Vigésimo terceiro dia

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Depois do barzinho Christian convenceu a todos de irmos na balada. Não sei como me deixei levar por isso, detesto lugares cheios de gente, preferia o ambiente anterior.

Eu fiquei pelo bar mesmo, não queria me embriagar como fiz da última vez, mas queria tomar uns drinks pra tentar me soltar mais. Enquanto Carol, Christian e Dani dançavam, Lucas, Mauro e eu ficamos observando.

- As baladas aqui são diferentes das do Brasil. - Mauro disse.

- Aqui as pessoas se controlam mais. - Disse.

- Acho que ligam menos umas para as outras. - Mauro continuou.

- Sim. Ninguém repara em ninguém. - Respondi.

- Mas isso é ótimo. - Mauro disse de sobressalto chamando nossa atenção.

- O quê foi Maurinho? - Lucas o questionou surpreso.

- E ótimo você estar em um lugar onde as pessoas não ficam te julgando como se fossem melhores do que você. Eu sempre me imaginei em um lugar assim, sendo apenas eu, sem me preocupar com os olhares dos outros. - Mauro disse como um desabafo.

- Calma Maurinho. Você vai infartar. - Lucas disse entre um riso.

- Sabe, eu vou infartar se continuar aqui. Eu quero dançar, eu preciso dançar. - Ele disse e olhou para as pessoas que dançavam. - Vem comigo. - Ele me puxou pela mão para a pista de dança.

Eu olhei pro Lucas sem entender, enquanto Mauro me levava bem para o centro da pista. Ele começou a dançar e insistia pra que eu fizesse o mesmo, acabei cedendo. Mesmo não gostando de dançar aceitei a proposta do Mauro e me deixei levar pela música.

Lucas soltou o copo que tinha em mãos e se juntou a nós na dança. Quando menos percebi Christian, Carol e Dani estavam conosco, aquilo era incrível. Era como se nós seis estivéssemos na mesma sintonia, mesmo com nossas diferenças naquele momento nós apenas dançávamos.

As horas se passaram como se fossem minutos e logo deu a hora de irmos embora. Enquanto Christian e Carol chamavam o Uber eu resolvi acender um cigarro. Me retirei e fiquei um pouco distante pra poder fumar, fiquei de costas pro pessoal mas logo ouvi passos atrás de mim.

- Não sabia que você fumava. - Ouvi a voz de Mauro.

- Gosto de conservar alguns hábitos maus. - Respondi.

- Porque você se afastou? - Ele questionou.

- Acho falta de educação fumar perto das pessoas e não quero que minha irmã me veja fazendo isso. - Respondi.

- Sua irmã já não é mais criança. Ela tem que aprender o que é certo é errado por conta própria.

- Eu sei. - Respondi.

- Então porque se esconde pra fazer o que tem vontade? - Ele questionou e eu fiquei sem resposta.

- O Lucas tinha razão, você é realmente bem diferente do Christian. - Disse e nós dois rimos.

- Legal essas tatuagens aí.

- Obrigada. - Disse reparando que minhas tatuagens dos braços e pernas estavam a mostra.

- Os gringos não tem curiosidade pra saber o que significa está? - Ele apontou pra minha tatuagem no antebraço.

- Tem. - Respondi e ri um pouco constrangida.

- E qual a explicação que você da pra ter Tesão tatuado no braço? - Ele questionou.

- Eu digo que sou movida por tesão. Pelo meu trabalho, na vida, nas minhas escolhas, nos meus relacionamentos...

- Legal. Nunca pensei em fazer uma tatuagem, mas se um dia fizer vou considerar fazer esta. - Ele diz.

Ofereci o cigarro a ele que surpreendemente aceitou. Mesmo sem jeito algum deu uma tragada e em seguida soltou a fumaça.

- O Maurinho, desde quando você fuma? - Lucas o questionou.

- É a primeira vez. Tô aprendendo umas coisas novas com a minha amiga Isadora. Mauro responde.

Lucas assente com a cabeça e volta pro lugar onde estava anteriormente com Christian e as meninas, enquanto Mauro e eu continuamos conversando.

Ponto de vista: Lucas

Quando vi Mauro e Isadora conversando senti uma pontada no meu peito. Eu sei que era ciúmes então fui falar com eles. Tinha esperança de ser coisa da minha cabeça, mas quando vi ele fumando o cigarro dela e ouvi a resposta que ele deu, do jeito que ele deu, senti como se aquela pontada atravessasse meu corpo.

- É impressão minha ou o meu brother tá flertando com a minha mina? - Questionei Christian.

- E sua mina tá respondendo da mesma forma. - Christian respondeu e riu.

- É impressionante a tensão sexual que existe entre os dois. - Carol disse olhando pra eles boquiaberta.

- Eles têm química. - Dani disse.

- Para, é tudo coisa da cabeça de vocês. -Respondi.

- Na verdade acho que é coisa que eles tão querendo colocar na sua. - Christian bateu no meu ombro e disse enquanto eu olhava os dois conversando.

Carol chamou um uber e Christian outro, mas os dois chegaram juntos, antes de qualquer coisa decidi que Isadora e Dani iriam comigo em um, enquanto Carol, Chris e Mauro em outro. Pedi pra Dani sentar com o motorista na frente enquanto Isadora e eu sentávamos atrás. Passei o braço por trás dos seus ombros e ela deitou a cabeça no mesmo. Estava gelada, mas era boa a sensação de tê-la tão perto de mim. Dei um beijo no topo da sua cabeça e ela relaxou, tive quase certeza que dormia.

- Você é minha. - Cochichei enquanto ela permanecia de olhos fechados.

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Não tinha intenção nenhuma de postar capítulo novo hoje, mas tive a ideia desse aqui e comecei a escrever com medo de esquecer e modéstia parte achei ele muito bom. Espero que estejam gostando da história e que aproveitem cada capítulo. Um beijo.

Opostos - T3ddyOnde histórias criam vida. Descubra agora