Opostos - T3ddy

Vigésimo nono dia

Acordei com dor de barriga, finalmente o grande dia. Que fez eu perder noites de sono criando, que fazia eu sonhar acordada.

Olhei pro lado e vi o Lucas quietinho dormindo, me dei por conta que amanhã acabava os 30 dias. Suspirei pesado, tinha que pensar no meu dia.

- Bom dia. - Ouvia voz do Lucas.

- Que susto. Você tava dormindo a segundos. - Disse.

- Na verdade tô acordado faz tempo.

- Porque?

- Perdi o sono. - Ele virou de barriga para cima.

- Tá tudo bem?

- Sim. - Ele sorriu e eu me questionei o porquê.

- Acho que tô nervosa. - Olhei pro teto também.

- Eu consigo imaginar.

- Meus desenhos ganharam vida e vão ser mostrados pra várias pessoas. - Virei de frente pra ele. - Posso te contar uma coisa?

- Sim.

- Um dos modelos de hoje foi o primeiro desenho que fiz na minha vida. Eu fiz quando tinha uns 13 anos, não contei pra ninguém. Quando a minha chefe pediu pra criarmos eu dei uma melhorada nele e levei, morrendo de medo dela não gostar e ela amou. Foi o dia mais feliz da minha vida.

Lucas apenas sorriu. Eu percebi que ria como uma idiota e fiquei tímida.

- Não precisa ficar assim por ter ficado feliz.

- Eu fiquei com cara de idiota.

- Fico feliz que você tenha conseguido realizar seu sonho.

- Era meu sonho mesmo. - Sorri de novo.

Ficamos em silêncio por mais um tempo, até eu criar coragem e levantar da cama. Precisava comer e me arrumar pra hoje.

Adorava levantar tarde, mas hoje estava complicado. Eu devia ter acordado mais cedo, eu tinha que ir no salão de beleza pra fazer cabelo e unha.

Comi um sanduíche e fui pro salão, tinha horário as 14. Depois da minha tarde de princesa, fui até o local do evento, queria dar uma olhadinha em tudo.

- Isadora, você não deveria estar aqui. - Minha chefe veio até mim.

- Isso tá um sonho! - Disse empolgada.

- Fico feliz que tenha gostado. - Ela sorriu gentilmente. - Mas agora você precisa ir e voltar deslumbrante essa noite.

- Obrigada por confiar em mim. - Segurei suas mãos.

- Você tem talento, Isadora.

Eu a olhei e sorri, então fui caminhando de costas admirando a grandiosidade daquele evento, eu estava feliz demais e ansiosa pra ver isso cheio de gente.

Liguei o som do carro bem alto e fui cantando até em casa, não me importava se as pessoas estavam me olhando ou não, eu estava feliz demais pra guardar aquilo pra mim.

Cheguei em casa e vi o Lucas na porta, corri para beija-lo ele me olhou confuso.

Já era tarde e eu precisava me arrumar logo, fui pro meu quarto correndo e tranquei a porta, procurei meu vestido que guardei dentro de uma caixa e o vesti, ele era simplesmente perfeito. Tinha mangas longas, curto e inteiro de paetês. Coloquei um salto escarpin, peguei minha bolsa de mão e apenas um colar de acessório. Eu mesma fiz minha maquiagem, clássica como eu gosto, um delineado e batom vermelho. Me cobri de perfume e olhei nervosa meu reflexo no espelho. Estava como eu imaginava.