- Como tá a moça dodói? - Lucas diz entrando no meu quarto com meu café da manhã.
- Para de palhaçada, garoto. - Respondo e ele ri. - Tô me sentindo melhor, mas ainda com um pouco de dor de cabeça.
- Eu trouxe o seu café e o remédio também. - Ele diz e larga a bandeja no meu colo.
- Muito eficiente esse meu enfermeiro. - Respondo e engulo os comprimidos. - Você não vai pro curso hoje?
- Eu já perdi tantas aulas que acho que nem vou mais. - Ele responde.
- Olha, não que eu queira te colocar pra baixo, mas acho que você não tem jeito de quem estude.
- Nem você tem.
- Mas eu tenho faculdade. - Respondo com um sorriso.
- Ok. Você ganhou. - Ele passa a mão nos meus cabelos. - Você é tão bonita.
- Não é porque eu tô deixando você cuidar de mim que eu tô dando liberdade pra essas coisas.
- Você não tem jeito mesmo. - Ele ri e balança a cabeça. - Vamos ficar só eu e você hoje a tarde. O que vamos fazer?
- Eu diria sexo, mas o médico disse que eu não posso fazer esforço. - Sorrio maliciosa.
- A gente pode achar um jeito de fazer isso que você não precise fazer esforço.
- Para de falar bobagem. - Digo e acerto um tapa no seu braço.
- Só você pode falar. - Ele reclama alisando o braço.
- Se você vai ficar aqui nos próximos dias, sim. - Respondo e devolvo a bandeja a ele. - Vou dormir, boa noite.
- Para Isadora. Você já dormiu demais.
- Eu quis entrar de férias pra poder dormir, mas desde que o seu amigo e você chegaram foi difícil. - Respondo.
- Vamos fazer outra coisa. - Ele olha meu quarto ao redor. - O que são aqueles álbuns ali.
- Álbuns? - Sugeri.
- Besta. - Ele larga a bandeja no chão e pega os livros. - Posso ver?
- Você já está vendo, não está. - Respondo enquanto o vejo folhear as fotos.
- Nossa sua irmã parece você. É ela aqui, não é? - Ele diz me arrancando uma gargalhada.
- Não, essa sou eu. - Respondo.
- Mentira Isadora. - Lucas olha a foto de perto. - Mentira que você já foi uma menina delicada.
- As vezes você pede pra levar uns tapas. Nessa foto eu tinha 14 anos. Com 15 eu mudei completamente meu visual.
- Foi quando você mudou pra cá, não foi? - Ele me olha.
- Sim. Acho que minha mãe aceitou eu vir pra cá em partes pelo meu visual da época. - Disse passando algumas fotos procurando. - Olha aqui.
Lucas olha a foto perplexo.
- Você tinha dreads? - Lucas me questiona surpreso.
- Sim. - Respondo com uma risada. - Minha mãe insistia em fazer uma festa de 15 anos, mas eu não queria. Aí coloquei dreads pra ela desistir.
- Pelo visto funcionou. - Ele disse.
- Sim. Aí mudei pra cá.
- Foi muito difícil? - Ele questionou.
- Não. Eu queria vir. Foi a realização de um sonho. É mais difícil hoje em dia do que naquela época.
- Você sente falta da sua irmã. Não é? - Ele questiona e eu confirmo com a cabeça. - Porque não convida ela pra vir pra cá?
- Só depois que vocês irem embora.
- Porque?
- Eu não vou chamar minha irmã pra vir pra cá nessa bagunça que a casa está. - Ele responde.
- Nada haver Isadora. Acho que ela iria gostar da bagunça.
- Tenho que pensar. - Respondo e viro a cara.
- Pensar no que? Se você continuar pensando não vai convidar e vai continuar com saudade. - Ele me entrega meu celular. - É só uma ligação.
Fiquei olhando pro celular na mão dele e nesse momento milhares de coisas borbulhavam na minha cabeça. Eu estou de férias o que facilitaria pra nós sairmos, mas com os meninos aqui a casa tá tão apertada, tão bagunçada. Lucas continua insistindo com o celular na mão esperando uma resposta. Interrompo meus pensamentos e pego o celular da mão dele que me olha e sorri. Procuro o número da minha irmã e ligo pra ela.
- E aí? - Lucas me questiona curioso assim que encerro a ligação.
- Ela se animou. Quer embarcar amanhã já. - Respondo arrependida.
- Que legal. - Ele sorri.
- Legal nada. Gostaria de informa-lo que se eu me arrepender a culpa vai ser toda sua.
- Tudo bem. Eu sei que você não vai.
- Assim espero. - Cochicho como resposta pra mim mesma.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Opostos - T3ddy
Fanfiction🚫 NÃO AUTORIZO ADAPTAÇÕES Duas pessoas, uma casa e 30 dias pra fazer sentimentos acontecer!