Meses depois (parte dois)

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Conforme os dias vão passando e a barriga crescendo as tarefas diárias vão ficando mais difíceis. E aos oito meses eu mal consigo me mexer.

Tive que deixar o trabalho de lado, não consigo mais dirigir, minhas roupas não entram mais em mim e até caminhar se tornou cansativo.

Eu passava o dia inteiro na cama e hoje pela vigésima vez eu estava assistindo o vídeo que o Lucas fez pra revelar a gravidez e me emocionando.

Falando em Lucas, hoje ele volta pro último ultrassom antes do parto. Desde os seis meses não nos víamos e eu estava morrendo de saudades dele. Por sorte talvez ele conseguisse acompanhar o parto, mas como o oitavo mês começou ontem acredito que seja difícil.

- Que horas ele chega? - Carol questionou sentando na minha cama.

- Daqui a duas horas. - Disse olhando no relógio.

- Eu vou buscá-lo.

- Obrigada. Tenho a impressão que eu não conseguiria. - Disse alisando minha barriga.

- Você está tão bonitinha, toda inchada e com as bochechas grandes. - Carol disse.

- Não vou te agradecer por me chamar de gorda.

- Gorda não, grávida. - Ela disse rindo.

- Eu vou tomar um banho, quero estar decente quando o Lucas chegar. - Disse levantando da cama com dificuldade.

- Você consegue sozinha?

- Acho que não, você vai precisar me ensaboar. - Respondi irônica.

- Até com dificuldade você é uma peça. - Carol gargalhou.

Fui até o banheiro e com um pouco de dificuldade tirei a camisola que vestia. Nos últimos dias roupas assim se tornaram mais práticas, tirei minhas roupas íntimas e entrei no chuveiro. Liguei a água quente e tomei um banho bem relaxante.

Logo após sai do chuveiro e me sequei. Em seguida enrolei uma toalha no cabelo, antes de sair do banheiro notei uma pequena poça de água no chão, me questionei em que momento isso aconteceu, até sentir uma pontada forte na barriga que me fez gritar de dor:

- Carol, a bolsa estourou. - Gritei.

Carol me ajudou a vestir um vestido soltinho, pegar as bolsas que levaria pra maternidade e a entrar no carro. Em seguida fomos para o hospital.

Quando chegamos lá eu já estava sem forças de tantas dores, uma enfermeira veio com uma cadeira de rodas e me levou para ser examinada.

- Seus bebês já estão prontos, vamos precisar ir pra sala de parto agora. - A médica disse.

- Não doutora, não pode ser agora. Eu completei oito meses ontem. - Disse.

- Querida, gêmeos tendem a não esperarem as 40 semanas, é normal. - Ela disse paciente.

- Mas eles não podem nascer agora, o pai deles não chegou ainda. Ele está vindo do Brasil, vai demorar um pouquinho pra chegar ainda. - Disse aflita.

- Sinto muito, mas os bebês não podem esperar. Enfermeira, prepara ela pra sala de parto. - A médica disse e saiu da sala.

Meu coração batia acelerado. Não acredito que o Lucas vai perder o nascimento dos seus filhos.

A enfermeira me ajudou a colocar a roupa hospitalar e me levou numa maca até a sala de parto, pedi pra que ela avisasse a Carol e pedisse pra ela avisar o Lucas.

A equipe da médica entrou na sala comigo, me prepararam pro parto enquanto eu me contorcia de dor, a médica se posicionou e logo começou a me incentivar a fazer força para os bebês saírem.

Opostos - T3ddyOnde histórias criam vida. Descubra agora