Décimo dia (parte dois)

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Depois de almoçarmos levei o Lucas até o curso dele, o garoto fala tanto que nem percebeu pra onde estávamos indo, ele se dá conta quando paro na frente do local.

- Desce! - Digo.

- Eu disse que vou passar o dia com você.

- Mas eu não quero, desce.

- Você não pode me obrigar. - Ele cruza os braços.

- Ok, então, mas você não reclama.

Arranquei o carro bruscamente e ele quase bateu com a cara no painel do carro, pensei que nossa conversa tinha sido bem clara.

Chegamos em casa e ele me puxou pela cintura, tentei desviar mas ele me apertou.

- A gente podia assistir um filme, o que você acha? - Ele questiona.

- Acho péssimo. - Disse me soltando.

- Ah Isadora, vamos aproveitar que estamos sozinhos em casa. Sem o Chris e a Carol pra atazanar. - Ele insiste.

- Eu tenho mais o que fazer. - Digo largando as chaves no chaveiro.

- Tá, vamos.

- O que eu tenho que fazer não envolve você.

Digo isso e vou pro meu quarto e fecho a porta pra ele não entrar. Tiro aquela roupa que estava e me enrolo na toalha. Ia tomar um banho.

Passo pelo Lucas na sala e vou até o banheiro ignorando o olhar dele em mim, entro no banheiro e bato a porta, tranco por dentro pra ele não entrar.

Tomo um banho bem quente pra desestressar, o médico me deu essa dica quando eu passei mal, segundo ele banhos quentes relaxam.

Volto pro meu quarto e começo a me arrumar, escolho uma roupa, amarro meu cabelo em um rabo de cavalo e mesmo sendo péssima em fazer maquiagem passo algumas coisinhas na minha cara.

- Hum, tá tão cheirosa. - Lucas diz no meu ouvido enquanto me abraça por trás.

- Você definitivamente é uma assombração. Como você entrou aqui sem que eu visse?

- Sou silencioso. - Ele me solta e para ao meu lado. - Onde você vai?

- Sair.

- Mas pra onde? - Insiste.

- Vou no ateliê. - Respondo e vejo pelo espelho ele me encarando. - Lugar onde eu trabalho.

- Vou também.

- Não te convidei. - O encarei.

- Deixa eu ir, quero conhecer o lugar onde você trabalha.

- Não sabia que eu tinha filho barbado.

- Você não pode me proibir, eu deixei de ir no curso pra ficar com você. - Ele diz me olhando ir em direção a porta.

- Eu não pedi pra você fazer isso, então não enche meu saco. - Digo e saio.

Ele não vem atrás de mim, saio pela porta e bato com força, vou até o carro e então antes de entrar minha consciência pesa, ele não fez nada pra eu trata-lo assim. Ignoro e entro no carro, giro a chave e ligo o carro, novamente minha consciência pesa em deixá-lo sozinho em casa, então decido voltar.

Idiota!

Entro em casa e vejo ele sentado no sofá da sala, ele me olha e vira o rosto, reviro os olhos, só o que faltava era ele decidir fazer doce. Vou até ele e sento no sofá ao seu lado.

- Decidiu voltar? - Ele me pergunta olhando pra televisão.

- Aham. - Olhei a televisão estava passando um filme. - Muito frio na rua.

- Que desculpa mais esfarrapada pra dizer que quis ficar comigo.

- Você tá muito convencido.

- Então você não veio ficar comigo? - Ele me questiona.

- Você tá entendendo alguma coisa nesse filme?

- Não, tá tudo em inglês. - Ele diz e me olha. - Por quê?

- Porque eu tenho coisas melhores pra nós fazermos. - O olho e permanecemos assim por alguns segundos até que eu o beijo.

~~

O sol já estava se pondo quando ouço o barulho do carro da Carolina estacionar na garagem, Lucas e eu estávamos deitados no sofá com um cobertor nos cobrindo, a televisão estava ligada em um filme e eu o traduzia o que ele não entendia.

- Acampamento na sala? - Carol questiona.

- Posso puxar a coberta ou tem gente pelada embaixo? - Christian questiona.

- Estamos de pijama. - Lucas responde.

- Pijama as 18:00? É Chris rolou. - Carol diz.

- Só espero que não tenha sido no sofá onde a gente senta. - Christian fala irritado arrancando risos nossos.

Opostos - T3ddyOnde histórias criam vida. Descubra agora