você está doente.

- Eu estou gripada e essa discussão tá me cansando e caso você não lembre eu não posso ficar cansada, então vai embora.

- Eu não vou embora. - Ele deita ao meu lado.

- Larga o meu travesseiro. - Puxo o travesseiro que ele tinha deitado a sua cabeça.

- Você tem dois.

- Porque eu preciso de dois. - Viro de costas pra ele e abraço o travesseiro que arranquei dele.

Ele suspira e se aproxima de mim.

- Boa noite. - Ele diz e da um beijo no meu pescoço.

- Boa noite. - Respondo.

Opostos - T3ddyOnde histórias criam vida. Descubra agora